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Tambaqui: visibilidade econômica que atrai grandes potências
DNOCS apresenta detalhes do peixe que vem ganhando espaço e visibilidade nacional, principalmente, pelo trabalho com o couro
Certamente você já ouviu falar do peixe tambaqui. Caso não, que tal conhecer uma das espécies mais produzidas no Brasil? Vamos te apresentar detalhes do peixe que vem ganhando espaço e visibilidade nacional por ser um produto que atrai, economicamente, grandes potências. Ao longo dos anos, o tambaqui vem agregando força no segmento da piscicultura nacional.
De acordo com os dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o tambaqui teve, em 2020, cerca de 100 mil e 500 toneladas produzidas que geraram R$ 782,6 milhões de reais na economia do país. A espécie se sobressai, principalmente, na região Norte, que no mesmo ano (2020) respondeu por 73% da produção nacional e gerou 72,1% dos valores financeiros envolvidos.
O potencial econômico do tambaqui é caracterizado pela alta rentabilidade e não se restringe à comercialização da carne branca, apreciada no mercado internacional. Um dos destaques é o couro do peixe que também serve para venda. A partir do material são desenvolvidos calçados, bolsas e outros produtos produzidos como uma manta que, dependendo do tipo de acabamento, pode custar entre 140 e 180 dólares, segundo a Embrapa e a Universidade de São Paulo. Esse valor é referente à manta confeccionada com a pele de aproximadamente 24 tambaquis, tendo em média 100 cm x 60 cm.
O crescimento da aquicultura brasileira, real acionada ao tambaqui, é contínuo. De 2005 a 2017 foi registrado aumento anual de 8,87% na produção, passando de 257 mil toneladas, em 2005, para mais de 691 toneladas, em 2017. Esses foram dados apontados também pela Embrapa.
Nesse contexto, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) desenvolve um trabalho constante e direcionado à produção de tambaqui. De acordo com a responsável pela tecnologia do pescado, nutrição de peixe e capacitação do Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von Ihering, do DNOCS, Socorro Chacon, “O curtimento da pele do tambaqui é feito pelo método natural usando cascas de vegetais e ensinamos aos que trabalham com artesanato na região”.
Por não se reproduzir de forma natural, a espécie é produzida em cativeiro pela técnica de hipofisação artificial, usada na reprodução artificial de peixes que visa a otimização da produção em escala comercial. O couro do tambaqui é curtido com a mesma qualidade de qualquer outro couro curtido. Quem relata é a Chefe do Serviço de Fomento e Produção da Divisão de Pesca e Aquicultura do DNOCS, Daury Gabriel de Sousa.
De acordo com o Chefe da Divisão de Pesca e Aquicultura do DNOCS, Dalgoberto Coelho de Araújo, o peixe tambaqui também é cultivado nos estados do Piauí e Maranhão indo até o Amazonas e demais estados da região Norte, com alguma participação no sul e sudeste do país. Segundo ele, o peixe criado em tanques tem a característica de engordar muito, além disso é conhecido, em referência ao tamanho, como Ruelo que são os exemplares com até 2 kg, e Curumim até 400g. Dalgoberto Araújo ressalta que sobre a produção de produtos artesanais, com o couro da espécie, ainda há pouco desenvolvimento na região, por isso, é fundamental explorar e impulsionar o segmento.
SAIBA MAIS
Apesar de ser um produto economicamente rentável para o mercado nacional, cerca de 300 mil peles de peixes são desperdiçadas todos os dias no Amazonas, mas esse cenário tende a mudar à medida que as pesquisas de aproveitamento do couro avançam e os produtores conhecem mais sobre essa alternativa sustentável de renda. Iniciadas há cerca de 10 anos, no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), as pesquisas atraem investimentos diversos, como a inauguração das novas instalações do Laboratório de Fisiologia Aplicado à Piscicultura (Lafap), em Manaus.
O tambaqui é o segundo maior peixe de escamas de água doce da América do Sul. A espécie é encontrada, principalmente, nas bacias dos rios Amazonas e Orinoco, sendo este último um dos principais rios da América do Sul.
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