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Combate à infecção
Campanha de hospital da Rede Ebserh em MG alerta sobre riscos de febre em pacientes sob tratamento oncológico
No paciente oncológico, se a temperatura axilar for maior ou igual a 37,8 graus, ele deverá buscar avaliação médica imediata
Belo Horizonte (MG) – Você sabe o que é neutropenia? Trata-se da redução de um tipo de células de defesa de uma pessoa, muito comum em pacientes oncológicos submetidos a ciclos de quimioterapia. A febre nessas pessoas pode ser um sinal de infecção que, se não tratada rapidamente, pode levar à sepse (infecção generalizada) e, consequentemente, à morte em poucas horas. Para dar visibilidade ao tema e conscientizar pacientes e familiares sobre a importância de buscar atendimento médico de urgência, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, vinculado à Rede Ebserh (HC-UFMG/Ebserh), referência em tratamento oncológico, lançou a campanha “Hora Dourada: cada minuto conta”.
A ação faz parte de uma aliança coordenada pelo hospital norte-americano St Jude Children's Research, que tem como objetivo implementar ações de melhoria nos hospitais participantes de forma que crianças em tratamento quimioterápico recebam antibioticoterapia na primeira hora de admissão hospitalar. Deseja-se também sensibilizar profissionais e familiares para assim otimizar o tratamento da criança com câncer.
A quimioterapia destrói as células doentes e, também, as boas, provocando anemia, fraqueza, palidez, maior risco de sangramento e de infecções. Quanto mais vulnerável está o organismo dessas pessoas, maior é o risco de sepse. “Qualquer sinal ou sintoma de infecção no paciente com neutropenia deve ser prontamente avaliado pelo médico, porém a febre é um alerta para gravidade. No paciente oncológico, se a temperatura axilar for maior ou igual a 37,8 graus, ele deverá buscar avaliação médica imediata”, explicou a pediatra do HC-UFMG e professora da Faculdade de Medicina da UFMG, Camila Cancela.
A ida ao hospital deverá ocorrer de forma imediata, após a identificação da febre. Isso porque, segundo Camila, o início da antibioticoterapia, nesses casos, deverá ser o mais rápido possível. “A administração precoce do antibiótico está relacionada a uma menor mortalidade em crianças em tratamento quimioterápico. O câncer infantil, de uma forma geral, tem grandes chances de cura, mas as infecções podem aumentar o risco de morte desses pacientes”, enfatizou.
Na instituição, os profissionais estão sendo treinados para identificar esse tipo de paciente já durante o acolhimento. Além disso, a campanha “Hora Dourada” criou um cartão para pacientes infantis em tratamento oncológico e risco de neutropenia. O objetivo é facilitar a identificação desses pacientes em caso de urgência médica e encaminhamento imediato para um fluxo de atendimento específico. “Sintomas como tosse, dor abdominal ou diarreia também devem ser valorizados. Na dúvida, melhor buscar ajuda médica”, afirmou o pediatra do HC-UFMG/Ebserh, Cristian Condack.
Com informações do HC-UFMG/Ebserh