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Vem Conhecer uma das atividades centenárias do DNOCS: o peixamento
O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) atua no semiárido brasileiro há 114 anos de modo a apoiar e desenvolver as regiões que sofrem com escassez de água no Brasil. O compromisso é colaborar de maneira integral fornecendo soluções inovadoras para enfrentar os desafios impostos pela seca e condições climáticas adversas.
Nesse contexto, o quadro Vem Conhecer desta quinta-feira (14/09) vai falar sobre uma das atividades centenárias da Autarquia: o peixamento. Você já deve ter visto diversas reportagens sobre peixamentos que estão publicadas no nosso site institucional. O DNOCS vem desenvolvendo essas ações em vários Estados. Pois bem, hoje você vai conhecer mais sobre essa técnica. A prática proporciona o desenvolvimento nos âmbitos econômico e social das regiões nordestinas, contribuindo na qualidade de vida do povo sertanejo. Os objetivos são estimular a produção de peixes, fomentar a pesca sustentável e garantir segurança alimentar.
O peixamento é uma técnica que tem por finalidades o povoamento, repovoamento e estocagem de alevinos que são os chamados filhotes de peixes. A ação é feita, geralmente, em açudes públicos e privados de médio a grande portes. O repovoamento de diversas espécies de peixes é uma grande expressão da atuação do Departamento, devido à numerosa quantidade de peixes distribuídos em todo o semiárido nordestino. Para se ter uma ideia, apenas no ano de 2022 foram distribuídos mais de um milhão de alevinos.
Para o chefe da Divisão de Pesca e Aquicultura do DNOCS, Dalgoberto Coelho, o peixamento é uma prática que além de preservar as espécies locais também mantém o equilíbrio da cadeia alimentar e da variedade biológica da região. Ainda, segundo o engenheiro de pesca Dalgoberto Coelho, o peixamento atende à distribuição de espécies nos diversos níveis tróficos do corpo hídrico, para que haja um pleno aproveitamento da cadeia alimentar daquele manancial.
Desta forma, vale ressaltar que as ações de peixamento não só auxiliam na preservação dos ecossistemas aquáticos, mas também têm um impacto positivo nas atividades econômicas e na qualidade de vida das pessoas que vivem nas proximidades dos açudes. A introdução controlada de espécies de peixes não apenas ajuda a repovoar os corpos d'água, mas também apoia os pescadores artesanais que dependem da pesca como fonte de subsistência para toda a família.
Curiosidades
O autor José Nanges Campos, no livro "A Piscicultura no Polígono das Secas", relata que o primeiro peixamento em açudes, realizado pelo DNOCS, foi em 1933. No livro, ele conta que a prática iniciou-se de "maneira precária”, na qual 85 mandis (espécie de peixe) foram colocados em latas de gasolina, cheias de água, com cerca de 6 a 9 unidades de peixes/por lata. Os mandis foram capturados em lagoas localizadas na Bahia, nas proximidades do povoado de Jatobá, às margens do rio São Francisco, na época distrito de Itaparica. Ainda de acordo com o relato do escritor José Campos, os mandis capturados na Bahia foram distribuídos na cidade de Petrolândia, em Pernambuco. Eles foram transportados à noite, até a cidade de Rio Branco, hoje Arcoverde, numa distância de 120 quilômetros. Sendo esse, o primeiro açude peixado no açude localizado no Campo da Sementeira/PE.
Esse relato demonstra o início do processo de peixamento realizado pelo DNOCS, trazendo para perto a realidade do início de uma das grandes atividades da Autarquia. Nos dias atuais, o DNOCS vem expandindo, cada vez mais, a distribuição de alevinos em açudes, assegurando o desenvolvimento sustentável da população no semiárido nordestino.
Além dos benefícios trazidos à população, a Autarquia em 1945, tornou-se conhecida internacionalmente devido ao processo inovador da hipofisação, que trata de uma técnica usada na piscicultura para obtenção de maturação sexual e desova dos peixes por indução.