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JANEIRO ROXO
Ação em hospital da Rede Ebserh em Aracaju terá foco no diagnóstico de hanseníase
Atividade é voltada a pessoas que tenham alguma mancha ou lesão na pele e que achem que a sensibilidade naqueles pontos não esteja normal
Aracaju (SE) – Janeiro foi o mês escolhido para marcar a luta contra a hanseníase, patologia antes conhecida como lepra. Neste mês, o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Hansenologia promovem o Janeiro Roxo, que é uma grande campanha para combater a doença. No período, os serviços de saúde se mobilizam em ações de conscientização e tratamento, visando atingir o maior número possível de pacientes. No Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS), vinculado à Rede Ebserh, a ação ocorrerá no dia 30 de janeiro, das 8h às 12h.
“Essa campanha, que tem foco educativo, está na sua terceira edição no HU. Nosso objetivo é diagnosticar a hanseníase, fazer palestras que expliquem o que é a doença, fazer com que as pessoas conheçam os sintomas e saibam como suspeitar da hanseníase, procurando também um médico para confirmação do diagnóstico”, explica a médica dermatologista Martha Débora Lira, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia em Sergipe (SBD-SE), e que coordena a campanha no HU-UFS/Ebserh em parceria com a também dermatologista Ana Luíza Furtado.
A campanha no HU está voltada a todas as pessoas de Sergipe que tenham alguma mancha ou lesão na pele e que achem que a sensibilidade naqueles pontos não esteja normal. “Geralmente é o paciente com dificuldade para perceber o quente e o frio; que tem dormência nas mãos e nos pés, que, por exemplo, a sandália sai do pé sem que ele perceba. São essas pessoas que devem comparecer ao HU no dia 30, onde receberão diagnóstico e orientação para tratamento”, resume Martha Débora.
Os casos confirmados durante o evento serão encaminhados para tratamento, que poderá ser realizado no próprio HU-UFS/Ebserh, no Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar), ou no posto de saúde mais próximo da casa do paciente. A médica reforça que só devem comparecer ao HU no dia 30 de janeiro aquelas pessoas que suspeitem de hanseníase. Outras doenças dermatológicas não serão abordadas neste dia.
A campanha, que tem participação de dermatologistas do HU-UFS/Ebserh e médicos residentes, é uma parceria entre o Hospital Universitário, SBD-SE e a Secretaria de Estado da Saúde (SES). “Convidamos também estudantes da Liga de Dermatologia da UFS e outros dermatologistas voluntários para esse dia”, complementa Martha Débora.
Doença
A hanseníase é uma doença crônica, transmissível, que se dá pelas vias aéreas superiores de uma pessoa doente, sem tratamento, para outra, após um contato próximo e prolongado, especialmente os de convivência domiciliar. Tem predileção pela pele e nervos periféricos. O tratamento é feito por via oral com uma associação de antibióticos. Contudo, o seu diagnóstico deve ser precoce, a fim de minimizar os riscos da doença.
“Hoje, o Brasil é o segundo país no mundo com a maior incidência de hanseníase, ficando atrás apenas da Índia. Infelizmente, trata-se de uma doença que carrega um grande preconceito. Quando não existia tratamento e os pacientes ficavam com deformidades, a doença era conhecida como lepra. Hoje, esse nome não é mais aceito. Nós queremos desmistificar isso, tirar esse preconceito, mostrar que é uma doença que tem tratamento e que tem cura”, finaliza a médica.
Sobre a Rede Ebserh
O HU-UFS faz parte da Rede Ebserh desde outubro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas.
Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Hospitalar Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.