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Distúrbios do movimento
Dia Mundial do Parkinson busca conscientizar a população sobre a doença e reduzir estigmas
Brasília (DF) – O caminhoneiro Fábio Viana (foto ao lado) é um exemplo de que o Parkinson não atinge apenas idosos. Aos 38 anos, ele recebeu o diagnóstico da doença. “Foi muito difícil. Tive que parar de trabalhar e entrei em depressão”, conta. Hoje, aos 42, ele já conhece melhor a enfermidade e segue todas as orientações da equipe do Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB/Ebserh), unidade vinculada à Rede Ebserh/MEC onde realiza o tratamento. “A depressão melhorou e alguns sintomas diminuíram. Agradeço por ter descoberto a doença cedo. Vou investir também na fisioterapia e atividade física para conseguir aproveitar muitos momentos com a minha família”, acrescenta Fábio, que é casado e tem quatro filhos.
O Parkinson é uma doença degenerativa, crônica e progressiva do sistema nervoso central. Ela é causada pela redução da dopamina, substância que ajuda na realização de movimentos voluntários do corpo. Com a baixa desse neurotransmissor, o controle motor do paciente fica prejudicado. Os principais sintomas são tremores, lentidão motora, rigidez nas articulações e desequilíbrio. O Parkinson não tem cura e o tratamento inclui um acompanhamento multiprofissional, com medicamentos, fisioterapia, fonoaudiologia, suportes psicológico e nutricional e atividade física que podem melhorar muito a qualidade de vida dos pacientes. Em alguns casos, também pode ser indicado cirurgia.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente no mundo, atrás apenas do Alzheimer. Além dos sintomas motores, pode provocar alterações intestinais, do sono, do humor e urgência urinária. Cerca de 4 milhões de pessoas no mundo vivem com a doença, sendo aproximadamente 200 mil no Brasil. O Dia Mundial do Parkinson, 11 de abril, é, portanto, uma oportunidade para promover a sensibilização e a compreensão sobre a doença, ajudar na redução do estigma associado e na criação de uma comunidade de apoio e solidariedade.
Não há um tratamento considerado o melhor para a doença de Parkinson, pois o procedimento deve ser individualizado e adaptado às necessidades e características de cada paciente. A escolha considera fatores como estágio da doença, sintomatologia, ocorrência de efeitos colaterais, idade do paciente, medicamentos em uso e seu custo. Os medicamentos para Parkinson são disponibilizados gratuitamente pelo SUS através do Programa de Medicamentos Excepcionais e há pesquisas importantes sendo realizadas sobre esse tema.
Pesquisas
O Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM/Ebserh) participa do projeto de extensão “Movimenta Parkinson”, vinculado ao Departamento de Fisioterapia da UFTM, que estimula a prática de atividades físicas em pacientes com a doença. A pesquisa vai ser realizada ao longo dos próximos dois anos. A reportagem completa pode ser acessada neste link .
Também em Minas Gerais, o Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF/Ebserh) participa de um projeto para a tradução, em português, e validação da escala de sintomas não motores da doença de Parkinson. O estudo é uma parceria entre 20 centros de pesquisa do Brasil e de Portugal e o HU-UFJF é o centro coordenador.
Essa escala já é utilizada em outros países e foi criada pela Sociedade Internacional de Doença de Parkinson e Distúrbio de Movimento, sediada nos Estados Unidos. Cada um dos centros de pesquisa será responsável por incluir 20 pacientes, totalizando 200 no Brasil e 200 em Portugal. “Nosso centro já está bem avançado, foi o primeiro com aprovação do Comitê de Ética de Pesquisa. A tradução foi feita por médicos independentes com fluência em português e inglês, com o cuidado de encontrar palavras semelhantes ao português de Portugal”, explica o neurologista coordenador da pesquisa no HU-UFJF, Thiago Cardoso Vale.
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Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Leticia Justus, com revisão de Felipe Monteiro
Coordenadoria de Comunicação Social