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ENSINO E ASSISTÊNCIA
Ebserh recebe missão de solucionar falta de campo de prática em cursos de saúde
Projeto em elaboração deve sanar a falta de hospitais universitários agredir os cofres públicos
Brasília (DF) – Imagine você aprendendo a escrever, mas não tem lápis e caderno para praticar. Esse é o mesmo problema que acontece em relação à formação de parte dos estudantes de cursos da área de saúde, incluindo o de Medicina. Em todo o país, 43 universidades federais com curso superior de Medicina não possuem hospitais para servirem como campo de prática para seus alunos. Mas esse impasse deve, muito em breve, ter um fim. Por iniciativa do Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal que administra uma rede com 40 hospitais universitários federais, está elaborando um projeto para sanar essa deficiência sem agredir os cofres públicos.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira, 18, pelo presidente da instituição, Oswaldo Ferreira, aos reitores das universidades federais durante reunião ordinária da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Para o gestor, integrar hospitais, que atuam como única referência em suas cidades ou regiões, ajuda a solucionar o problema da assistência à saúde, mas não favorece a área de ensino, parte fundamental de um hospital universitário. “Vamos levar uma ação do MEC para todas as faculdades de Medicina, e de saúde em geral, que compõem as universidades federais. Estamos com esse projeto para ser lançado em 2020, quando poderemos oferecer as melhores condições para a formação dos jovens que procuram nossas universidades para se tornarem os melhores profissionais do país”, explicou Ferreira.
O projeto foi solicitado pelo próprio MEC, de forma a atender uma necessidade antiga das universidades. Presente na reunião, o secretário Educação Superior do MEC, Arnaldo Barbosa de Lima Júnior, reforçou a importância da iniciativa. “Com esse projeto, teremos uma nova forma de pensar. Por muito tempo, buscamos soluções públicas para problemas privados; agora, estamos buscando soluções privadas para problemas públicos”. Sobre a Rede Ebserh, Lima Júnior destacou o reflexo positivo na ciência. “Esses hospitais têm impacto importante na produção científica em saúde, com 85% do que é produzido. Estimulamos, inclusive, uma melhor participação das nossas pesquisas no mundo”, afirmou.
O presidente da Rede Ebserh reforçou a abertura ao diálogo e a importância da parceria com as universidades federais. “A Ebserh não está em Brasília, a Ebserh está presente em todo o Brasil, em cada hospital que faz parte da rede. E isso se dá para efeito de gestão, pela delegação de competência. Mas não existe delegação de responsabilidade. Todos os hospitais, sem nenhuma exceção sequer, fazem parte de suas respectivas universidades e somos todos responsáveis por eles, com muito respeito à autonomia universitária, salientou.
João Carlos Salles, presidente da Andifes, observou o avanço no relacionamento entre Ebserh e universidades. “Podemos ter divergências, podemos discordar, debater, mas isso faz parte da virtude do servidor público, assim como a urbanidade”, disse Salles, que também frisou a clareza, respeito e precisão com que as informações sobre a Ebserh têm sido apresentadas pela gestão da instituição. “É sempre um prazer ouvi-lo [referindo ao presidente da Ebserh] pela precisão com que compreende a importância da Ebserh e do sistema de ensino superior federal”, finalizou.
Sobre a Rede Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) administra atualmente 40 hospitais universitários federais, impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas por atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, por apoiar a formação de novos profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a sua natureza educacional, a Rede Hospitalar Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh