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19 DE MAIO
Doação de leite humano: gesto de amor e solidariedade
O leite é a primeira alimentação humana e é considerado o melhor alimento para os bebês
Brasília (DF) - Doar é um gesto de amor. E quando se trata do alimento mais precioso para um recém-nascido: o leite humano? A mãe sonha em oferecê-lo ao seu filho logo no primeiro encontro, mas nem todas conseguem. Quando os bebês prematuros e/ou de baixo peso ficam internados em UTIs neonatais, contam com a solidariedade de mulheres que estão em fase de amamentação e se disponibilizam a doar. Um gesto simples, mas cheio de benefícios.
A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que administra 41 hospitais universitários federais, conta com Bancos de Leite e Postos de Coleta que salvam vidas ao desenvolverem ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, como a distribuição de leite para os bebês prematuros. Como forma de chamar a atenção da sociedade, o Dia Mundial de Doação do Leite Humano é celebrado em 19 de maio.
O leite é a primeira alimentação humana, sendo considerado o melhor alimento para os bebês, por ter um papel essencial na proteção imunológica contra doenças infecciosas e desenvolvimento afetivo e psicológico do recém-nascido.
Doação sob o olhar de quem recebe
A enfermeira Laura Bezerra (foto à direita), 32, deu à luz as gêmeas Melinna e Melissa, no dia 14 de janeiro deste ano, com 32 semanas, no Hospital Universitário Ana Bezerra (HUAB/Ebserh), em Santa Cruz, Rio Grande do Norte. As prematuras ficaram internadas por 26 dias. Precisavam ganhar peso com o leite materno, mas Laura não conseguia produzir a quantidade necessária. “Não extraía leite suficiente para as duas, então precisei do apoio da equipe do hospital e das mães que faziam as doações no Posto de Coleta. Graças a essas mães, minhas bebês foram amamentadas desde o primeiro dia de vida delas” conta.
Ela dá um recado a todas as possíveis doadoras “Além de mim, outras mães também precisam e vão precisar ainda. Por isso, vocês são muito importantes. Continuem doando, vocês fazem a diferença”, reforça.
A responsável técnica pelo Posto de Coleta de Leite Humano do HUAB, a enfermeira Andréa Bárbara Araújo Gomes, explica o cuidado para que a doação seja feita de forma segura. “O leite é enviado para pasteurização em Natal, em uma outra unidade da Ebserh, o Banco de Leite Humano (BLH) da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), depois retorna ao hospital já processado, sendo utilizado para a oferta alimentar dos bebês que estão internados na própria instituição, tendo como algumas das situações de indicação o acometimento por alguma patologia ou a prematuridade”, explica. O Posto de Coleta de Leite Humano do HUAB é o único na região do Trairi, do Rio Grande do Norte.
O BLH da MEJC é considerado referência pela Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano/Fiocruz (rBLH), sendo o único no Estado que faz o processamento do leite materno para atender as unidades maternas, sejam elas públicas ou privadas. Possui uma demanda diária de aproximadamente 10 litros de leite para os recém-nascidos da instituição. Conta também com o apoio do Corpo de Bombeiros, que coleta o leite na residência das doadoras.
Doação sob o olhar de quem doa
Mulheres que têm leite excedente e não apresentam problemas de saúde podem doar leite materno. A médica veterinária e servidora pública Karen Cristina Poltronieri, 41 anos, doa leite humano desde o nascimento de sua primeira filha, em 2016. Doou também em 2020 e em 2022, com o nascimento da terceira. Ela carrega no peito a vontade de levar mais que um alimento a esses bebês internados. Começou por questões de saúde, mas quando entendeu a importância, não quis mais parar.
Com a ajuda do BLH do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam/Ebserh), em Vitória, Karen (foto à direita) está entre as mulheres que mais doaram nos últimos meses, chegando, no início de maio, a um total de 40,8 litros. Ela faz questão de dizer que é muito feliz doando. “Inicialmente foi por necessidade, porque tenho um volume de produção muito alto e o leite empedra, então preciso retirar o excesso. Fiquei sabendo no BLH da necessidade da doação de leite materno, aí viciei . Saber que estou fazendo a diferença para alguns bebês que precisam tanto dá um sentimento muito bom de gratidão, de benção”, relata. Atualmente, ela extrai o leite em casa, armazena adequadamente e uma equipe do Hucam faz a coleta, assim como ocorre em muitos outros hospitais da Rede.
Recomeços e avanços
A data de 19 de maio vai trazer um marco para o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM/Ebserh), em Uberaba. Neste dia, será reinaugurada a sala para coleta de leite materno. Ela ficou desativada durante um período da pandemia de covid-19 e logo após passou por uma reestruturação.
A sala de coleta contribui com o Banco de Leite Humano (BLH) da cidade, com uma quantidade em torno de quatro a cinco litros de leite materno por mês. São feitos, em média, de 40 a 50 atendimentos mensalmente, a um total de 20 a 30 mães. Com a nova estrutura, aumentará a quantidade de leite extraída e enviada para o BLH, além da quantidade de mulheres que poderão ser atendidas, sendo possível alcançar 50 mães por mês.
Onde buscar ajuda
Muitos outros hospitais da Rede Ebserh contam com serviços estruturados para dar o apoio necessário às mães doadoras, entre eles: Hospital de Clínicas de Uberlândia (HC-UFU); Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr., da Universidade Federal do Rio Grande (HU-Furg); Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap) em Niterói; Maternidade Climério de Oliveira (MCO-UFBA); Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC), do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará; Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA), em São Luís; e Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD).
Sobre a Rede Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação: Danielle Morais com revisão de Elthon Ribeiro
Coordenadoria de Comunicação Social