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DIVERSIDADE E INCLUSÃO
Conhecer mais sobre o Transtorno do Espectro Autista promove o desenvolvimento individual e coletivo
O que caracteriza o autismo?
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-V-TRTM), o TEA é um “transtorno do desenvolvimento neurológico, caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social e pela presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos ou restritos.
Os sintomas devem estar presentes precocemente no período do desenvolvimento, porém eles podem não estar totalmente aparentes até que exista uma demanda social para que essas habilidades sejam exercidas, ou podem ficar mascarados por possíveis estratégias de aprendizado ao longo da vida. Além disso, esses sintomas devem causar prejuízos clínicos significativos no funcionamento social, profissional e pessoal ou em outras áreas importantes da pessoa”.
Quais são os sintomas?
Há uma diversidade de sintomas, mas a marca do TEA é o déficit na comunicação não-verbal, que varia. Pode apresentar a total falta de expressão facial, a inexistência de contato visual, sorriso ou apontar com a cabeça. Há pouca resposta ao outro e a relação de amizade, quando ocorre, é usualmente por algum interesse específico de compartilhamento. A falta do brincar lúdico ou uma brincadeira com roteiro repetitivo é uma característica típica das crianças com TEA.
Os comportamentos e/ou interesses repetitivos ou restritos podem ocorrer de várias formas: discurso repetitivo ou a repetição de perguntas (ecolalia), sacudir as mãos, bater palmas, balançar o tronco, ranger os dentes, andar na ponta dos pés, reação exagerada ou diminuída a dor ou temperatura, interesse intenso por estímulos como luzes, padrões e movimentos, além da restrição alimentar excessiva.
Como é feito o diagnóstico?
É baseado na história clínica contada pela família, pela observação e exame físico da criança e por registros em vídeos domésticos nos primeiros anos de vida da criança. O diagnóstico deve seguir critérios definidos internacionalmente, com avaliação completa e uso de escalas validadas. Testes genéticos podem ser incluídos na investigação, como a análise cromossômica por microarray, teste molecular para a síndrome do X frágil nos meninos e a pesquisa da Síndrome de Rett nas meninas. Outras avaliações, como exames de neuroimagem e testes metabólicos, caso haja achados clínicos sugestivos.
Em outubro de 2017, foi sancionada a Lei 13.438, que tornou obrigatória a aplicação de instrumento de avaliação formal do neurodesenvolvimento a todas as crianças nos seus primeiros dezoito meses de vida. No mês seguinte, houve a elaboração, por parte do Ministério da Saúde, de um ofício que trouxe como consenso o uso da Caderneta de Saúde da Criança, como instrumento de maior alcance para a vigilância do desenvolvimento na puericultura. Diante disso, recomenda-se que, formalmente, toda criança seja submetida a uma triagem para o TEA na consulta de 18 meses de vida, mediante a aplicação dos instrumentos de vigilância disponíveis na Caderneta da Criança, incluindo a aplicação da escala M-CHAT-R, e da escuta ampliada e atenta da família acerca do neurodesenvolvimento da criança.
Fonte: Juliana Carneiro Monteiro Wanderley, médica neuropediatra do HULW-UFPB/Ebserh
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Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação: Sinval Paulino, com revisão de Danielle Campos
Coordenaria de Comunicação Social/Ebserh