Séries Especiais
SÉRIE PACIENTE SEGURO
Cuidados com produtos farmacêuticos utilizados na assistência são rotina de segurança na Rede Ebserh
Nesta matéria você verá:
- Protocolo de uso das almotolias é um dos itens fundamentais da assistência segura;
- Visitas às unidades são rotina nos hospitais da Ebserh.
Brasília (DF) – Nesta segunda matéria da série especial de reportagens sobre Segurança do Paciente, o destaque é a “Identificação de almotolias, pomadas e medicamentos multidoses”, recursos bastante presentes durante a prestação da assistência. Esses produtos são utilizados em doses seguidas no tratamento e exigem uma atenção especial após a abertura da embalagem. Por isso, quanto mais informação sobre o tema, mais é fortalecida a segurança na utilização desses itens! Conheça algumas boas práticas da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que administra 41 hospitais universitários federais no país.
As almotolias
As almotolias são os recipientes plásticos utilizados para armazenar líquidos (como álcool e outras soluções), com um bico fino na extremidade, permitindo uma aplicação mais precisa. Carlos Medeiros, chefe do Setor de Gestão da Qualidade do Hospital Universitário Onofre Lopes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Huol-UFRN), esclarece que é muito importante que a data de abertura seja anotada no frasco para o devido controle do tempo de uso. “Inclusive, tão importante quanto a sinalização da data de abertura, é o seu controle por quem prepara e administra, pois as instituições devem padronizar internamente um prazo de validade após abertura, sempre levando em consideração as recomendações do fabricante e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”. Segundo o gestor, são utilizadas, em geral, dois tipos de almotolias: as que já vêm de fabricação das indústrias, com recomendações do fabricante; e as manipuladas e rotuladas no próprio Hospital.
Pomadas e outros medicamentos multidoses
Medicamentos que precisam ser administrados em mais de uma dose, como as pomadas (uso tópico) e outros de via oral, inalatória ou injetáveis, também precisam seguir um protocolo de identificação e conservação. “Os medicamentos multidoses possuem estabilidade reduzida após a abertura da embalagem primária, devido às condições de armazenamento e ao uso repetido”, informa Alaíde Castro, chefe do Setor de Gestão da Qualidade do Hospital Universitário da Universidade de Brasília (HUB-UnB). O contato com o ambiente por muito tempo aumenta a chance de oxidação e de replicação de microrganismos.
Também a chefe substituta da Unidade de Segurança do Paciente do HUB-UnB, Gardênia Lucena, destaca que a conduta é a de que, ao abrir o recipiente, sejam inseridos data, horário, nome do responsável pela abertura e o nome da pessoa em tratamento em uma etiqueta. A data de vida útil deve seguir a tabela de validade de medicamentos padronizada pelo HUB-UnB, que está disponível em todas as unidades assistenciais da instituição.
No cotidiano, as etiquetas já estão presentes desde o momento da dispensação pela Farmácia do hospital, mas treinamentos e rondas de segurança são realizados pelo Setor da Qualidade e de Farmácia a fim de avaliar as práticas assistenciais com estes produtos. O HUB-UnB possui, de forma inovadora, um painel eletrônico e automatizado com informações destas vistorias de segurança. São cerca de 60 indicadores avaliados, entre eles uso seguro de medicamentos, prevenção de queda, higiene de mãos etc.
O armazenamento adequado e o cumprimento dos prazos de validade (antes e após a abertura da embalagem) são passos extremamente importantes para a Segurança do Paciente, porque garantem a manutenção da estabilidade físico-química e microbiológica desses produtos, ou seja, a sua eficácia, segundo explicam a chefe do Setor de Gestão da Qualidade do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Maria (HUSM-UFSM, Débora Santos; a chefe da Unidade de Gestão da Qualidade e Segurança do Paciente, Caroline Zotelle Piasentin Giacomini; e a chefe da Unidade de Vigilância em Saúde, Rúbia Adrieli Sversut.
Visitas às unidades são rotina para aprimorar as boas práticas de segurança
Esforços são empenhados nestas boas práticas na Rede, a exemplo do que citam as profissionais do HUSM-UFSM. As farmacêuticas da Unidade de Farmácia Clínica e Dispensação Farmacêutica, Aline Silva e Daniele Lunkes, mencionam que, após a abertura das embalagens, a prática de armazenamento segue rigorosamente as condições ambientais adequadas de umidade e temperatura, abrigo da luz solar direta ou, quando recomendado, sob refrigeração. A Unidade de Farmácia realiza, inclusive, vistorias periódicas nos postos de medicações nas unidades assistenciais para verificar a identificação e a conservação. Após a vistoria, um relatório é gerado para que a equipe de enfermagem oriente adequações, caso sejam necessárias.
De forma inovadora, ainda, para favorecer o armazenamento e a administração de medicamentos multidoses, uma máquina unitarizadora de líquidos está em processo de aquisição no Huol-UFRN. O equipamento fará porções unitárias das doses em embalagens de fácil manuseio. Isso irá auxiliar, inclusive, a evitar desperdícios. “As doses já sairão unitarizadas e com datas e prazos de validade individualizados, reduzindo passos que elevam riscos”, diz Carlos Medeiros.
Paciente Seguro
Este foi o tema foco do segundo dia D do Abril pela Segurança do Paciente, realizado no dia 10, com ações educativas nas áreas assistenciais dos Hospitais que fazem parte da Rede. O primeiro dia de atividades aconteceu na segunda-feira, dia 08, com o tema: ‘Identificação do Paciente’. Veja aqui a primeira matéria da Série Paciente Seguro.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Marília Rêgo, com revisão de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh