Complexo hospitalar da Rede Ebserh/MEC no Ceará se consolida entre os sete maiores centros transplantadores do Brasil

Fortaleza (CE) – O Serviço de Transplante de Medula Óssea do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), vinculado ao Complexo Hospitalar da UFC/Ebserh/MEC, não parou mesmo durante a pandemia. De janeiro a março deste ano, já foram realizados 19 procedimentos e, em 2020, o HUWC ficou na 7ª posição entre os 120 centros transplantadores brasileiros, com 52 procedimentos realizados. O hospital da Rede Ebserh/MEC é a única unidade de saúde pública do Ceará a realizar transplante de medula óssea. A taxa de sucesso alcança a impressionante marca de 95,3%.

O motorista de carreta Márcio Gomes, de 34 anos, portador de uma leucemia linfoide aguda, foi transplantado em fevereiro deste ano, em plena segunda onda da pandemia. “Apesar do medo de realizar o transplante por causa da Covid-19, encarei o procedimento por causa das informações recebidas pela equipe assistencial do HUWC. Tudo foi feito com muita segurança”, garante ele.

“Com testagem de todos os pacientes, doadores e profissionais de saúde assintomáticos para Covid com RT-PCR, não paramos nossas atividades. Inclusive, fomos um dos primeiros centros do Brasil a testar profissionais de saúde assintomáticos, além de doadores e pacientes”, afirma Fernando Barroso, médico hematologista responsável pelo Serviço de Transplante de Medula Óssea do HUWC, que também é professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Barroso destaca, como estratégias de enfrentamento da pandemia adotadas pelo Serviço, orientações repassadas aos pacientes e familiares por telefone, evitando assim o deslocamento desnecessário ao hospital, além da adoção do distanciamento social na sala de espera, com redução de aproximadamente 30% no atendimento presencial.

Ele também salienta o atendimento multidisciplinar. “A equipe é composta por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêuticos, fisioterapeutas, nutricionista, assistente social, terapeuta ocupacional, psicólogo e odontólogo. Todos eles envolvidos nas mais diversas fases do transplante de medula óssea, a fim de melhorar a assistência aos pacientes”, resume.

O transplantado Márcio Gomes, que se recupera bem e já voltou a trabalhar, lembra que a equipe assistencial do HUWC realizou três testes para descartar em definitivo a Covid-19. “Hoje, eu estou ótimo. Agradeço pelo excelente acompanhamento que tive dos profissionais do hospital”, acrescenta.

Certificação

A Sociedade Brasileira de Terapia Celular e Transplante de Medula Óssea (SBTMO), com apoio do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), certificou o hospital universitário por reportar dados da área de forma transparente. O HUWC é um dos 24 primeiros centros a serem certificados, entre os 120 centros brasileiros existentes. Trata-se da certificação por “Registro multicêntrico de transplantes de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) autólogos e alogênicos para doenças malignas e não malignas realizados no Brasil e relatados no Center for International Blood and Marrow Transplant Research (CIBMTR)”.

“O único hospital público das regiões Norte e Nordeste na lista é o nosso. Isso expressa que nossos resultados, de forma transparente, são informados e se equiparam aos dos melhores centros do Brasil e do exterior”, explica Fernando Barroso.

Sobre a Ebserh

O Hospital Universitário Walter Cantídio, do Complexo Hospitalar da UFC, faz parte da Rede Ebserh/MEC desde novembro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.

Vinculados a universidades federais, essas unidades hospitalares têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Os hospitais universitários são, por sua natureza educacional, campos de formação de profissionais de saúde. A Rede Ebserh não é responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país, apenas atua de forma complementar ao SUS.

Com informações do CH-UFC/Ebserh/MEC