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Prevenção
Cerca de 30% de brasileiros convivem com hipertensão arterial, doença silenciosa que não causa sintomas
Brasília (DF) – A hipertensão é uma doença crônica que mata mais de 10 milhões de pessoas no mundo, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia. Cerca de 30% de brasileiros convivem com a enfermidade, que é silenciosa, pois, na maioria dos casos, não causa sintomas – o principal deles é a elevação dos níveis de pressão arterial acima de 140/90 mmHg. Para alertar a população sobre os cuidados e a importância da prevenção, a Lei nº 10.439/2002 instituiu o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, celebrado nesta quarta-feira (26). A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) possui em sua rede de 41 hospitais universitários federais, unidades que são referência no diagnóstico, tratamento e pesquisas relacionadas à doença.
Em Fortaleza (CE), o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC/CHUFC) possui um serviço de referência em denervação renal por radiofrequência, tratamento para hipertensão resistente aos medicamentos. “O procedimento é feito através de cateterismo cardíaco. Na maioria das vezes, porém, a hipertensão arterial é tratada a nível ambulatorial; raras são as vezes em que precisamos internar o paciente”, explicou o professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará e cardiologista da unidade hospitalar, Ricardo Pereira Silva.
Segundo o profissional, em 90 a 95% dos casos, a pressão alta não tem causa específica. “É o que chamamos de hipertensão idiopática ou primária. Em apenas 5 a 10% dos casos, a hipertensão tem uma causa identificada (hipertensão secundária), como rim policístico, insuficiência renal, síndrome da apneia do sono, tumores da glândula suprarrenal, aumento ou diminuição da função da glândula tireoide (hiper e hipotireoidismo, respectivamente). Nos casos em que não há uma causa esclarecida, existem vários fatores que podem predispor a ela, entre os quais: obesidade, sedentarismo, história familiar de hipertensão, excesso de consumo de sal e tabagismo”, afirmou.
Pioneirismo
O Hospital das Clínicas da Universidade de Goiás (HC-UFG), em Goiânia, é pioneiro na América Latina na realização do exame de dilatação fluxo-mediada para diagnóstico da hipertensão arterial. “Ele analisa o endotélio (camada fina de tecido epitelial que reveste a parede interna de todos os vasos sanguíneos, desde o coração até os capilares), que produz uma série de substâncias importantes para a saúde arterial. Nós possuímos o único aparelho do continente latino-americano, que é, inclusive, considerado o mais preciso no mundo para esse tipo de diagnóstico. Nele, toda a análise é robotizada, o que dá mais objetividade ao método”, falou o professor e coordenador do Núcleo de Hipertensão Arterial e Envelhecimento Vascular do HC-UFG, Weimar Kunz Sebba Barroso.
Só no ano passado, a instituição realizou mais de 11 mil atendimentos relacionados à hipertensão arterial. A assistência é multiprofissional. A dona de casa Diva Alves da Silva, de 63 anos, faz tratamento há 6 anos no Ambulatório de Hipertensão Arterial do HC-UFG com cardiologista e nutricionista. “Minha pressão arterial era alta, eu estava acima do peso e tinha diabetes. Passei por uma cirurgia bariátrica e estabilizou a situação. Agora, faço acompanhamento nutricional a cada 3 meses aqui no hospital e obtive uma melhora enorme na minha vida”, disse.Ensino
No Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA), em São Luís, os acadêmicos de Medicina, por meio da Liga Acadêmica de Hipertensão Arterial, são inseridos desde cedo nos principais conceitos relacionados ao tema, suas formas de diagnóstico e a terapêutica apropriada, ampliando os seus conhecimentos da condução dos pacientes hipertensos.
“Durante esse atendimento, os acadêmicos recebem orientação de um médico nefrologista, sendo identificado o risco cardiovascular do paciente, feito ajustes apropriados de medicações, exames complementares e retornos periódicos”, contou a nefrologista Erika Carneiro, coordenadora da Liga Acadêmica de Hipertensão Arterial do HU-UFMA.
Lá, são atendidos pacientes hipertensos em graus variados de risco cardiovascular, desde hipertensos de baixo risco, como os atendidos na Liga Acadêmica de Hipertensão Arterial, aos hipertensos cardiopatas, diabéticos e em diálise, incluindo hipertensos transplantados renais; sendo oferecido a todos eles exames complementares como dosagem de albuminúria, ecocardiograma, teste ergométrico, triagem de retinopatia hipertensiva, monitorização ambulatorial da pressão arterial e ultrassonografia com doppler de carótidas e vertebrais.
Prevenção
À medida que a pessoa envelhece, segundo o cardiologista do HUWC, Ricardo Pereira Silva, sua pressão arterial tende a aumentar. No entanto, jovens também podem desenvolver problemas relacionados à hipertensão. “Um estilo de vida saudável é a principal forma de prevenção e tratamento não-medicamentoso, o que inclui manter um peso ideal, evitar o excesso de sal nos alimentos, praticar atividade física semanal e não fumar”, enfatizou.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh
Redação: Luna Normand, com revisão de Felipe de Oliveira Monteiro