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AVANÇO
Cateterismo de maior complexidade é realizado de forma inédita no estado do Maranhão por hospital da Ebserh em São Luís
São Luís (MA) – Equipe do Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA), gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou o primeiro cateterismo de veias adrenais do estado do Maranhão. A técnica é utilizada para diagnosticar procedimentos como o hiperaldosteronismo, caracterizado pela produção em excesso do hormônio aldosterona, responsável pela regulação do equilíbrio entre água e sal no corpo.
Foram dois procedimentos ocorridos em 30 de novembro, que contaram com a participação dos Serviços de Radiologia Intervencionista e Endocrinologia e Metabologia do HU-UFMA, além da presença de uma convidada do Serviço de Radiologia Intervencionista Hospital A. C. Camargo Câncer Center e do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), Aline Cristine Barbosa Santos Cavalcante.
Uma das operações foi feita em um paciente do sexo masculino, 47 anos, que apresentava Hiperaldosteronismo Primário (excesso do hormônio aldosterona) e o outro em uma paciente do sexo feminino, 50 anos, com Síndrome de Cushing (excesso do hormônio cortisol) com massas adrenais bilaterais. Eles duraram cerca de 40 minutos com possibilidade de alta em até 4 horas após o procedimento.
A endocrinologista, Viviane Chaves de Carvalho Rocha, explica que o cateterismo bilateral das veias adrenais é realizado com o intuito de estabelecer com precisão qual das adrenais do paciente produz o excesso hormonal responsável pela doença, quando o paciente apresenta lesão nas duas adrenais (direita e esquerda).
“Sem o procedimento, podemos incorrer no risco de encaminhar para cirurgia (adrenalectomia), sem a certeza de qual adrenal é a responsável pelo excesso da secreção hormonal. Desta forma, evita que o paciente seja submetido a uma segunda cirurgia da adrenal, implicando em mais morbidades e Insuficiência Adrenal, o que exige reposição hormonal contínua e maior vulnerabilidade clínica (maior risco de Insuficiência Adrenal)”, afirma.
Segundo a médica, ela é utilizada nos casos em que há lesões adrenais bilaterais secretoras de excesso hormonal produzindo as seguintes doenças: Hiperaldosteronismo Primário, Síndrome de Cushing ou Síndrome Virilizantes, dentre outras mais raras.
Dessa forma, o benefício da técnica é justamente a identificação precisa da lesão secretora com a possibilidade de cura cirúrgica. Além disso, pode-se evitar um segundo procedimento cirúrgico quando o cateterismo não está viável e os riscos de desencadeamento de Insuficiência Adrenal permanente com a necessidade de reposição contínua dos hormônios que as glândulas adrenais secretam.
“Alguns casos, tratamos com medicação de uso contínuo, portanto, sem a possibilidade de cura, e com a cirurgia SELETIVA (da lesão secretora pelas dosagens realizadas pelo cateterismo) há chances de cura sem Insuficiência Adrenal, ou mesmo uso de medicação continuamente”, frisa a endocrinologista Viviane. Com a nova técnica, há maior precisão do diagnóstico, tratamento mais efetivo e menos risco ao paciente.
Sobre a Ebserh
O HU-UFMA faz parte da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Rede Ebserh) desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Danielle Morais, com edição de Raoni Santos
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh