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Pescadores Artesanais: conheça o trabalho desses profissionais que vivem da pesca e mantêm uma relação de carinho com a natureza
Atualmente, existem cerca de 1 milhão de pescadores artesanais no Brasil
Pescador artesanal há 37 anos, no município de Jaguaribara, no Ceará, Raimundo Nonato aprendeu a pescar aos 9 anos com o seu pai, Manoel. “A minha família vem de família de pescadores, do meu avô passou pro meu pai que passou pra mim”, relatou o sr. Raimundo. Ele conta que sai de casa todos os dias, depois do almoço e volta no fim da tarde com os peixes que conseguiu durante a pesca. “A gente vive diretamente da pesca, tem dia que dá e tem dia que não dá nada, né? Daí a gente volta pra casa, tira para consumo e o que sobra a gente vende na rua, de porta em porta. Dá pra tirar uma renda de mais ou menos um salário mínimo, por mês”, afirma o sr. Raimundo.
Assim como Raimundo Nonato, de acordo com dados do Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP), no Brasil existem mais de 1 milhão de pescadores artesanais credenciados. Apesar do termo “pescador artesanal” ser bastante conhecido, ainda não existe uma definição perfeita. Basicamente, a pesca artesanal é uma atividade realizada por pessoas que vivem em comunidades e que realizam pesca em pequena escala, sem visão comercial e/ou de exportação de grandes proporções. Eles pescam apenas para o consumo da própria família e para vendas locais. Os equipamentos utilizados por esses pescadores são de baixo nível tecnológico como linhas, anzóis, varas de pesca, pequenas canoas ou botes, tarrafas e redes.
De acordo com o chefe do Serviço de Controle e Monitoramento Estatístico do DNOCS, Crisanto Lopes de Oliveira, “Esse tipo de pescador não pesca em grande quantidade e não possui linha de produção, é algo artesanal mesmo, porque eles não sabem qual peixe vão pescar no dia, pode ser tilápia, curimatã (...) pescam no açude depois vendem o peixe para quem quer comprar. E eles não beneficiam o peixe, ou seja, não tiram escama e não cortam. Eles vendem o peixe inteiro mesmo”, explica.
Os pescadores artesanais possuem uma relação direta com a natureza para sobreviverem. Por isso, acabam desenvolvendo conhecimentos específicos e importantes sobre os ambientes em que trabalham, sendo estes, normalmente, nas proximidades da costa, nos rios, lagos e açudes. Com esse conhecimento e experiência, eles conseguem saber a melhor época para realizar pescas maiores. “Nessa época do ano encontramos mais dificuldade em pescar por causa do tempo mais frio, os peixes voltam para água funda e a pesca não é boa, a época boa é de agosto pra frente”, relatou o pescador artesanal, Raimundo Nonato.
Apesar das batalhas diárias travadas pelo sr. Raimundo Nonato, o sorriso no rosto daquele que vive da pesca artesanal é evidente. Um trabalho árduo que ele tem orgulho. Hoje, Raimundo Nonato é presidente da colônia de pescadores artesanais e aquicultores de Jaguaribara. A segunda casa dele, é o Açude Castanhão. O ofício aprendido com o pai, quando ele era apenas uma criança, é levado no coração e repassado de geração em geração.
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