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Compost Barn: DNOCS aposta em sistema inovador
Você já ouviu falar em Compost Barn? Sabe como esse sistema pode impactar no leite que chega à sua mesa? O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) te apresenta no quadro Vem Conhecer de hoje, essa técnica inovadora e sustentável que vem ganhando espaço, principalmente pelas vantagens que apresenta e foi implantada há 11 meses no Perímetro Irrigado Jaguaribe Apodi sob o gerenciamento do DNOCS.
O Sistema Compost Barn, também conhecido como celeiro de compostagem, é uma instalação agrícola projetada para proporcionar um ambiente confortável e saudável para o gado leiteiro. Consiste em um galpão onde as vacas ficam alojadas com foco no bem-estar animal. Por conta disso, são disponibilizadas camas de maravalha (raspas de madeira) para que as vacas possam descansar e dormir, além de ventiladores e linha de aspersão para resfriamento dos animais.
De acordo com Victor Raphaell, CEO de uma empresa agropecuária instalada no Perímetro Irrigado Jaguaribe Apodi, este sistema permite que os animais tenham mais conforto, acarretando em maior produção e qualidade do leite, melhorando os índices reprodutivos e sanitários. “Além disso, existe uma estrutura para tratamento de dejetos, separando os sólidos dos líquidos, onde o primeiro é lançado nas áreas de lavoura com auxílio de tratores e o segundo é introduzido através de fertirrigação por meio dos pivôs centrais, tendo ganhos com cuidado com meio ambiente e redução da utilização de fertilizantes industrializados”, explica o produtor.
Introduzido no Brasil há cerca de 10 anos, o sistema inovador desenvolvido dentro do perímetro do DNOCS é uma técnica utilizada há pouco tempo na região Nordeste. Victor Raphaell explica que a implantação desta técnica na Chapada do Apodi se deu motivada pelo aumento da produção e bem-estar dos animais. A localização também foi importante, visto que a região é a principal produtora de silagem de milho, alimento base para nutrição dos animais no sistema de Compost Barn. “Esses motivos fazem com que os riscos do negócio da pecuária de leite sejam diminuídos e tenhamos certeza maior quanto à prosperidade da atividade”, esclarece.
O produtor afirma que os animais oriundos do sistema de pastejo irrigado produziam uma média de 15 litros por dia e hoje já alcançaram um pico de produção de 31 litros diários, ou seja, mais do que dobraram a produção em menos de 12 meses. Além do ganho econômico, e da melhor qualidade do leite, devido ao maior conforto dos animais, o sistema proporciona também uma melhoria nas condições de trabalho. Somente no ano passado, a empresa produziu mais de 5 milhões de litros de leite e faturou mais de R$15 milhões.
Atualmente, a produção leiteira no Perímetro Irrigado Jaguaribe Apodi gera cerca de 100 empregos diretos e indiretos. Estes colaboradores tiveram o dia a dia facilitado depois da instalação do Compost Barn, pois o manejo foi modificado. Antes o colaborador precisava percorrer longas distâncias a cavalo, na área de pastagem, sob sol ou chuva, com a mudança do sistema, o acompanhamento dos animais passou a ser feito a pé, em área bem menor e sombreada. O cuidado e a ordenha passaram a ser realizados em metade dos animais de antes, visto que o gado leiteiro do Compost Barn produz o dobro em comparação aos animais no pasto. Além disso, o gado adoece menos e tem melhores taxas reprodutivas, diminuindo consideravelmente o trabalho a ser executado pelas equipes.
SAIBA MAIS
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a cadeia produtiva do leite é uma das mais importantes atividades econômicas do Brasil, com grande impacto na geração de emprego e renda. A produção de leite envolve mais de um milhão de produtores no campo, além dos milhões de empregos em outros segmentos da cadeia. Em 2019, o valor bruto da produção primária de leite atingiu quase R$ 35 bilhões, o sétimo maior dentre os produtos agropecuários nacionais (BRASIL, 2020). Já na indústria de alimentos, esse valor mais do que duplica, com o faturamento líquido dos laticínios atingindo R$ 70,9 bilhões, atrás apenas dos setores de derivados de carne e beneficiados de café, chá e cereais (ABIA, 2020).