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SOLIDARIEDADE
Dia Mundial do Doador de Sangue: um ato simples que pode salvar vidas
Brasília (DF) – “Um ato de amor que pode salvar vidas”. É assim que o administrador Iuller Xavier (foto à direita), de 39 anos, define a doação de sangue. Aos 18 anos, ele fez a primeira doação para ajudar um amigo no Hemominas de Juiz de Fora, instituição parceira do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Depois disso, ele se tornou um doador frequente e todos os anos faz a quantidade máxima de doações permitidas, que atualmente são quatro. “É uma sensação muito boa de saber que estou ajudando outras pessoas, mesmo sem saber quem são elas. É muito rápido, são quatro minutinhos para encher uma bolsa com um sangue que não vai fazer falta para mim e que pode ajudar alguém”, conta Iuller.
Para agradecer ao Iuller e a todos os outros doadores, foi criado o Dia Mundial do Doador de Sangue. Oficializada pela Assembleia Mundial da Saúde em 2005, a data também tem como objetivo estimular a doação. O tema da campanha deste ano é “Doe sangue, doe plasma, compartilhe a vida, compartilhe com frequência”, uma referência aos pacientes que precisam de transfusão de sangue por toda a vida.
O administrador Hendryl Freitas, de 27 anos, obteve o diagnóstico de leucemia em 2021 e já precisou receber 15 bolsas de sangue. “A transfusão faz parte do meu tratamento. Durante a quimioterapia, minhas taxas ficam muito baixas e dependo da transfusão”, explica Hendryl. Freitas realiza o tratamento no Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap-UFF/Ebserh), em Niterói. Depois do diagnóstico, ele se tornou parceiro do Hemocentro Regional de Niterói (HemoNit), que fica no Huap, e passou a participar de diversas campanhas incentivando a doação. “Se hoje estou vivo é porque muitas pessoas doaram sangue para mim e sou muito grato a cada uma delas”, agradece Hendryl.
Em 2023, o HemoNit já recebeu cerca de 1.515 doações de sangue, uma média de 303 por mês até o final de maio. O sangue doado é usado também para transfusões realizadas no Huap, que este ano já realizou aproximadamente 1.840 procedimentos, cerca de 368 por mês. Nas transfusões, são utilizados os hemocomponentes totais do sangue, o que inclui hemácias, plaquetas e plasma.
Em Brasília, o Hospital Universitário da UnB também recebe o sangue para transfusões por meio de um convênio com o hemocentro da região. O HUB-UnB/Ebserh realiza cerca de 8 mil procedimentos por ano. Anualmente, é feita uma campanha de incentivo à doação no hospital. A chefe da Unidade de Hematologia e Hemoterapia do HUB, Flávia Xavier, explica que a realização de campanhas é fundamental para aumentar o número de doações. “Normalmente, as pessoas ficam mais atentas quando tem algum conhecido precisando de sangue e as campanhas ajudam a lembrar que você pode ajudar também quem não conhece. A transfusão é capaz de dar a oportunidade para o paciente responder ao tratamento que precisa e pode salvar vidas”, afirma Flávia.
Transfusão na dose certa
Embora seja indispensável em muitos casos, toda transfusão tem um risco e só deve ser feita quando realmente for necessária. Em algumas situações, é possível inclusive fazer intervenções precoces para evitar a transfusão no futuro, o que é fundamental para a saúde do paciente. Pensando nisso e lembrando que o sangue é um recurso escasso, o Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará (CH-UFC/Ebserh) criou o projeto Transfusão na Dose Certa, que orienta os profissionais de saúde sobre esse cuidado. Foi elaborada uma capacitação online com o mesmo nome para os profissionais de saúde da Rede Ebserh, disponível na plataforma da Escola Ebserh de Educação Corporativa (3EC). “O objetivo é lembrar os profissionais que é preciso cuidar do sangue do paciente para não precisar decidir sobre uma possível transfusão”, explica a hemoterapeuta do HC-UFC Denise Brunetta.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Leticia Justus, com revisão de Felipe Monteiro
Coordenadoria de Comunicação Social