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Outubro Rosa: importância da prevenção e cuidados no câncer de mama
Encerrando as ações do Outubro Rosa, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) traz uma entrevista exclusiva com a enfermeira oncológica Renata Leite, e a enfermeira da Associação dos Servidores do DNOCS no Estado do Ceará (ASDEC), Vanessa Pinheiro, que compartilham orientações essenciais sobre o câncer de mama. Nesta conversa, Renata e Vanessa destacam os principais sinais e sintomas que podem indicar a doença, a importância da detecção precoce e os desafios enfrentados durante o tratamento. Além disso, elas falam sobre o importante papel da equipe de enfermagem no acolhimento das pacientes e oferecem conselhos para que familiares e amigos possam apoiar com empatia e compreensão.
1. Quais são os principais sinais e sintomas iniciais do câncer de mama que as pessoas devem ficar atentas?
Renata: Alguns sinais são bem perceptíveis, como nódulo ou caroço na mama, a pele da mama com aparência de casca de laranja, inversão do mamilo, pele retraída, feridas que não cicatrizam na região da mama e mamilo, saída espontânea de secreção dos mamilos e crescimento de veias.
2. Como a detecção precoce pode impactar o tratamento e as chances de cura do câncer de mama?
Renata: A detecção precoce aumenta em até 90% a chance de cura, impactando positivamente a qualidade de vida dos pacientes.
3. Quais são os exames mais recomendados para rastreamento e diagnóstico do câncer de mama? A partir de que idade eles devem ser realizados?
Renata: Os exames mais recomendados são ultrassonografia mamária e mamografia, em alguns casos é recomendado ressonância de mama. A idade indicada para a realização dos exames, pela Sociedade Brasileira de Mastologia, é que a partir dos 40 anos. Antes dos 40 anos é bom fazer anualmente um ultrassom e um exame individualizado, mas geralmente a cada consulta com ginecologista é feita a solicitação.
4. Quais são os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama?
Renata: Como o papel da enfermeira oncológica é fundamental no cuidado com pacientes que enfrentam o câncer de mama?
O câncer de mama não tem única causa, hoje tem se falado muito sobre o estilo de vida, sobrepeso ou obesidade, sedentarismo, uso excessivo de álcool e cigarro, alimentação pobre em verduras e frutas. Fatores hormonais onde pode-se destacar menarca precoce e menopausa tardia. Não ter tido filhos, não ter amamentado. Uso prolongado de anticoncepcional, além de fatores genéticos e hereditários.
O papel da enfermeira oncológica é importante pois ela que vai informar e acompanhar desde o início do seu diagnóstico até a sua alta, mantendo um elo entre o paciente e a equipe multidisciplinar que o atende.
5. Quais são os maiores desafios enfrentados pelas pacientes no processo de tratamento e como a equipe de enfermagem pode ajudar a superá-los?
Renata: Na minha percepção, o maior desafio é o medo do desconhecido, escuto muito na minha realidade os pacientes dizerem: “Nossa, fazer quimioterapia não é como eu imaginava”. E eu sempre pergunto como o paciente imaginava? Aí eles falam muito que imaginam um local cheio de gente quase morrendo, vomitando e sofrendo. Superar esse medo ajuda bastante.
6. Quais orientações você daria para mulheres que estão no início do tratamento contra o câncer de mama?
Renata: Procure se informar com a equipe que está cuidando de você, nada de ficar procurando respostas no Google ou se comparando ao caso de alguém que você conhece. Procure cuidar da sua mente, faça atividade física conforme for possível.
7. Como a conscientização sobre o câncer de mama pode ajudar na prevenção e no diagnóstico precoce?
Renata: Essa proposta vem para a mulher passar a conhecer o seu corpo e procurar ajuda profissional assim que perceber que tem algo de diferente.
8. Que conselhos você daria para os familiares e amigos das pacientes sobre como oferecer apoio durante o tratamento?
Renata: Eu diria a eles que o início de um tratamento oncológico não é o fim e sim o recomeço para uma vida. Também diria aos amigos que deixassem a paciente livre, pois tem dias que eles querem todos ao redor dele, porém tem dias que nem eles mesmo se suportam, quem dirá suportar alguém do lado perguntando se eles estão bem de 5 em 5 minutos. Tudo é uma questão de empatia.
9. Você pode compartilhar rapidamente alguma história inspiradora de superação de uma paciente com câncer de mama que impactou sua trajetória profissional?
Renata: Tenho uma história maravilhosa de uma paciente que descobriu um câncer de mama aos 32 anos, o filho dela na época tinha apenas 2 anos e o maior medo dela era não ver o filho crescer, porém ela fez o tratamento dela e hoje se encontra curada e participa de rodas de conversa comigo trazendo a história de superação dela.
10. Quais são as principais dúvidas ou medos que as pacientes costumam ter ao receber o diagnóstico, e como a equipe de enfermagem ajuda a lidar com isso?
Renata: Medo de que o cabelo caia durante a quimioterapia, medo por ter que fazer a retirada da mama, medo de morrer, de não dar certo, dos efeitos colaterais e da aceitação.
11. Existem hábitos ou mudanças no estilo de vida que podem reduzir o risco de desenvolver câncer de mama?
Renata: Sim, alimentação saudável com uma dieta rica em frutas e verduras; atividade física regular pelo menos 150 minutos semanais; manter o peso corporal adequado, pois o excesso de peso está associado a um risco maior; não fumar; entre outros que ajudam a manter uma vida saudável.
12. Como a ASDEC orienta os servidores sobre a importância da detecção precoce do câncer de mama?
Vanessa: A Asdec orienta algumas estratégias para a detecção precoce do câncer de mama que são: o diagnóstico precoce (abordagem de pessoas com sinais e/ou sintomas iniciais da doença) e o rastreamento precoce de exames (aplicação de teste ou exame numa população sem sinais e sintomas sugestivos de câncer de mama, com o objetivo de identificar alterações sugestivas de câncer e encaminhar as mulheres com resultados anormais para investigação diagnóstica!
13. Existe algum apoio psicológico oferecido pela ASDEC para servidoras que estão enfrentando ou já enfrentaram o câncer de mama?
Vanessa: O apoio que a Asdec oferece é de orientação da equipe de enfermagem no quesito da prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama e apoio psicológico em relação ao enfrentamento do diagnóstico de Câncer de Mama.
14. Como os servidores podem se envolver na campanha do Outubro Rosa e apoiar colegas e familiares?
Vanessa: Adquirindo informações e repassando para os colegas, dando apoio à prevenção e detecção do Câncer de Mama!
15. Que orientações podem ser dadas para a autoavaliação e detecção precoce em casa?
Vanessa: É importante toda mulher com 40 anos ou mais de idade deve procurar um ambulatório, centro ou posto de saúde para realizar o exame clínico das mamas anualmente, além disso, toda mulher, entre 50 e 69 anos deve fazer pelo menos uma mamografia a cada dois anos. O serviço de saúde deve ser procurado mesmo que não tenha sintomas!
O autoexame das mamas é realizado pela própria mulher, apalpando os seios, ajuda no conhecimento do próprio corpo, entretanto, esse exame não substitui o exame clínico das mamas realizado por um profissional de saúde treinado. Caso a mulher observe alguma alteração deve procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo de sua residência. Mesmo que não encontre nenhuma alteração no auto-exame, as mamas devem ser examinadas uma vez por ano por um profissional de saúde!
16. Existe alguma orientação específica sobre como as servidoras podem acessar os serviços de saúde oferecidos pela ASDEC para a prevenção do câncer de mama?
Vanessa: Sim, se associando e usufruindo dos serviços de saúde da ASDEC.