Rede Ebserh participa de estudos nacionais e internacionais sobre o novo coronavírus

Brasília (DF) – Que medicamento tem mais efetividade no tratamento da Covid-19? Quem já teve a doença fica imune? Quais são as formas de prevenção? As dúvidas ainda são várias, mas a Rede Ebserh compõe um esforço nacional para pesquisas visando esclarecer algumas delas nos próximos meses. Estudos que envolvem unidades vinculadas à estatal estão sendo coordenados tanto por hospitais da Rede Ebserh quanto por instituições de pesquisa e hospitais privados do Brasil.

Um deles busca resposta para a pergunta: será que o uso de alguns medicamentos ajuda a reduzir pela metade a taxa de mortalidade dos pacientes que precisam de suporte para respirar? O estudo “HU-COmVIDA: hospitais universitários federais juntos contra a Covid-19” é coordenado pelo Hospital Universitário de Brasília, da Universidade de Brasília (HUB-UnB) e conta com a participação de 19 centros distribuídos em 14 unidades da federação, sendo 17 hospitais da Rede Ebserh.

Serão avaliados 388 pacientes, divididos em quatro protocolos de tratamento, de acordo com o medicamento usado: hidroxicloroquina; hidroxicloroquina combinada com azitromicina; imunoglobulina; e controle, sem uso das medicações anteriores. Independentemente da classificação, todos os pacientes receberão condutas padronizadas para o melhor suporte clínico. “Se conseguirmos demonstrar que as medicações são eficientes, podemos praticamente padronizar um protocolo brasileiro para tratamento da doença”, explica a líder do projeto, Flávia Xavier, chefe da Agência Transfusional do HUB e professora da UnB.

Outras consequências positivas serão a redução do tempo de intubação, internação e oxigenoterapia, liberando leitos de forma mais rápida e reduzindo a sobrecarga dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Por outro lado, caso o estudo mostre que os medicamentos são ineficazes, será possível frear o uso indiscriminado deles, o que impacta no aumento de preços e desabastecimento das farmácias.

Outra pesquisa é o estudo internacional com patrocínio da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Ministério da Saúde (MS), coordenado no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o estudo Solidarity, que conta com a participação de sete hospitais da Rede Ebserh. O estudo visa analisar os efeitos sobre os principais resultados no hospital, utilizando o padrão local de tratamento em comparação com esse mesmo padrão acrescido de um dos quatro agentes antivirais alternativos: Remdesivir, Lopinavir/Ritonavir, Lopinavir/ritonavir + Interferon (1a) e cloroquina ou hidroxicloroquina, conforme orientação da OMS. Serão incluídos adultos (idade 18) hospitalizados com diagnóstico definitivo de Covid-19 e sem transferência prevista para hospitais fora do estudo dentro de 72 horas.

Outros dois hospitais da Rede Ebserh participam da parceria entre o Hospital Israelita Albert Einstein, o Hospital do Coração (HCor), o Hospital Sírio-Libanês, Hospital Moinhos de Vento, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a BP (A Beneficência Portuguesa de São Paulo) e a Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet) junto com o Ministério da Saúde (MS) e apoio da empresa SEM. Essa parceria foi criada para avaliar a eficácia e segurança de potenciais terapias para pacientes com o novo coronavírus. A iniciativa foi nomeada de Coalizão Covid Brasil, e contará com 40 a 60 hospitais do país para realizar algumas pesquisas. Hospitais da Rede Ebserh participarão das pesquisas Coalizão I, Coalizão II, Coalizão III e Coalizão V.

A primeira pesquisa, Coalizão I, envolverá pacientes de menor gravidade internados por Covid-19, com uso de hidroxicloroquina e azitromicina para prevenção de complicações em pacientes com infecção pelo novo coronavírus. A Coalizão II, segunda pesquisa, envolverá casos mais graves, que necessitam de maior suporte respiratório com avaliação da segurança e eficácia clínica da hidroxicloroquina associada à azitromicina em pacientes com pneumonia causada por infecção pelo vírus SARS-Cov2. O terceiro estudo, Coalizão III, avaliará o uso de dexametasona em pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo associada à Covid-19. A Coalizão V, avaliará a hidroxicloroquina para prevenção de hospitalização e complicações respiratórias em pacientes ambulatoriais com diagnóstico confirmado ou presuntivo de infecção pela Covid-19.

Além dessas pesquisas, diversas outras estão surgindo na Rede Ebserh e aguardam aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Os estudos incluem o uso de inteligência artificial para identificar traços pré-existentes em pacientes contaminados, as características clínicas e funcionais de pacientes com Covid-19, dentre outros temas.

Atuação da Rede Ebserh

Desde os primeiros anúncios sobre o Covid-19, a Rede Ebserh tem trabalhando em parceria direta com os ministérios da Saúde e da Educação, com participação nos COEs desses órgãos, e tendo como diretrizes o monitoramento da situação no país e em suas 40 unidades hospitalares.

Tem atuado na realização de treinamento de funcionários da Rede, promoção de webaulas, definição de fluxos e instituição de câmaras técnicas de discussões com especialistas. Promoveu processo seletivo emergencial com a possibilidade de contratação de aproximadamente 6 mil profissionais temporários para o enfrentamento da pandemia

Também disponibilizou R$ 274 milhões para ações contra o coronavírus, recursos do Ministério da Educação (MEC) liberados pela Ebserh de acordo com a necessidade e urgência de cada unidade hospitalar. A verba está sendo utilizada em adequação da infraestrutura, aquisição e manutenção de equipamentos, compra de medicamentos e outros insumos, além de equipamentos de proteção individual.

Em algumas regiões, as unidades da Rede Ebserh têm atuado como hospitais de referência ao enfrentamento do Covid-19, enquanto que em outras, atuam como retaguarda em atendimentos assistenciais para a população, por meio do Sistema Único de Saúde.

Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh