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Santana do Cariri propõe perímetro de irrigação com água das nascentes do sopé da Chapada do Araripe
Proposta vai gerar projeto da Coordenação de Estudos e Projetos e do Serviço
de Estudos Básicos da Diretoria de Infraestrutura Hídrica
Santana do Cariri, que em 2010 figurou entre os 10 municípios com pior
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no Ceará, aposta num projeto de
irrigação, a ser apresentado ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas
(DNOCS) para resgatar as condições de quando foi um celeiro agrícola. A ideia,
fomentada pela prefeita Daniele de Abreu Machado, foi exposta nesta semana pelo
geólogo e economista João de Aquino Limaverde, ao Chefe do Serviço de Estudos
Básicos da Diretoria de Infraestrutura Hídrica do DNOCS, José Alan Kardek Souza
de Araújo Chaves.
João de Aquino propôs ao DNOCS a elaboração dos estudos para um novo
perímetro irrigado em Santana do Cariri que tem terras de qualidade e água com
abundância com a possibilidade de irrigação por gravidade, com baixo consumo de
energia elétrica. De acordo com o geólogo, ex-superintendente do Etene do Banco
do Nordeste, a Chapada do Araripe é uma extensão de cerca de 200 Km de extensão
no sentido Leste-Oeste com largura de aproximadamente 50 km com solo poroso por
onde infiltra a água da chuva até uma camada de argila, calcáreo e gipsita com 2
graus de inclinação no sentido Norte, e direção a Santana do Cariri e outros
municípios do pé da serra como o Crato.
A erosão no sopé da serra fez aflorar a camada de arenito, solos de baixios
e massapés ricos para a agricultura, explica João de Aquino. A água jorra de
fontes perenes com abundância nesta altitude abaixo da serra, disse ele. Como
exemplo, citou poços existentes em Santana com vazão de 170 mil litros por hora,
100 mil litros por hora, 90 mil litros por hora e 160 mil litros por hora,
alguns perfurados pela Petrobras e um deles com água tépida de 45 graus
centígrados.
O geólogo propõe a realização de estudo de georeferenciamento e vazão das
nascentes, dos poços no sopé da serra e a elaboração do projeto de um sistema de
captação da água para irrigação por gravidade. As terras na região, segundo ele,
de tão ricas em nutrientes, não precisam de intervalo de descanso do solo e
garante ano após ano a safra dos cultivos da agricultura de subsistência ora
praticada.
“Não existe um único município no Ceará que dispõe de um potencial de
recursos naturais como Santana do Cariri”, afirmou João de Aquino. A proposta, a
conselho de Alan Kardek, deverá ser colocada no papel e devolvida para que possa
adicionar elementos e definir o formato para ser apresentada ao diretor-geral do
DNOCS, Emerson Fernandes, examinar a viabilidade de vir a ser transformada em
projeto de um novo perímetro irrigado.
De acordo com Alan Kardek, com o projeto de irrigação, Santana do Cariri
“passa a ser um polo de desenvolvimento da região, em vez de apenas de um
município”.
O coordenador de Obras da Diretoria de Infraestrutura Hídrica do DNOCS,
Glauco Mendes, disse que o Departamento criou um banco de projetos que atualiza
o acervo pré-existente e acrescenta novos estudos para execução futura à medida
que sejam viabilizados recursos no orçamento. A iniciativa vem sendo tocada pela
Coordenação de Estudos e Projetos e abrange barragens, adutoras e perímetros de
irrigação em âmbito dos estados no semiárido do Nordeste.
Conforme Glauco Mendes, a ideia defendida pela Prefeitura de Santana do
Cariri vai fomentar um novo estudo, a ser acompanhado pela coordenação de
Estudos e Projetos da Diretoria de Infraestrutura Hídrica. À medida que foram
sendo concluídas as segundas etapas dos perímetros irrigados que têm obras ainda
em execução, o DNOCS precisa renovar a sua carteira de projetos, com base na
realidade local, no potencial de água, solo e da capacidade da iniciativa humana
para produzir e fomentar o desenvolvimento regional.