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Disfagia: saiba identificar os sintomas e prevenir as consequências
As principais complicações da disfagia impactam diretamente no estado nutricional, devido à redução do consumo de alimentos líquidos e sólidos
Curitiba (PR) – A dificuldade durante a deglutição – engolir – pode trazer graves consequências à saúde, tendo em vista que os desvios de alimentos ou saliva podem obstruir parcial ou completamente as vias respiratórias. O envelhecimento natural de estruturas envolvidas na deglutição como lábios, língua e bochechas, bem como doenças neurológicas (Parkinson, Alzheimer, Acidente Vascular Cerebral), distrofias musculares e câncer de cabeça e pescoço podem facilitar esses desvios. O Dia Nacional de Atenção à Disfagia, celebrado em 20 de março, reforça sobre a importância de se falar sobre essa doença.
As principais complicações da disfagia impactam diretamente no estado nutricional, devido à redução do consumo de alimentos líquidos e sólidos, pois podem ser facilmente aspirados, ocasionando pneumonias por broncoaspiração.
A disfagia pode ser agravada por perdas dentárias e pela utilização de próteses mal adaptadas, que podem alterar a estrutura facial, o que comprometerá ainda mais a mastigação. De acordo com Melissa Rissete, cirurgiã dentista que atua na Complexo Hospital de Clínicas da Rede Ebserh/MEC (CHC-UFPR), em Curitiba (PR), “consultas odontológicas periódicas e de acordo com a necessidade de cada indivíduo são essenciais para a prevenção de uma aspiração alimentar no trato respiratório, que pode levar a um quadro de pneumonia aspirativa e aumento da mortalidade”.
O fonoaudiólogo é o profissional habilitado para avaliar, definir e/ou alterar as condutas terapêuticas na disfagia e atua em parceria com o nutricionista, responsável por assegurar a oferta adequada de nutrientes. “O nutricionista busca recuperar ou manter o estado nutricional a partir do planejamento de uma dieta adaptada às condições, necessidades e preferências do paciente, prevenindo a ocorrência de aspiração, desnutrição e desidratação”, explica a nutricionista do CHC-UFPR/Ebserh/MEC, Daniele Galvão.
Sintomas e tratamento
Alguns dos principais indícios são o engasgamento ou tosse durante as refeições, dor ao engolir ou a sensação de que o alimento fica parado na garganta. Se não identificada e tratada, a disfagia pode ser causa de desidratação e desnutrição decorrentes da dificuldade na alimentação.
O tratamento varia de acordo com o caso. De modo geral, podem ser realizados exercícios de força e coordenação para a língua e até mudança da posição da cabeça na hora de comer.
Assistência especializada no CHC
O CHC oferece tratamento especializado a seus pacientes por meio de uma equipe multiprofissional que atua de forma integrada, visando proporcionar uma assistência completa. Além dos fonoaudiólogos e nutricionistas, médicos, enfermeiros, odontólogos e residentes médicos e multiprofissionais atuam conjuntamente buscando soluções de acordo com cada caso.
A fonoaudióloga Maria Cristina atua na Unidade de Terapia Intensiva para adultos do Complexo da Rede Ebserh/MEC de Curitiba e realiza as avaliações de pacientes que ficaram por um longo período com intubação orotraqueal. “Vinte e quatro horas após a extubação, é realizada uma avaliação fonoaudiológica no paciente para verificar suas condições de qualidade vocal, mastigação e deglutição”, explica a fonoaudióloga. “Cerca de 40% dos pacientes que ficam intubados por um longo período apresentam disfagia, sendo necessário realizar fonoterapia”, explica Maria Cristina.
Dependendo da avaliação da gravidade da disfagia feita pelos fonoaudiólogos, a alimentação dos pacientes pode ter diferentes tipos de consistência. “Quando os pacientes apresentam disfagia leve a moderada, são realizadas as modificações de consistência da dieta e/ou a recomendação do uso de espessante alimentar, enquanto que, na disfagia grave, há a necessidade da indicação de vias alternativas de alimentação”, relata Daniela.
Dia nacional de atenção à disfagia
O Dia Nacional de Atenção à Disfagia, 20 de março – último sábado, foi instituído em 2010 depois de publicação de resolução do Conselho Federal de Fonoaudiologia. A data tem o intuito de alertar a população sobre o seu risco e também sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoces. Os profissionais da área são os responsáveis pelo diagnóstico e tratamento do problema e atuam junto a médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e odontologistas.
Sobre a Ebserh
O CHC-UFPR faz parte da Rede Ebserh/MEC desde outubro de 2014. Estatal vinculada ao Ministério da Educação, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), administra, atualmente, 40 hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.
Vinculados a universidades federais, essas unidades hospitalares possuem características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
Com informações do CHC-UFPR/Ebserh/MEC