Séries Especiais
ESPECIAL DIA DAS MÃES
Camila, maternidade com dedicação
Horário de visita é momento especial de cumplicidade para Camila e Pietro.
A maternidade é um grande ato de entrega. É doar-se constantemente, independente das circunstâncias. É oferta de vida, de tempo, de amor, de cuidados. Assim é como Camila Rodrigues, de 34 anos, mãe de Pietro, de sete anos, e Ana Júlia, de quatro anos, entende a relação com seus filhos. No primeiro momento em que vivenciou a maternidade, abraçou a missão que tinha com seu primogênito, incansavelmente dedicada à sobrevivência dele.
Camila teve um parto prematuro aos sete meses da gestação de Pietro, que nasceu no dia 1º de junho de 2015, em Camaquã (RS). O bebê teve paralisia cerebral por falta de oxigenação, mas ela e o esposo só descobriram o diagnóstico três meses depois, quando buscaram auxílio médico em Porto Alegre para entender a fragilidade na saúde do filho: “Na hora, quando eu soube, parece que se abriu um buraco dentro de mim”.
Com um ano e três meses, Pietro passou a usar uma sonda nasal. Durante a alimentação, os pais tinham um cuidado ainda mais especial, porém, em determinada ocasião, Pietro acabou aspirando 250 ml de leite para o pulmão. Na cidade de origem da família, foi feito o procedimento de desobstrução, mas era preciso uma assistência maior para sua recuperação. “Eu implorei a Deus para que pudesse abrir a porta de algum hospital para ajudá-lo”. E a sua oração foi ouvida. Pietro foi encaminhado para o Hospital Universitário da Universidade Federal de Rio Grande (HU-FURG/Ebserh), em 12 de fevereiro de 2020, distante 193 km de casa. Foram dois meses na UTI, intubação e quatro paradas cardíacas. Um verdadeiro guerreiro amparado por sua mãe destemida, que esteve ao lado em todos esses momentos. E permanece.Ainda houve outro desafio nesse percurso: a pandemia de covid-19, que obrigou a família a estar longe de Pietro por um ano, sem visitá-lo. Ela acompanhava a internação por videochamadas feitas pela equipe assistencial do HU-FURG, segunda família do Pietro, numa tentativa de amenizar a distância. Tempos depois, o menino também passou pelo procedimento de traqueostomia e abertura da sonda gástrica. Pietro ainda depende do respirador, por isso está no Hospital desde então, há mais de três anos.
A cidade que Camila reside fica a cerca de três horas de viagem da unidade hospitalar, mas ela não mede esforços para ver o filho. Todos os fins de semana, a sua agenda tem destino certo, assim como será neste Dia das Mães: ir ao encontro de Pietro, acompanhar seu crescimento, sua recuperação, levando consigo roupas, fraldas, tudo que ele precisa, e o principal, a sua presença materna. Durante todo esse tempo dividida entre duas cidades, ela se multiplica para estar presente na vida do filho, em Rio Grande, e da filha, em Camaquã.
É nesta rotina de sacrifícios e perseverança que se revelam os detalhes do amor incondicional que sente pelos filhos. Ela lembra sempre que Pietro é alegria e força para toda a sua família, sendo impossível não se emocionar com o sorriso e olhar transbordantes que ele possui: “Pietro é uma benção. Eu olho para ele e, quando estou sem forças, é a minha luz. É a estrela do céu nublado”. Assim como ela se sente correspondida pelo amor do filho, Pietro sabe que é amado por uma mãe que ultrapassa fronteiras, todos os dias, por ele.Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh
Por Marcelo Sandes e Marília Rêgo, com revisão de Danielle Campos