Após uma pandemia que afastou homens do consultório, campanha busca conscientizar sobre o câncer de próstata

Brasília (DF) – O Novembro Azul é o mês em que se alerta sobre os perigos dessa que é a segunda principal causa de morte por câncer em homens, atrás apenas do câncer de pulmão.

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, entre 2019 e 2020 houve uma queda de 21% nas biópsias e 27% no exame de sangue que pode identificar o câncer de próstata, doença que deve acometer mais de 65 mil homens no próximo ano.

Entretanto, mesmo com esses números, nem todos os homens procuram ajuda. É o que alerta Marcelo Esteves Chaves Campos, médico urologista do Hospital das Clínicas da UFMG (HC-UFMG/Ebserh/MEC). Segundo ele, a campanha é essencial para buscar uma mudança de atitude diante dos riscos e preconceitos relacionados à enfermidade. “Os homens relutam em realizar o exame de toque retal devido ao preconceito cultural. O preconceito vem diminuindo, mas muitos homens ainda não buscam ajuda no consultório do urologista e geralmente só procuram o serviço de saúde quando perdem sua capacidade de trabalho. Com isso, perde-se um tempo precioso de diagnóstico precoce ou de prevenção”, lamentou Campos.

A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que todos os homens, a partir dos 50 anos, consultem um urologista anualmente para realização do exame de sangue para dosagem do PSA e do toque retal, se necessário. Por ser uma doença cujo estágio inicial não possui sintomas, a ida voluntária ao consultório é muito importante, especialmente se o paciente possui histórico familiar.

Na fase avançada da doença, alguns dos possíveis sintomas são do óssea, incômodos urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.

Ações na Rede Ebserh

Hospitais universitários do Governo Federal por todo o Brasil criaram eventos e organizaram ações e mutirões de consultas, visando a conscientização e cuidado sobre a doença.

No Hospital das Clínicas da UFPE (HC-UFPE/Ebserh/MEC), a campanha “Seja você o herói de sua vida”, realizada pela equipe de técnicos de Enfermagem e enfermeiros da Oncologia em parceria com a Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe), iniciou na segunda (22) de forma itinerante dentro do hospital, com banner de informações detalhadas sobre o assunto e também distribuição de panfletos educativos, doces e laços azuis. “Por meio dessa mobilização, conseguimos derrubar e desmistificar preconceitos que ainda existem na sociedade”, afirmou a enfermeira Ana Karina Galvão, que trabalha no HC.

No próximo dia 28 de novembro, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG/Ebserh/MEC) realizará uma campanha para o atendimento de 500 homens, com idade entre 50 e 75 anos de idade, que passarão por consulta médica com urologistas e realizarão os exames de sangue (PSA) e clínico (toque retal).

O Hospital Universitário Júlio Maria Bandeira de Mello da Universidade Federal de Campina Grande (HUJB-UFCG/Ebserh/MEC) realizou cirurgias e atendimentos urológicos e também campanhas educativas ao longo de dias nas salas de espera e nos corredores da instituição hospitalar, abordando sobre a importância do homem fazer o check-up regular.

Sobre a Ebserh 

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.

Vinculadas a universidades federais, essas unidades hospitalares têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas.

Devido a essa natureza educacional, a os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde da região em que estão inseridos, mas se destacam pela excelência e vocação nos procedimentos de média e alta complexidades.

Com informações do HC-UFMG/Ebserh/MEC; Instituto Nacional do Câncer