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SAÚDE
Diagnóstico precoce da esclerose múltipla melhora tratamentos e diminui a progressão da doença
Fatores genéticos, ambientais e imunológicos estão envolvidos na doença. Imagem ilustrativa
Maceió (AL) – O Dia Mundial da Esclerose Múltipla (EM) foi celebrado em 30 de maio. A data chama atenção para a doença autoimune crônica que afeta o sistema nervoso central, incluindo o cérebro e a medula espinhal. Uma especialista do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, da Universidade Federal de Alagoas (HUPAA-Ufal), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), reforça a importância do diagnóstico e tratamento precoces.
Nessa doença, o sistema imunológico ataca a mielina, a camada protetora que envolve as fibras nervosas, causando inflamação e danos. Isso interfere na comunicação entre o cérebro e o resto do corpo, resultando em uma variedade de sintomas neurológicos.
Como identificar e tratar
Os sintomas da esclerose múltipla podem variar de uma pessoa para outra. No entanto, costumam incluir fadiga, dificuldades de coordenação e equilíbrio, fraqueza muscular, problemas de visão, dor, alterações cognitivas e problemas de mobilidade. A progressão e a gravidade da doença também podem variar, com alguns pacientes vivenciando surtos seguidos de períodos de remissão (esclerose múltipla surto-remissão) e outros apresentando um agravamento constante dos sintomas (esclerose múltipla progressiva).
De acordo com a Neurologista do HUPAA Cícera Pontes, o diagnóstico da doença é feito por meio de exames clínicos, ressonância magnética e análise do líquido cerebrospinal, além de outros testes. “Embora não haja cura para a esclerose múltipla, existem tratamentos que podem ajudar a controlar os sintomas, reduzir a frequência e a gravidade dos surtos e retardar a progressão da doença. Esses tratamentos incluem medicamentos modificadores da doença, terapias sintomáticas e abordagens de reabilitação”, destaca.
Ainda conforme a Neurologista, o diagnóstico precoce da esclerose múltipla é crucial por várias razões, principalmente porque a identificação precoce permite que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível. “O tratamento precoce pode ajudar a controlar os sintomas, reduzir a frequência e a gravidade dos surtos e retardar a progressão da doença, potencialmente melhorando a qualidade de vida a longo prazo. Assim, o diagnóstico precoce da esclerose múltipla é fundamental para otimizar o manejo da doença, melhorar os resultados a longo prazo e proporcionar uma melhor qualidade de vida aos pacientes”, enfatiza.
Causas
A EM é considerada uma doença multifatorial, envolvendo fatores genéticos, ambientais e imunológicos. Dessa forma, alguns genes, especialmente aqueles relacionados ao sistema imunológico, foram associados a um maior risco de desenvolver a doença. Além disso, diversos fatores ambientais foram implicados no desenvolvimento da EM, incluindo exposição a infecções virais, deficiência de vitamina D (possivelmente devido à exposição solar inadequada), tabagismo e outros fatores ambientais ainda em estudo.
Para a neurologista do HUPAA, embora muitos aspectos da etiologia da doença ainda sejam objeto de pesquisa, compreender melhor esses fatores podem levar a avanços significativos no diagnóstico.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 42 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Paulina Oliveira, com revisão de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh