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Nossas Histórias
Perímetro Irrigado Baixo Acaraú: a história do desenvolvimento da região pelas obras do DNOCS
A agricultura irrigada é uma das principais atividades socioeconômicas para o desenvolvimento da região Nordeste, que tanto sofre com a escassez de água, pela ausência de chuvas. A implantação de projetos de irrigação na região, permitiu o desenvolvimento de cultivos intensivos de alta produtividade, gerando emprego e renda no semiárido brasileiro. É uma parte dessa narrativa que vamos contar hoje no quadro Nossas Histórias, a partir da trajetória do Perímetro Irrigado Baixo Acaraú.
As ações do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) na bacia do rio Acaraú tem início nos idos de 1907, com a construção do açude público Acaraú-Mirim, barrando o rio do mesmo nome, com capacidade de 52,76hm3. No decorrer dos anos, incorporaram-se à infraestrutura hidráulica da bacia novos açudes, públicos e privados, merecendo destaque os açudes Forquilha Aires de Sousa no rio Jaibaras, e Araras (Paulo Sarasate).
Os trabalhos de reconhecimento geral da bacia, visando o seu aproveitamento hidroagrícola, foram iniciados em 1968, pela Missão Hidrológica Alemã, em convênio com a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), a qual indicou ocorrências de solos irrigáveis nas proximidades do açude Araras. Em 1972, a SUDENE realizou levantamento pedológico de reconhecimento de uma mancha de solos a oeste do açude, cobrindo uma superfície geográfica de 106.900 hectares (ha). No ano de 1973 o "Vale do Acaraú" passou a figurar entre as áreas prioritárias do POLONORDESTE, face aos resultados do já citado levantamento.
Continuando a série de estudos preliminares na bacia, o DNOCS, no ano de 1973, assinou convênio com a Superintendência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (SUDEC), a qual executou levantamento de reconhecimento, cobrindo 522.230ha, e que confirmou as indicações dos trabalhos anteriores, permitindo que o DNOCS, no ano 1976, colocasse em licitação a elaboração de um Plano Diretor para uma área de 170.000ha, bem como de Estudo de Viabilidade e Projetos Básicos e seu detalhamento para uma área de 15.000ha. Tal superfície foi fixada com base na suposta capacidade de regularização do açude Araras.
A SEEBLA - Serviço de Engenharia Emílio Baumgart Ltda, foi quem elaborou o Plano Diretor, em 1977, em 5.222km, representando 36,2% do vale do Acaraú, o qual apontou solos de condições favoráveis para irrigação nas proximidades do açude Araras, na vizinhança da cidade de Sobral e no baixo vale do rio, iniciando-se ligeiramente a montante do município de Morrinhos, até o município de Acaraú.
Em 1987, o Consórcio TECNOSOLO/EPTISA, por ocasião do programa Nacional de Irrigação - PRONI, elaborou os "Estudo de Viabilidade do Projeto Baixo Acaraú", numa área total de 40.000ha, chegando-se a 30.000ha de área útil irrigável. A área está localizada na margem direita no final da bacia do rio Acaraú, com altitude variando entre 40m e 50m.
Os municípios que compõem a área do projeto são: Acaraú, Bela Cruz, Marco, Morrinhos e Santana do Acaraú. Em 1985, a população da região do projeto foi estimada em 155.700 pessoas, com densidade demográfica de 30,11hab/km. A principal atividade econômica da região era a agrícola, destacando-se as culturas de algodão, mandioca, banana, mamona, milho, feijão e cana e o cultivo de pastagens como apoio à pecuária dominantemente bovina da qual resultava a produção de laticínios.
O extrativismo de oiticica, carnaúba e caju representa papel importante na economia. A pesca artesanal nos açudes era apreciável e em Acaraú era praticada a pesca marítima em escala industrial.
A implantação do perímetro irrigado foi iniciada em 1983, enquanto os Serviços de Administração, Operação e Manutenção da Infraestrutura de Uso Comum tiveram início no ano de 2001.
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