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PREVENÇÃO
Diagnóstico precoce da sífilis pode prevenir sequelas cardíacas e neurológicas
Paciente precisa de acompanhamento, que pode durar de um a dois anos, com exames regulares
Uberaba (MG) – De acordo com o Ministério da Saúde, em 2018, foram registrados mais de 158 mil casos de sífilis adquirida em todo o país, o que representa um aumento de 28% em comparação ao ano anterior. No Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo, vinculado à Rede Ebserh (HC-UFTM/Ebserh), entre janeiro e outubro de 2019, foram 98 diagnósticos. A infecção, sexualmente transmissível, é causada pela bactéria Treponema pallidum.
Apesar de ser uma doença de fácil tratamento, é importante que o paciente seja diagnosticado precocemente, como orienta Fernando Neves, infectologista do HC-UFTM/Ebserh. Se a infecção evoluir, em seu estágio mais avançado pode haver complicações severas, como lesões cardiovasculares e neurológicas, deixando sequelas irreversíveis.
“Nos dois primeiros estágios da doença, os sintomas regridem e o paciente pensa que está curado. Anos depois, na fase terciária, os sintomas podem se manifestar de forma generalizada, afetando o sistema neurológico, ocular, auditivo, cardíaco, entre outros. Por isso, a importância de se diagnosticar precocemente”, alerta o médico.
O tratamento é feito com injeções intramusculares semanais de penicilina, medicação de baixo custo e alta efetividade. Quando se fala em sífilis, a grande questão é o acompanhamento médico. Até que a infecção desapareça por completo, é preciso que o paciente faça exames de sangue a cada três meses para verificar se o tratamento está surtindo efeito.
“Se a doença estiver na fase primária, é necessária uma dose única de penicilina. Se for a secundária ou terciária, são três doses. Mas o paciente precisa de acompanhamento, que pode durar de um a dois anos. Ele deve repetir os exames até que a titulação de anticorpos tenha sido reduzida”, detalha o especialista.
Durante o tratamento, é importante que o parceiro do paciente passe por avaliação médica. Caso ele também tenha sífilis, pode acontecer reinfecção, o que demanda repetir o tratamento. Por ser sexualmente transmissível, a principal forma de prevenção da doença é o uso de preservativo.
“Quando você só trata o paciente, sem fazer uma abordagem mais ampla, sem tratar o parceiro, pode acontecer recontaminação. O paciente faz o tratamento, se cura, mas contrai a doença novamente. Precisamos tratar os parceiros também para quebrar o elo de transmissão”, finaliza Neves.
Sobre a Rede Ebserh
O HC-UFTM faz parte da Rede Ebserh desde janeiro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Hospitalar Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
Com informações do HC-UFTM/Ebserh