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Proposta tem cinco eixos fundamentais (*)
Eudoro Santana afirma que a integração do rio São Francisco às bacias
do Nordeste Setentrional ''é um projeto mais amplo que simplesmente
um canal de transposição, como sempre foi concebido''. Ele explica que
o atual projeto tem cinco eixos fundamentais, um deles a engenharia
civil, a obra que há décadas é discutida e que no governo Lula sofreu
poucas modificações para ser executada.
De acordo com Santana, o segundo eixo, chamado de compensatório, é
direcionado aos Estados que serão ''doadores'' da água do São
Francisco, especialmente Minas Gerais e Bahia. Para eles o projeto
prevê obras de saneamento básico, revitalização do rio, recuperação da
mata ciliar (vegetação original) e construção de barragens para
regularizar o volume do rio.
O terceiro eixo é para os receptores da água. O projeto prevê a
preparação física dos Estados com infra-estrutura básica (barragens,
adutoras, canais). ''O Ceará é um dos poucos Estados que está
preparado para a integração''.
O quarto eixo é a inclusão social. Segundo Santana, 300 mil hectares
foram desapropriados pelo Governo federal para não permitir a
especulação imobiliária e serão destinados à reforma agrária. Nessa
área, 50 mil hectares serão aproveitados para irrigação.
A gestão da obra é o quinto eixo fundamental para o governo, segundo
Santana, que vai garantir que a obra concluída seja constantemente
monitorada para manutenções constantes, impedindo assim que se
torne sem uso ou fique sucateada. ''Essa gestão deve ser
compartilhada, participativa entre Estados e instituições do Governo
federal''.
* matéria publicada no jornal O Povo, edição do dia 23/03/2005