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TRATAMENTO
Hospital Universitário inaugura ambulatório para tratar tumores de base de crânio no Ceará
Fortaleza (CE) – Os fortes medicamentos para evitar a rejeição do fígado e do rim transplantados acabaram levando o representante comercial Celso Alves Gomes, de 62 anos, a desenvolver câncer de pele. Como buscou tratamento tardiamente, o tumor avançou na testa e no nariz. A solução foi uma cirurgia craniofacial no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), unidade do Complexo Hospitalar da UFC pertencente à rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O hospital passa a ser o único da rede pública do Ceará a contar com um ambulatório específico para tratar tumores de base de crânio.
O cirurgião Márcio Studart explica que, dentro da cirurgia de cabeça e pescoço, o procedimento de base de crânio ou craniofacial é uma área de atuação. “A ideia é tratar tumores que estão entre a face e o crânio”, explica.
Como é uma área que perpassa crânio, face e seus espaços, acaba envolvendo pelo menos três especialidades distintas: cirurgia de cabeça e pescoço, otorrinolaringologia e neurocirurgia. “Aí está a importância do Hospital Universitário Walter Cantídio. Porque aqui temos um centro onde encontramos tudo isso”, pontua Studart.
Câncer de pele avançado é o principal desafio
O principal desafio do novo ambulatório é o tumor de pele avançado. “Infelizmente, o câncer de pele é responsável pelo nosso maior número de cirurgias de base de crânio porque são tumores negligenciados. Às vezes, até pelos próprios médicos. Os tumores chegam avançados, com infiltração de ossos do crânio. Ou seja, o que poderia ser retirado com uma anestesia local nos faz passar de 6 a 12 horas ressecando um câncer de pele avançado”, avalia Dr. Márcio Studart.
Foi o que aconteceu com o “Seu” Celso. Conforme ele conta, tudo começou com um carocinho aparentemente inofensivo na testa. Consultas e exames tardios constataram: câncer de pele já em estágio avançado. Duas cirurgias foram necessárias para tratamento da doença. A primeira, de mais de oito horas, para retirar o tumor e colocar uma tela de titânio em parte da cabeça, além de refazer o nariz e a bochecha esquerda. A segunda, para terminar de refazer o nariz. Mas, para o Dr. Márcio Studart, vale a pena apostar na sobrevida. “Nesses meus quase 10 anos de trabalho aqui e em outros locais, a sobrevida alcança em torno de 60% mesmo nos casos de tumores muito avançados de pele”.
Acesso
O acesso ao ambulatório específico para tratar tumores de base de crânio depende de encaminhamento dos profissionais que trabalham nos ambulatórios afins do Hospital Universitário Walter Cantídio – Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Otorrinolaringologia e Neurologia. “O paciente precisa chegar aqui já referenciado por um especialista, que identificou a demanda e encaminhou para o ambulatório específico”.
O HUWC é um hospital regulado e financiado com recursos 100% públicos, via Sistema Único de Saúde (SUS). Portanto, os encaminhamentos também podem vir de outras unidades da rede pública de saúde.
Com informações do HUWC