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Ariosto Holanda quer transposição do São Francisco no DNOCS
O deputado federal Ariosto Holanda defendeu o fortalecimento do DNOCS com
pessoal e atualização tecnológica para assumir as obras e gestão da transposição
do Rio São Francisco, durante o seminário que discutiu a reestruturação do
órgão, sexta-feira (12) na sede do BNB, em Fortaleza. O parlamentar propôs
fortalecer o órgão para avançar com a ocupação dos vazios hídricos por meio de
barragens e adutoras, e com produção de todas áreas dos perímetros irrigados e a
implantação de novas unidades para a produção de frutas, milho - para não ter de
importar o produto de outras regiões do país -, e forragem.
“Sou suspeito para falar sobre a importância do DNOCS, pois devo a ele minha
formação profissional”, afirmou Ariosto Holanda. Segundo o deputado, nas décadas
de 1960 e 1970 para consolidar a formação no curso de engenharia da UFC, onde
estudou na segunda turma, era necessário passar pelas obras de construção de
barragens do Departamento. Naquela época, a tecnologia era a regra de cálculo
mas hoje devem ser incorporadas pelo DNOCS as novas ferramentas da informática
na atualidade da convergência digital. O parlamentar propôs retomar o
investimento para trazer novamente a tecnologia e a pesquisa para o DNOCS,
Ao longo dos diversos programas de governo relacionados às secas, citados
por Ariosto Holanda desde o século XIX, esqueceram do agente principal de
desenvolvimento, que é o homem. “Achavam que água, energia e solos se
transformavam em riqueza, mas se o homem não for capacitado, não há
transformação na realidade social”.
Ariosto Holanda lembrou que em um debate na Câmara com o ministro da
Educação, Aloizio Mercadante, na quarta-feira (10 de abril) apontou os dados das
disparidades regionais com as taxas de analfabetismo e o analfabetismo
tecnológico, ambas concentradas na região Nordeste. Há, segundo o deputado, 50
milhões de analfabetos funcionais do país, dos quais cerca de 25 milhões no
Nordeste, pessoas que não têm mais tempo de ir para a escola mas precisam de um
tipo de escola diferente, o Centro Vocacional Tecnológico (CVT).
O parlamentar cearense defendeu a implantação de CVTs em todos os 47
perímetros irrigados do país, dos quais 38 do DNOCS e o restante da Codevasf,
para capacitar o irrigante, o seu filho, fazer análise de solo e água, e
oferecer assistência técnica permanente, hoje ausente nos projetos de irrigação.
O ministro, conforme o relato de Ariosto Holanda, na ocasião, chamou o
secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social, Marco Antonio de
Oliveira, e recomendou que aprove a proposta e destacou ser do seu interesse a
viabilização do projeto.
Com os CVTs dos perímetros irrigados dotados de sala de videoconferência, a
Embrapa se comprometeu a fazer chegar suas pesquisas aos irrigantes, por meio do
ensino à distância, de modo a manter uma linha de difusão de tecnologias,
informou Ariosto Holanda. O deputado deu o seu testemunho do empenho do deputado
Eudes Xavier “que comprou a briga em defesa do DNOCS” e reconheceu a
receptividade do secretário executivo do Ministério da Integração Nacional, em
abrir espaço para discutir o desenvolvimento do Nordeste com a bancada da
região.
Em relação à proposta dos servidores do DNOCS, apresentada no seminário por
Kátia Távora Maia, lotada no órgão em Pernambuco, o deputado disse ter gostado
muito das colocações, e a convidou para participar das discussões do grupo de
trabalho da bancada federal do Nordeste e Ministério da Integração Nacional.
Cópia do recente pronunciamento que Ariosto Holanda fez na Câmara em defesa do
Nordeste – Seca: o Homem como Ponto de Partida – foi entregue a Kátia Maia pelo
parlamentar, com a observação de que a tese da assistência técnica, uma das
prioridades apontadas na apresentação, pode ser assegurada pelos CVTs de modo
permanente e com muitas outras vantagens adicionais, com a capacitação do
irrigante e dos seus filhos.