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SÉRIE PESQUISADOR E CIÊNCIA
Do Amapá para o mundo
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O pesquisador José Carlos Tavares figura ocupa o 13º lugar na lista os principais pesquisadores da América Latina na área de Farmácia e Ciências Farmacêuticas
Brasília (DF) – “Fazer pesquisa na década de 80 era sonhar”. É assim que o pesquisador José Carlos Tavares, que também atua como gerente de Ensino e Pesquisa do Hospital Universitário da Universidade Federal do Amapá, vinculado à Rede Ebserh (HU-Unifap/Ebserh), lembra do início da sua trajetória, ainda durante a graduação. Hoje, ele ocupa o 13º lugar no ranking científico Alper-Doger Scientific Index, que lista os principais pesquisadores da América Latina na área de Farmácia e Ciências Farmacêuticas. Um sonho que virou realidade, ofício e motivo de orgulho para esse amapaense.
José Carlos é farmacologista formado pela Universidade Federal do Pará (UFPA), com mestrado e doutorado pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado na IFP-Berlin, Alemanha. Ele foi reitor da Unifap por oito anos e é membro titular da Academia Nacional de Farmácia e da Real Academia de Farmácia da Espanha. Hoje, integra o quadro de pesquisadores do Hospital Universitário do Amapá, um dos 41 hospitais universitários da Rede Ebserh, e seus estudos estão compreendidos na área de “Ciências Médicas e da Saúde” e “Farmácia e Ciências Farmacêuticas”.
Essa posição de destaque científico prova a capacidade da Região Norte de desenvolver pesquisas e tecnologia de qualidade em nível global. “Na Amazônia, fazer pesquisa não é para fracos. Pois aqui, além de trabalharmos contra o custo Amazônia, sempre temos que demonstrar que somos capazes. Capazes de implementar pesquisas de alta qualidade como nos grandes centros nacionais e internacionais. Então, figurar em um ranking internacional é fruto dessa dedicação na formação de recursos humanos e desenvolvimento de tecnologias no espaço amazônico”, afirmou.
Entre seus artigos de maior impacto na comunidade científica internacional estão “Atividade antimicrobiana e cicatrizante do kefir e do extrato de kefiran” e “Óleo essencial de Rosmarinus officinalis: Uma revisão de sua fitoquímica, atividade anti-inflamatória e mecanismos de ação envolvidos”. Atualmente, o pesquisador debruça-se em estudos que buscam o desenvolvimento de produtos com base nanotecnológica para síndromes metabólicas como a diabetes, visando o aumento da eficácia com baixas concentrações de princípios ativos e poucos efeitos colaterais. “Para essa síndrome, que atinge milhões de pessoas no mundo, temos que descobrir produtos mais eficazes, que possam prevenir a perda de funções orgânicas desses indivíduos acometidos. Temos desenvolvidos resultados muito importantes para essa área específica”, revelou.
De fato, as contribuições da ciência para humanidade são inegáveis, possibilitando o avanço da sociedade, melhorando a qualidade de vida e bem-estar da população. “Sem ciência, não há como um país evoluir na resolução dos problemas básicos da sua população, seja qual for esse problema. Em tudo e para tudo que nós podemos pensar, temos que agir baseados na ciência como alicerce para condutas racionais e eficazes”, afirmou o pesquisador.
No âmbito das instituições pesquisadoras, José Carlos Tavares vê os hospitais universitários da Rede Ebserh como um dos maiores nichos para realização de pesquisas em diversos ramos das ciências da saúde, desde o assistencial até o desenvolvimento de novas tecnologias e procedimentos terapêuticos. “Quando nós nos unirmos numa grande rede para pesquisa clínica no Brasil, o país pode passar a ser exemplo para toda América Latina”, ponderou.
As próximas reportagens da série trarão pesquisadores das demais regiões do país com suas trajetórias científicas e suas contribuições para a Ciência.
Sobre a Rede Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação: Luna Normand com revisão de Danielle Morais