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Acumulação nos açudes do DNOCS nos estados do Nordeste varia de 13 a 45 por cento
O estoque de água nos 320 açudes monitorados pelo Departamento Nacional de Obras
Contra as Secas (DNOCS) já está abaixo da metade da capacidade dos reservatórios
em todos os estados do Nordeste, em média. Os dados coletados até 15 de janeiro
deste ano pelo Serviço de Monitoramento do DNOCS apontam a Paraíba com 16 por
cento, Pernambuco com 13 por cento, Piauí com 33 por cento e os açudes do Ceará
estão com 31 por cento da capacidade.
Na média, os açudes do Rio Grande do Norte acumulam 32 cento da capacidade; os
de Sergipe 34 por cento e de Alagoas com 39 por cento. O percentual médio de
acumulação na Bahia é de 41 por cento, no Maranhão de 45 por cento e no Norte de
Minas Gerais chega a 26 por cento.
Em volume de água armazenado, o Ceará lidera com 5 bilhões de m³, seguido pelo
Rio Grande do Norte com 999,5 milhões de m³; o Piauí com 484 milhões de m³; a
Paraíba com 624 milhões de m³ e o Maranhão com 480 milhões de m³. A Bahia tem em
estoque 471 milhões de m³; Pernambuco 226 milhões de m³; Alagoas 24 milhões de
m³ e Minas Gerais com 2 milhões de m³.
O chefe do Serviço de Monitoramento dos Reservatórios do DNOCS, André Mavignier,
observa que as chuvas da pré-estação até agora não garantiram nem uma pequena
recarga dos açudes. Segundo ele, a situação no Ceará, que depende exclusivamente
dos açudes, não é boa. Como exemplo, cita que o açude Castanhão está com menor
nível desde que encheu em janeiro de 2004, hoje com 2,6 bilhões – 39 por cento
da sua capacidade.
A queda do nível em 58 açudes do Nordeste já chegou ao que é considerado volume
morto. O maior número nesta situação - 17 reservatórios - fica no Ceará; 15
estão no Rio Grande do Norte; 10 na Paraíba; 6 no Piauí; 4 em Sergipe; 3 em
Minas Gerais e 1 em Alagoas, Bahia e Pernambuco.
Um dos açudes do Ceará em volume morto é o Pentecoste, no município de mesmo
nome, que conserva apenas 5 por cento da sua capacidade de 360 milhões de m³. A
situação verificada no açude Pentecoste é pior do que a registrada nas secas de
1979 a 1983; de 1992 e 1999, assinala André Mavignier. “Os açudes precisam de
uma quadra chuvosa que possibilite recarga e chuvas para o pasto e a
agricultura”, disse ele.
Na região Sul do Ceará, o açude Umari conserva apenas 7 por cento da sua
capacidade de 28,7 milhões m³. É o nível mais baixo de acumulação desde 1992. “A
esperança é que comece a chover mais pesado no Ceará”, afirma André Mavignier,
que aguarda o anúncio da estação chuvosa de 2014 agendado para a próxima
terça-feira (dia 21 de janeiro) pela Funceme, às 18h no Hotel Luzeiros.
Na bacia do rio Curu o açude General Sampaio, de 30 milhões de m³, conserva
apenas 9 por cento da capacidade; o açude Farias de Sousa, de 12 milhões de m³,
está com 2 por cento do estoque e o Tejussuoca, de 28 milhões de m³, mantém 4
por cento da reserva. Foi reduzido a 1 por cento do estoque de água do açude
Trici, de 16,5 milhões de m³, e o Várzea do Boi, de 51,9 milhões, também baixou
para 1 por cento. Ambos ficam na bacia do Alto Jaguaribe, onde o Orós mantém 50%
do estoque, hoje com 970 milhões de m³; o Banabuiú está com 54 por cento - 380
milhões de m³ - e, o Trussu permanece com 179 milhões de m³ - 60 por cento da
capacidade. Na bacia do Banabuiú, o açude Quixeramobim conserva 34,8 milhões de
m³, 65 por cento da capacidade.