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Novembro Roxo
Profissionais e famílias participaram de evento sobre prematuridade no hospital da Rede Ebserh/MEC no MA
São Luís (MA) – “Falar sobre prematuridade é algo que jamais esperava. Na minha terceira gestação, tive um parto prematuro. Meu pequeno João, 6 meses, ficou quatro meses internado no Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA), três deles na UTI (Unidade de Cuidados Intensivos) e um mês na UCI (Unidade de Cuidados Intermediários). Ele lutou bravamente e hoje sei que foi um milagre de Deus”. Esse depoimento cheio de emoção foi da Silmara Pereira, mãe do João Carlos, que nasceu com apenas 860g e precisou de todo um acompanhamento na Unidade de Cuidados Intensivos Perinatais do HU-UFMA, gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh/MEC).
Assim como ela, muitos são os relatos de mães que vivenciam ou vivenciaram na prática a rotina cansativa e angustiante de ver seu bebê passar mais tempo que o esperado dentro de um hospital, necessitando de cuidados especiais. Para falar sobre esse tema tão importante e destacar que se trata de um grave problema de saúde pública, que no Brasil é responsável pelos elevados índices de morbimortalidade neonatal, a data de 17 de novembro foi escolhida como forma de alertar a população, sendo instituída oficialmente como o Dia Mundial da Prematuridade.
Na manhã de hoje,17, foi realizado um encontro entre os profissionais e as famílias de bebês prematuros no auditório da Unidade Materno Infantil. Além de um bate-papo com o tema "Separação Zero” realizada por profissionais da área, teve exposição fotográfica, painel de recadinho de mãe para mãe, com mensagens de apoio daquelas que já passaram por essa situação, entrega de certificado para os bebês e lanche.
A pediatra neonatologista e chefe da Unidade de Cuidados Intensivos Perinatais do HU-UFMA, Marynea Vale, destaca a relevância de chamar a atenção para a temática. “Hoje é um dia muito especial, um dia internacional para chamar a atenção da prematuridade. Hoje estamos com um auditório bonito, cheio de crianças e famílias, que são verdadeiros milagres, mas infelizmente tem muitos que não tem essa oportunidade. E precisamos falar disso. Precisamos chamar a atenção deste assunto e vocês precisam levar essas informações para os demais familiares, vizinhos. O principal ponto é o pré-natal, é preciso fazer um acompanhamento adequado. Hoje é dia de celebrar a vida e é um momento também de reflexão”.
O HU-UFMA configura-se como um Centro de Referência Nacional do Ministério da Saúde para a Atenção Humanizada ao RN de Baixo Peso – Método Canguru, sendo também o responsável por coordenar os demais centros. A adoção do Método Canguru visa fundamentalmente a uma mudança de atitude na abordagem do recém-nascido e de sua família. Ele tem como característica principal três pilares: a presença da família com a corresponsabilização do cuidado, a atuação da equipe multiprofissional e a garantia do aleitamento materno.
A superintendente do HU-UFMA, Joyce Santos Lages, pontuou a relevância do trabalho desenvolvido e já adiantou que o serviço será agraciado com um prêmio de experiências exitosas em função da Qualineo e do Método Canguru pelo Ministério da Saúde. “Nosso hospital vai receber do Ministério da Saúde essa comenda. Se hoje estamos aqui, se temos uma unidade que é uma referência é porque quem veio antes de nós, trabalhou, produziu e fez com que essa unidade tivesse um caminho que hoje é seguido por todos nós. A história dessa unidade é uma história que se confunde com vidas. Com pessoas que ao longo de sua trajetória investiram amor e trabalho. Quero aproveitar para agradecer a todos os envolvidos, tanto às mães que nos deram a oportunidade de cuidar de seus filhos quanto aos profissionais que são incansáveis”.
“Ter um filho na prematuridade não é algo fácil. A primeira vez que a vi, depois de alguns dias afastadas, porque ela precisou ser transferida para a UTI, e eu permaneci internada no hospital da minha cidade, foi muito forte. A minha primeira reação foi chorar, mas recebi todo o apoio da equipe e a partir do momento que fui compreendendo tudo o que estava acontecendo, finalmente entendi que tinha uma esperança. Graças a Deus hoje ela está bem melhor, está se recuperando, já saiu da UTI, segue na UCI. Cada dia é uma evolução diferente. Ela precisa de mim e vou permanecer forte para apoiá-la em tudo” finaliza Ednilma Braga, 24, mãe da Marina. de um mês de vida e que está internada no hospital desde o dia 12 de outubro.
Sobre a Ebserh
Desde janeiro de 2013, o HU-UFMA é filiado à Rede Ebserh. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Essas unidades hospitalares, que pertencem a universidades federais, têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas.
Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde das regiões em que os hospitais estão inseridos, mas se destacam pela excelência e vocação nos procedimentos de média e alta complexidades.
Com informações do HU-UFMA/MEC