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Janeiro branco
Ações realizadas pela Rede Ebserh/MEC buscam conscientizar sobre a importância da saúde mental
Campanhas são momentos importantes para lembrar e refletir sobre diferentes assuntos relacionados ao campo da saúde, como a mental
Brasília (DF) – Problemas de saúde mental têm se tornado cada vez mais comuns em todo o mundo. A ansiedade, por exemplo, atinge mais de 260 milhões de pessoas. Aliás, o Brasil é o país com maior número de pessoas ansiosas; cerca de 9,3% da população, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Novos dados mostram que 86% dos brasileiros sofrem com algum transtorno mental, como a ansiedade e a depressão.
Iniciada em 2014, com o objetivo de chamar a atenção e visibilizar as necessidades relacionadas à saúde mental e emocional das pessoas e das instituições formadas por seres humanos, a campanha Janeiro Branco busca gerar conscientização da população sobre a importância de cuidar da saúde mental em busca de mais qualidade de vida. Isso significa buscar o autoconhecimento, prevenir doenças e criar estratégias.
Ansiedade, depressão, mal-estar psicológico, atraso mental são alguns dos problemas de saúde mental mais frequentes. Ao longo da vida, qualquer pessoa pode ser afetada por problemas de menor ou maior gravidade. As pessoas afetadas por esse problema são, na maioria das vezes, incompreendidas e excluídas devido a falsos conceitos que precisam ser esclarecidos.
“Nessa perspectiva, é vista a necessidade do desenvolvimento de campanhas, como o Janeiro Branco, para combater tabus, mudar paradigmas, orientar os indivíduos e inspirar as autoridades a desenvolver novos meios de facilitação do acesso dos cidadãos ao cuidado mental”, explica a psicóloga do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, vinculado à Rede Ebserh (HC-UFPE/Ebserh), Kátia Oliveira.
Não existindo uma definição oficial para o conceito de saúde mental, de acordo também com a OMS, o termo está relacionado à forma como uma pessoa reage às exigências, desafios e mudanças da vida, e, principalmente, ao modo como harmoniza suas ideias e emoções. Isso também se dá para profissionais de saúde, que lidam o tempo todo com pressões e estresse, ressaltados pela pandemia de covid-19.
“Diante do tempo pandêmico em que vivemos e da realidade de se trabalhar em um hospital, a atenção à saúde mental dos trabalhadores é essencial. Por essa razão, dentre os objetivos da campanha promovida no hospital estão o estímulo à prática do autocuidado entre os profissionais e o incentivo a discussões sobre a importância da saúde mental corporativa”, afirmo o psicólogo do HC-UFU/Ebserh, Alex Miranda.
De acordo com o chefe da Unidade de Saúde Mental do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh), David de Abreu, as campanhas são momentos importantes para lembrar e refletir sobre diferentes assuntos relacionados ao campo da saúde. “Ter um mês dedicado à saúde mental e emocional faz com que este tema se fortaleça e contribua na melhora da qualidade de vida das pessoas e das comunidades. As atividades realizadas durante o Janeiro Branco buscam sensibilizar e criar uma cultura de atenção as questões de saúde mental, tão necessárias e urgentes nos últimos tempos.
A psicóloga Francisca Gisela Andrade, que atua no HU-UFSC/Ebserh, ressalta ainda que momentos de incerteza, como este pandêmico, podem ser bastante ansiogênicos, ocasionando uma instabilidade emocional. “Além desse fator já descrito, muitas pessoas tiveram que lidar com a morte de entes queridos, abruptamente, e sem ter possibilidade de realizar rituais de despedida conforme suas tradições, podendo desencadear um luto complicado”, complementa.
“Nosso corpo fala e muitas vezes nos mostra como está nossa saúde mental. Muitos sinais auxiliam a perceber que a saúde mental pode estar comprometida. Alteração do sono, preocupação excessiva, instabilidade do humor, isolamento social, alteração do apetite, choro constante, perda de interesse em atividades que sempre realizou, dores de cabeça constantes, dificuldade mais intensa de lidar com mudanças, recursos adaptativos fragilizados e inabilidade nas relações interpessoais. Portanto, torno a sobressaltar, quando for percebido alguns desses sintomas, importante buscar ajuda de profissional especializado”, alerta David de Abreu.
Existem diversas possibilidades de auxílio e busca de ajuda. O Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de seus serviços de saúde, é um local central de cuidado, acolhimento e tratamento. Todas as unidades de saúde, localizadas nas diferentes comunidades, estão aptas a ofertar cuidados gerais em saúde mental. Essas são responsáveis por avaliar o grau de sofrimento e iniciar o cuidado em saúde, podendo ser na atenção primária, atenção secundária ou terciária, de acordo com a gravidade e demandas dos sujeitos. Além disso, muitas instituições da comunidade e organizações não-governamentais (ONGs) também realizam ações de cuidado e prevenção, atuando no fortalecimento das relações sociais e comunitárias, e ofertando atividades integrativas realizadas no âmbito do sistema público de saúde. “Estar perto de pessoas próximas em que confie é importante, se precisar, procure um profissional de saúde”, finaliza Gisela Andrade.
Sobre a Rede Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas.
Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde das regiões em que os hospitais estão inseridos, mas se destacam pela excelência e vocação nos procedimentos de média e alta complexidades.
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh/MEC com informações dos HUFs