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Saúde e tecnologia
Ebserh e RNP se unem para criar rede integrada de dados de saúde
A partir desse mês de novembro, os hospitais universitários federais da Rede Ebserh passam a contar com o HU Digital e a Rede Ebserh de Dados em Saúde (REHDS).
Brasília (DF) – Como pacientes do sistema de Saúde, transitamos em diferentes serviços. Em cada atendimento médico - seja no SUS, na clínica privada ou na saúde suplementar, geramos uma série de informações: avaliação do estado clínico, prescrição de exames e medicamentos, indicações de diagnóstico. Mas a informação costuma ficar fragmentada, presa ao sistema da instituição que nos atendeu. E essa fragmentação pode gerar impactos indesejáveis tanto em nossa saúde quanto na gestão hospitalar: exames duplicados, repetição desnecessária de tratamentos que não surtiram efeito, monitoramento precário de interações medicamentosas.
A chave para solucionar esse problema está na interoperabilidade, a capacidade de dois ou mais sistemas trocarem informações de maneira transparente. Com o objetivo de melhorar o trânsito de dados entre os hospitais administrados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), a Ebserh desenvolveu, com o apoio da RNP, duas soluções complementares: a Rede Ebserh de Dados em Saúde (REHDS) e a plataforma HU Digital.
Ganhos de eficiência
O HU Digital funciona como uma porta de entrada para os dados da REHDS, ao permitir uma consulta rápida e fácil às informações. A plataforma HU Digital conta com uma interface para os médicos e outra para os pacientes, tanto no formato web quanto por meio de aplicativos para smartphones. Há ainda uma terceira interface, que corresponde a uma versão integrada do HU Digital com o AGHUX, hoje o principal software utilizado nas unidades administradas pela Ebserh. Assim, quando o profissional de saúde estiver dentro dos hospitais da rede universitária, não precisará se logar no portal ou no aplicativo de seu telefone. O acesso se dará de maneira imediata pelo próprio AGHUX. De acordo com Simone Scholze, diretora de Tecnologia da Informação da Ebserh, “há ganhos consideráveis de eficiência quando a informação passa a circular em formato padronizado, favorecendo cada vez mais o trabalho em rede dos hospitais da Ebserh”.
É um benefício para o profissional de saúde, que atende com mais segurança. É um benefício para o paciente, que tem um resultado melhor na saúde. E é um benefício para a gestão, que tem resultados melhores, com redução das taxas e do tempo de internação ou diminuição de exames duplicados, por exemplo.
A plataforma HU Digital conta com uma interface para os médicos e outra para os pacientes, tanto no formato web quanto por meio de aplicativos para smartphones. Há ainda uma terceira interface, que corresponde a uma versão integrada do HU Digital com o AGHUX, hoje o principal software utilizado nas unidades administradas pela Ebserh. Assim, quando o profissional de saúde estiver dentro dos hospitais da rede universitária, não precisará se logar no portal ou no aplicativo de seu telefone. O acesso se dará de maneira imediata pelo próprio AGHUX.
A Rede Ebserh de Dados em Saúde é uma plataforma de Registro Eletrônico de Saúde (RES) focada no paciente. Funciona como um repositório de dados padronizados para fazer conexões entre os diferentes sistemas. Para além da praticidade no acesso às informações, essa uniformização traz uma série de outros benefícios. É possível qualificar e contextualizar dados provenientes de diversas fontes - como pedidos e resultados de exames, diagnósticos, alergias e medicamentos que o paciente esteja tomando. A rede permite, assim, que profissionais e gestores tenham acesso a um prontuário único em qualquer uma das 41 unidades da Ebserh, que conta com cerca de 25 milhões de prontuários eletrônicos.
Uma das principais funcionalidades para o paciente é que ele futuramente poderá compartilhar seus dados também com pessoas de fora da Rede Ebserh. Assim, se tiver feito uma cirurgia em um hospital universitário, mas continuar o acompanhamento em outra unidade de saúde, o paciente poderá enviar pela plataforma o prontuário digital para o médico da rede municipal, por exemplo. Para isso, basta informar o CPF do médico, que deverá criar um login na REHDS por meio do HU Digital para acessar o histórico de seu paciente.
Segundo a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), não é necessário o consentimento expresso do paciente em caso de tutela da saúde, sobretudo quando o atendimento se der no hospital de origem do paciente. Para casos de atendimento em outros hospitais da Rede Ebserh, esse acesso será feito mediante sua autorização. Em casos de emergência, o profissional de saúde poderá fazer uso de um acesso especial, se o paciente estiver impossibilitado de conceder a autorização. Essa autorização também poderá ser revogada pelo paciente a qualquer tempo.
Segundo o diretor de Serviços e Soluções da RNP, Antônio Carlos F. Nunes, "as ações realizadas em conjunto com a Ebserh promoverão a interoperabilidade entre os diversos hospitais universitários geridos pela empresa a partir da REHDS, gerando benefícios imediatos para médicos, gestores e, principalmente, pacientes desses serviços públicos de saúde".
Para o lançamento da REHDS e do HU Digital em novembro, serão integrados 25 milhões de prontuários de pacientes, sendo 10 milhões de consultas, 5 milhões de resultados de exames e 1 milhão de internações. Em um futuro próximo, será possível integrar mais redes públicas ao sistema, tornando a base de dados mais robusta e a interoperabilidade mais completa.
Com informações da RNP