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Perímetros Irrigados do DNOCS investem no cultivo da pitaya e produzem cerca de 400 toneladas ao ano
Você conhece a pitaya? Aquela fruta exótica e exuberante? Sabia que ela é produzida no Ceará? A pitaya, conhecida como “fruta dragão”, em razão da casca com escamas bem salientes, é cultivada em climas semiáridos há alguns anos e atualmente tem uma ótima adesão no estado do Ceará. Hoje vamos te levar pra conhecer a produção dessa fruta de encher os olhos nos perímetros irrigados do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS).
Dois perímetros irrigados, sob jurisdição do DNOCS, possuem produção de pitaya, que, inclusive, abastece o mercado interno e externo, são eles: Perímetro Irrigado Tabuleiros de Russas e Perímetro Jaguaribe-Apodi. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a pitaya é uma Cactácea de clima subtropical, com origem em florestas tropicais e subtropicais. Devido a essa procedência, hoje a fruta é comercialmente expressiva, com ótima produtividade em locais com temperaturas entre 20 a 30 °C e precipitações de 1.200 a 1.500 mm/ano.
No Brasil, ainda considerada uma fruta exótica por ser exuberante e pouco conhecida, é comercializada com alto valor. Para o manejo e tratos culturais é necessário bastante conhecimento para se tornar uma área com viabilidade econômica.
No Perímetro Irrigado do DNOCS Jaguaribe-Apodi, localizado na divisa entre os estados do Rio Grande do Norte e do Ceará, a fruta é produzida em 56 hectares, o que gera uma produção de 34 toneladas por mês. De acordo com o gerente-executivo da Federação das Associações do Perímetro Irrigado Jaguaribe Apodi, Luíz Felipe Santiago, as pitayas são plantadas por meio de mudas de cladódios que são caules que se parecem com folhas, comumente são verdes e achatados. Ele nos explica ainda que as mudas são transplantadas próximas às estacas de tutoramento (técnica na qual as plantas são amarradas verticalmente). No local são plantadas, geralmente, de três a quatro cactáceas, por estaca, em um arranjo inclinado para as laterais, por meio de podas.
Luiz Felipe destaca como se dá o cultivo, desde a plantação até a colheita. “Avaliando os melhores cladódios e observando a saúde da planta, até que hajam brotos frutíferos, ocorre a seleção dos brotos para um bom desenvolvimento do fruto. Do seu broto à aproximadamente 55 dias a flor se abre no período da noite para que ocorra a polinização e pegamento dos frutos. Na manhã seguinte a flor murcha e o fruto se desenvolve acumulando açúcares e amadurecendo até o ponto de colheita”.
Saindo da Chapada do Apodi e seguindo para a região Jaguaribana, o Perímetro Irrigado Tabuleiros de Russas possui 16,8 hectares de plantação de pitaya. Toda a produção tem selo orgânico certificado que garante ao consumidor que a fruta não foi produzida com adubação química e não utiliza agrotóxicos. De acordo com a produtora de pitaya no Perímetro Irrigado do DNOCS Tabuleiros de Russas, Gislane Oliveira, “Este selo vale aqui no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos. Essa certificação não significa apenas que não usamos produtos químicos na plantação, quer dizer também que todos os produtos utilizados no processo precisam ser orgânicos. Não posso, por exemplo, usar qualquer esterco para adubar, preciso saber como essa vaca foi criada, se o capim que ela comeu também não tinha nenhum resíduo químico. Toda a procedência importa e é necessário comprovar.”, explica.
Gislane Oliveira explica ainda que passou a cultivar a fruta pelo nicho do mercado e por se adaptar fácil às infraestruturas existentes na propriedade (antigas áreas de uva) e hoje produz 20 toneladas ao ano. Segundo ela, “A pitaya é uma fruta exótica e tem um nicho de mercado muito específico, sofrendo muitas oscilações de demanda e preço ao decorrer do ano”.
O chefe da Divisão de Tecnologia de Operações Agrícolas do DNOCS, Ednir Menezes, explica a diferença da produção dos dois perímetros. “Jaguaribe-Apodi está em franca produção, pois é uma área que é plantada há oito anos. Já em Tabuleiros de Russas temos um plantio relativamente novo. Daqui dois ou três anos, teremos uma produção bem maior”.
Vale ressaltar também que a pitaya possui variações de aparência. Algumas têm casca vermelha e polpa branca, outras cascas e polpas vermelhas, e ainda têm aquelas que possuem casca amarela com espinhos e polpa branca. Por causa das qualidades nutricionais, a fruta tem conquistado muitos consumidores em várias partes do mundo. A produção de Tabuleiros de Russas, por exemplo, abastece tanto o mercado interno, como o externo. Boa parte da produção segue para os Estados Unidos e a Europa.
CURIOSIDADES SOBRE OS BENEFÍCIOS DA PITAYA
Segundo a Embrapa, a fruta tem importante propriedades funcionais como:
- Melhora as defesas do organismo por possuir vitaminas, Cálcio, Ferro e Fósforo.
- Bom para o coração pois aumenta o colesterol bom e diminui o ruim
- Rica em antioxidantes
- Ajuda no combate à diabetes
- Propriedades anti-inflamatórias
- Propriedades antimicrobianas
- Excelente fonte de fibras
SAIBA MAIS
Os perímetros irrigados são uma alternativa para o desenvolvimento do semiárido, por meio de produção rural, geração de emprego e renda para o sertão. O Perímetro Irrigado Jaguaribe-Apodi que está localizado na Chapada do Apodi, no Estado do Ceará, mais precisamente no município de Limoeiro do Norte, tem área total do projeto é de 9.745 hectares, dos quais, 5.393ha são irrigáveis. As principais culturas em produção do Jaguaribe-Apodi são de banana, pitaya, mamão, manga, goiaba e coco, além das culturas temporárias como soja, milho, feijão e sorgo. O perímetro gera cerca de 3.200 empregos diretos.
Já o Perímetro Irrigado Tabuleiros de Russas está localizado nos municípios de Russas, Limoeiro do Norte e Morada Nova, mais precisamente no baixo vale do Jaguaribe, na chamada zona de Transição Norte dos Tabuleiros de Russas. O perímetro tem uma área total de 18.266 hectares e também gera cerca de 3.200 empregos diretos. Possui produção de pitaya, banana, acerola, uva, goiaba, cacau, entre outros.
Serviço de Comunicação Social
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