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ACELERADOR LINEAR
Radioterapia do hospital escola recebe acelerador linear
Aquisição do novo equipamento faz parte da solução do Plano de Expansão da Radioterapia no país
O Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE UFPel) recebeu no mês de agosto, um novo aparelho para a Unidade de Radioterapia, o Acelerador Linear. Com o equipamento em funcionamento, o serviço pretende reduzir a fila de espera dos tratamentos de pacientes oncológicos de toda região sul do Rio Grande do Sul.
Em julho de 2018 foi concluída a obra do bunker – sala em que fica o acelerador e que assegura a proteção da radiação emitida pelo equipamento. Ele está localizado no Serviço de Oncologia, na Faculdade de Medicina da UFPel e conta com sistema de blindagem em concreto.
O antigo aparelho de Telecobalto da UFPel deixou de operar em dezembro de 2016. Atualmente os pacientes que necessitam de tratamento são atendidos nos serviços já sobrecarregados da Santa Casa de Rio Grande e do Centro de Radioterapia e Oncologia (CERON) da Santa Casa de Pelotas e, em último caso, encaminhados para Porto Alegre.
A aquisição do novo equipamento faz parte da solução do Plano de Expansão da Radioterapia no país. O programa do Ministério da Saúde tem como principal objetivo suprir vazios assistenciais, demandas regionais, além de investir em novas tecnologias para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com os físicos Luciano Schwanke e Sérgio Otsubo, o Acelerador Linear, modelo CX fabricado pela empresa Varian, será o único equipamento de radioterapia da região com tecnologia Multi-Leaf (colimador de múltiplas folhas). As lâminas Multi-Leaf se movimentam, o que viabiliza aumentar a dose de radiação no tumor sem afetar os tecidos sadios, oferecendo uma enorme precisão, tornando o tratamento contra o câncer mais rápido e com menos efeitos colaterais.
Com esse sistema de tratamento preciso e confiável, o equipamento, conectado ao sistema de gerenciamento ARIA, permite aos médicos o controle do processo do tratamento do começo ao fim. Além disso, com os softwares de planejamento de tratamento e de gestão de informações disponíveis reduz o número de erros, bem como o tempo de tratamento, elevando o número de pacientes que podem ser tratados e com muito mais segurança.
Segundo a Chefe da Unidade de Radioterapia, Cláudia Pizarro, atualmente o equipamento está instalado e iniciando os testes de calibração e controle de qualidade. Vencida essa etapa, será feito o treinamento da equipe, para garantir a melhor precisão de tratamento que o equipamento pode oferecer. Em seguida, serão necessárias as inspeções dos técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e da Vigilância Sanitária Estadual, para a liberação da licença de operação do serviço.
Dessa forma o Serviço de Oncologia do Hospital Escola passará a contribuir para a redução do tempo de início de tratamento do câncer, normalizando o atendimento de radioterapia em Pelotas e região. “Estima-se que o início dos atendimentos no novo equipamento ocorrerá em dezembro, quando todos os testes, treinamentos e autorizações forem concluídos”, finalizou Cláudia.
O Plano de Expansão
O Ministério da Saúde, através da Portaria nº 931 de 10 de maio de 2012, instituiu o Plano de Expansão da Radioterapia no SUS, com o objetivo de articular projetos de ampliação e qualificação de hospitais habilitados em oncologia, em consonância com os vazios assistenciais, as demandas regionais de assistência oncológica e as demandas tecnológicas do SUS.
Com a criação do Plano, o governo brasileiro realizou, em outubro de 2013, a maior compra pública mundial de aceleradores lineares, um total de 80 soluções, sendo 39 projetos de ampliação e 41 novos projetos de criação de serviço de Radioterapia. Com o valor final de R$ 119,9 milhões, o que representou para o Ministério uma economia de R$ 176 milhões, a vencedora do pregão foi a empresa norte-americana Varian Medical Systems, fabricante mundial de dispositivos médicos e de software de tratamento de câncer. Os novos aparelhos garantirão a cobertura de mais 70 milhões de pessoas
Em 28 de setembro de 2017, foi publicada uma portaria que consolidou normas sobre as ações e serviços de saúde do SUS sobre o Plano de Expansão da Radioterapia. Instituições perderam a condição de elegibilidade para o projeto e outras solicitaram exclusão ou foram excluídas por inviabilidade técnica.
Para ampliar o acesso ao tratamento de câncer no país, o Ministério da Saúde redefiniu os serviços para distribuição de 140 aceleradores lineares pertencentes ao Plano de Expansão da Radioterapia. A medida garantirá a cobertura no SUS de mais de 70 milhões de brasileiros. A meta é que até 2019 todos os aparelhos estejam em funcionamento, atendendo 100% do público-alvo. Do total de aparelhos, 36 estão sendo incluídos ao plano, beneficiando diretamente, mais de 18 milhões de pacientes.
A definição dos últimos 36 hospitais no Plano de Radioterapia garantirá que cerca de 18,5 milhões de pacientes tenham acesso ao tratamento Investimento de R$ 163,74 milhões pelo Ministério da Saúde.
Oncologia e Radioterapia
O Centro Regional de Oncologia e Radioterapia (CRO), situado na Faculdade de Medicina, é licenciado junto à Comissão Nacional de Energia Nuclear e atende pacientes oncológicos da comunidade de Pelotas e região sul do Estado. A equipe de profissionais atua no atendimento, planejamento, programação e tratamento dos pacientes oncológicos encaminhados via SUS.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) atua na gestão de hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.
Criada em dezembro de 2011, a empresa administra atualmente 40 hospitais, sendo responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações em todas as unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh.