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Combate ao câncer
Atendimento a pacientes oncológicos e onco-hematológicos é mantido durante a pandemia no hospital da Rede Ebserh/MEC em SC
Teleatendimento, mudança de espaço físico e de fluxos de conduta fizeram parte das ações desenvolvidas para manter o serviço em operação
Florianópolis (SC) – Mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia, o atendimento a pacientes oncológicos e onco-hematológicos no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, vinculado à Rede Ebserh/MEC (HU-UFSC/Ebserh/MEC) não parou. Os atendimentos continuaram, principalmente pelo perfil dos pacientes, que não podem ter o tratamento contra o câncer paralisado.
De acordo com o chefe da Unidade de Hematologia e Oncologia da instituição, Daniel Silva, as atividades foram adaptadas para proteger os pacientes, evitando que se deslocassem ao hospital sem extrema necessidade de estarem presencialmente. “Em alguns casos, as equipes fizeram atendimento telefônico, por exemplo. Mas nós seguimos atendendo todos os pacientes sem atrasar o tratamento, a menos que houvesse uma indicação (paciente com Covid, por exemplo)”, explicou Silva.
Para aumentar a segurança dos usuários, o setor de quimioterapia passou a atender um prédio fora do hospital. “Houve momentos em a equipe avaliou os riscos e benefícios de algumas condutas, como manter a quimioterapia em pacientes pós-Covid ou com Covid. Passamos a atender em uma área externa para evitar que entrassem no hospital e isso demandou a revisão de alguns fluxos e uma reorganização do serviço. Mais recentemente, voltamos a atender dentro do ambulatório e, com este retorno, buscamos melhorias na estrutura física, reparos e revisão de fluxos para garantir a segurança do paciente”, disse.
O chefe da unidade relata alguns desafios que a equipe enfrentou e vem enfrentando, como a necessidade de garantir a testagem ágil dos pacientes no caso de suspeita de infecção por coronavírus e a sobrecarga de trabalho do setor de saúde devido à pandemia.
Outro problema apontado pelo profissional foi de ordem afetiva, de grande importância para a equipe e para os pacientes atendidos no HU. “Uma questão bem específica que temos que enfrentar é a falta de contato físico. Quando nossos pacientes terminam o tratamento, a equipe de enfermagem tem por hábito dar um abraço coletivo. Mas, durante a pandemia, esse abraço não pode acontecer e é um problema, pois as questões afetivas e emocionais foram bastante afetadas”, descreveu.
Apesar da necessidade do distanciamento físico, a equipe procura manter os pacientes com a autoestima elevada e participa de ações de humanização. “Uma delas é a campanha ‘Vá de Lenço’, quando todos vêm trabalhar com lenços na cabeça para homenagear os pacientes que passam a usar esse adereço durante o tratamento. Também são mantidas todas as orientações para cuidados em casa, especialmente durante a pandemia”.
Daniel disse que, além dos cuidados comuns a todas as pessoas, como manter o distanciamento social, higienizar as mãos e usar máscaras, os pacientes oncológicos e onco-hematológicos são orientados a tomar alguns cuidados específicos. “A gente orienta a cuidar da higienização dos alimentos para evitar uma infecção intestinal, por exemplo, a ingerir líquidos regularmente durante o período de tratamento, evitar exposição ao sol forte, usar protetor solar fator 30 pelo menos, manter atividades físicas, ter uma boa higiene oral para evitar inflamação da mucosa bucal”.
Ele explicou que os pacientes, em razão da doença de base e do tratamento, podem ficar mielosuprimidos, ou seja, com a imunidade mais baixa, o qwue aumenta o risco de infecções. A orientação desses cuidados extras é bastante importante, diz o enfermeiro, ressaltando ainda que outro cuidado básico – o abraço – em breve estará de volta, fortalecendo a equipe e os pacientes.
Sobre a Rede Ebserh
O HU-UFSC faz parte da Rede Ebserh/MEC desde março de 2016. Criada em 2011, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Vinculadas a universidades federais, essas unidades hospitalares têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh/MEC atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
Com informações do HU-UFSC/Ebserh/MEC