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SETEMBRO VERMELHO
“Eu não sinto nada” é a pior conduta a se adotar em relação a saúde, diz especialista
De acordo com a SBC, 400 mil pessoas morrem todos os anos com problemas decorrentes de doenças cardiovasculares. Imagem ilustrativa: freepik
Nesta matéria, você verá:
Doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo
Como podemos prevenir ou reduzir a incidência de infarto e insuficiência cardíaca?
Jovens devem estar alertas também para essas doenças
Brasília (DF)- Haja coração! Expressão comumente usada em situações que simbolizam emoções fortes, já que no sentido metafórico ele representa o centro da emoção humana. Mas para a ciência, esse órgão muscular, localizado do lado esquerdo do peito, é o centro do sistema cardiovascular, tendo o importante papel de bombear o sangue para todo o corpo. Haja importância! Seu mau funcionamento traz graves consequências. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), 400 mil pessoas morrem todos os anos com problemas decorrentes de doenças cardiovasculares. Mas você sabia que 80% dos casos são evitáveis?
Para dar visibilidade as principais formas de prevenção, chamar a atenção para os fatores de risco e mostrar que há hospitais preparados para dar o atendimento necessário, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) apoia a Campanha do Setembro Vermelho, promovido em comemoração ao Dia Mundial do Coração (29 de setembro). Esse ano, o tema é “Cada coração importa” e tem como propósito salvar vidas.
Doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo
O professor Associado de Cardiologia e chefe do Serviço de Cardiologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), Aguinaldo F. Freitas Jr, alertou que as doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte em todo o mundo e dentre elas, as mais comuns e letais são o Infarto Agudo do Miocárdio e a Insuficiência Cardíaca.
“O infarto tem como principais causas a obesidade, hipertensão arterial, colesterol alto, tabagismo e outras comorbidades conhecidas da população. O que é importante ressaltar é que você pode ter um infarto sendo magro e com colesterol normal ou praticando atividade física e com pressão normal. Claro que a incidência de infarto nesses grupos é menor, mas não é zero”, frisou.
Aguinaldo acrescentou que algumas explicações para isso é a genética. “Se você tem algum parente com história de doença cardiovascular é recomendado uma avaliação especializada mesmo não sentindo nada, pois o primeiro sintoma pode ser um infarto”, disse.
Já a insuficiência cardíaca é a principal causa de cansaço e inchaço nos pacientes e isso ocorre porque o coração não funciona corretamente, daí o nome insuficiência, orientou o médico. “Ela ocorre por diversos motivos, sendo os principais o infarto prévio, Doença de Chagas e hipertensão mal tratada. Porém, várias outras causas são comuns no dia a dia, como a quimioterapia para o tratamento do câncer, a miocardite e a predisposição genética. Sim, diversos quimioterápicos e até a radioterapia pode causar insuficiência cardíaca”, comentou.
E como podemos prevenir ou reduzir a incidência de infarto e insuficiência cardíaca?
“Controlando fatores de risco, atividade física regular e avaliação especializada. ‘Eu não sinto nada’ é a pior conduta que você pode adotar em relação a sua saúde”, respondeu Aguinaldo. O HC-UFG oferece serviços especializados para tratamento de ambas as doenças, além de arritmias, hipertensão e valvopatias. Tem programas de assistência, ensino e pesquisa em todas as áreas da cardiologia moderna.
O gerente de Atenção à Saúde e cardiologista do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), Luiz Antonio Pertili Rodrigues de Resende, complementou que o check-up cardiológico (avaliação rotineira e sistemática de indivíduos assintomáticos) é importante para identificar fatores de risco a partir da avaliação clínica, exames laboratoriais e de imagem. “O check-up permite que medidas preventivas possam ser introduzidas precocemente. Ele também é importante para a conscientização do indivíduo sobre a sua saúde e sobre o seu importante papel no autocuidado. A periodicidade está condicionada ao estado clínico de cada paciente e deve ser individualizada. Porém, de uma forma geral, para pacientes com boa saúde e assintomáticos, recomenda-se a avaliação anual”, afirmou.
Jovens devem estar alertas também para essas doenças
Segundo o cardiologista Fernando de Martino, do HC-UFTM, nos últimos anos, o número de pacientes jovens com doenças cardiovasculares vem aumentando. “Esse fato guarda relação importante com o estilo de vida atual, marcado pela rotina acelerada e pelo estresse. Assim sendo, os indivíduos têm se exposto a vários fatores de risco muito precocemente como o sedentarismo, o excesso de peso, a má alimentação, o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, entre outros”, alertou. Dessa forma, a medicina preventiva torna-se essencial.
O indivíduo deve passar por avaliação médica sempre que apresentar sintomas como falta de ar, dor no peito, inchaço, tontura, palpitações ou desmaio. “Também está indicada a avaliação médica de rotina nos indivíduos que vão iniciar a prática de exercícios físicos moderados a intensos, sobretudo no âmbito competitivo”, acrescentou a cardiologia, Pâmela Joice Ribeiro de Oliveira Assunção, também do HC-UFTM.
O Hospital de Clínicas da UFTM é referência para o SUS no atendimento em Cardiologia para toda a macrorregião do Triângulo Sul de Minas Gerais (27 Municípios). Presta atendimento ambulatorial e hospitalar de alta complexidade em cardiologia e exames de diagnósticos. É referência para os casos de Infarto Agudo do Miocárdio e AVC da macrorregião. Apresenta serviço de hemodinâmica e cirurgia cardíaca que são a única referência para o SUS na região e está em processo de habilitação para realizar procedimento de TAVI (implante trans cateter de valva aórtica). Ele também se destaca pela participação em pesquisas multicêntricas internacionais.
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Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Danielle Morais
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh