Séries Especiais
SÉRIE EBSERH DAS MULHERES
Ebserh destaca o protagonismo das mulheres nos hospitais da rede
Inez Carneiro
Nesta matéria, você vai conhecer:
Raquel Domingos, que é uma das idealizadoras da Linha de Cuidado em AVC do Humap-UFMS
Brasília (DF) – 8 de março é uma data histórica porque relembra a luta feminina por igualdade de direitos. Por isso, celebrando o Dia Internacional da Mulher, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) reforça o protagonismo das colaboradoras atuantes nos 41 hospitais que formam a Rede, e estimula os cuidados e avanços de estudos e técnicas relacionados à saúde, qualidade de vida e segurança da mulher. De maneira especial, vamos celebrar a força de cada uma delas a partir de quatro histórias de profissionais da rede!
Zenilda Bruno
Mulheres que cuidam de outras mulheres. Que transformam a realidade. Que mudam destinos. Esse é o caminho percorrido por Zenilda Bruno, professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) e ginecologista obstetra na Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac), do Complexo Hospitalar da UFC (CH-UFC), desde 1985. Esteve como diretora geral da Meac de 2003 a 2011, quando assumiu a chefia da Divisão Médica, cargo que
ocupa até hoje. Já como docente, em 1987, Zenilda Bruno foi uma das idealizadoras do Ambulatório de Adolescentes, um dos primeiros serviços especializados na juventude feminina do Brasil (hoje com 37 anos de existência), com forte campanha de prevenção à gravidez na adolescência através do planejamento sexual e reprodutivo, além de acompanhar meninas em situação de violência, mudando a vida das que passaram e passam pelo atendimento.Outras inovações que tiveram a participação de Zenilda foram a criação, em 2020, do Ambulatório Multidisciplinar de Distúrbios da Diferenciação Sexual, para pessoas que nascem com genitália atípica (desenvolvimento anormal dos órgãos genitais); e a realização das cirurgias de neovagina em mulheres que, por uma má formação, nasceram com estreitamento ou sem o canal vaginal (Síndrome de Rokitansky) ou que, por outro motivo, tiveram o fechamento da região (há registros de casos após tratamento do câncer de colo de útero).
Esse procedimento, antes, era feito com a pele da própria paciente para reconstrução local, o que deixava uma cicatriz de retirada (de 2004 a 2017, foram 27 pacientes operadas por este método), mas, desde 2017 e de forma pioneira, a MEAC realiza com pele da tilápia sob sua supervisão, registrando 40 mulheres que passaram por esse procedimento até fevereiro de 2024. Revisitando esses feitos, ela reflete: “Tem duas coisas que me realizam: ser professora e passar esse conhecimento e experiência para os alunos; e realizar esse trabalho na saúde da mulher, diminuindo índices de gravidez na adolescência e cuidando das meninas e mulheres”.
Tânia Fonseca
A determinação é uma característica que acompanha o ser mulher. Também dedicada ao cuidado especializado, a médica ginecologista e obstetra Tânia Fonseca, do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr, da Universidade Federal do Rio Grande (HU-Furg), tem proporcionado algum alívio das dores inimagináveis a quem é vítima da violência sexual, a partir da criação de dois serviços. Em 2019, idealizou o Serviço Acolher, atendendo as mulheres que sofreram abusos, e, em 2023, o Centro de Referência de Atenção Infanto-Juvenil (Crai), que recebe crianças e adolescentes também vítimas deste tipo de crime. A médica está à frente, ainda, da inserção do DIU pós-placentário (após o parto), em 2017. Atualmente, a taxa de mulheres que fizeram o parto no HU-Furg e já saem com o DIU é de 40%. Além disso, mais recentemente, o Hospital foi credenciado na modalidade de cirurgias do processo transexualizador, iniciado em janeiro de 2024. Todos esses projetos são coordenados por Tânia. A especialista ainda participa da iniciativa de humanização do parto, com o primeiro curso de doulas com estágio presencial no Estado. “Através da profissão e do local que a gente ocupa, como colaboradoras do SUS, podemos garantir muitos direitos negligenciados. Eu sempre agradeço a toda a minha equipe, porque são tantas outras mulheres com garra e vontade de fazer em prol de uma assistência à saúde de excelência”.Inez Carneiro (foto em destaque)
Perseverante, Inez Carneiro sempre buscou superar os desafios e aprender. Ela é chefe do Setor de Governança (Segov) do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, da Universidade Federal de Alagoas (Hupaa-Ufal), mas sua história de crescimento vem de muito antes, neste que foi o primeiro emprego de sua vida. Tudo começou em 2003, quando já atuava como estagiária da instituição no Setor de Faturamento, mais tarde contratada para vaga efetiva como economista, sua área de formação.
Quando a Ebserh assumiu a gestão hospitalar, Inez passou no concurso, conquistando, em maio de 2015, o cargo de assistente administrativo, mais tarde assumindo a chefia da Unidade de Planejamento em 2017. Em 2020, como chefe interina do Setor de Contratualização e Regulação (NIR), coordenando o Núcleo Interno de Regulação (NIR), em uma fase extremamente marcante, segundo ela, por ter sido durante o enfrentamento da pandemia; e, em 2021, tornando-se chefe do Segov. Uma trajetória de empoderamento que completa 21 anos na empresa. “Nos sentimos muito úteis pelas atividades que desenvolvemos, contribuindo, de alguma forma, com a assistência aos usuários. Agradeço pela confiança que depositam no meu trabalho e no incentivo à qualificação porque é assim que teremos cada vez melhores entregas”.
Raquel Tauro
Também com empenho, a médica Raquel Tauro tem encabeçado processos de aperfeiçoamento no Hospital
Universitário Maria Aparecida Pedrossian, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Humap-UFMS). É especialista em Clínica Médica, serviço pelo qual assumiu chefia desde sua entrada na Ebserh, em 2015. Em 2018, esteve como chefe da Unidade de Urgência e Emergência e com a vice-coordenação da Residência em Clínica Médica. Neste cargo, encarou o grande desafio da pandemia: “Nós tivemos muitas dificuldades naquele momento, enfrentando o medo, o desconhecido, mas superamos”, relembra.Em novembro de 2021, Raquel assumiu a chefia do Setor de Paciente Crítico, que contempla a Unidade de Urgência e Emergência, Unidades de Terapia Intensivas Adulto, Pediátrica e Neonatal. Ela é uma das idealizadoras da Linha de Cuidado em AVC no Humap, premiada como padrão ouro da Iniciativa Angels, projeto criado pela empresa alemã Boehringer Ingelheim. Tudo isso, com o estímulo ao trabalho multiprofissional: “A união das equipes é o maior legado. Nós somos um corpo unido para atender o paciente com a maior qualidade possível, em um ambiente de acolhimento”.
Um longo caminho, um belo destino
A caminhada dessas mulheres e suas conquistas, claro, não foi, é ou será fácil. Como elas afirmaram, equilibrar a rotina e as suas responsabilidades é desafiador. Raquel reflete que há sobrecarga de tarefas domiciliares e profissionais, e que, assim com ela, Zenilda, Tânia, Inez e tantas outras mulheres se desdobram para alcançar seus objetivos e melhorar a realidade à sua volta. “Eu penso nos meus sonhos, quem eu quero ser e como vou me permitir construir isso”, encoraja Raquel. “Temos que nos desdobrar. Conseguir valorização no trabalho e dentro de nossas casas”, pondera Inez. “Dedicação a aprender, em meio aos dias desafiantes”, expressa Zenilda. “Eu sou mulher, sou mãe, sou filha, sou avó. Sou tantas e isso faz ser quem eu sou”, diz Tânia. São mulheres, são imensas.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Marília Rêgo, com edição de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh