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Produção no Castanhão reforçará pesca no CE
641 famílias ajudarão a ampliar o desempenho do Estado no setor produzindo
30 mil toneladas de tilápia/ano
Brasília (Sucursal) - Apesar de as apostas do governo estarem centradas na
Região Norte do País, onde há grande potencial de desenvolvimento tanto da pesca
como da aquicultura, as vantagens do Ceará sobre os demais estados deve aumentar
nos próximos anos, já que a partir de 2011 será iniciada a produção das família
assentadas no Reservatório do Castanhão. "São 641 famílias que já começaram a
produzir em 2010 e vão ajudar a ampliar as vantagens cearense. A capacidade do
Castanhão é de produção de 30 mil toneladas de tilápia por ano", informou
Altemir Gregolin, ministro da Pesca.
Os lotes do Reservatório do Castanhão contam com 1.250 metros quadrados de
espelho d´água e foram destinados às famílias de pescadores da região. 300
famílias já estão em atividade no reservatório.
Produção nacional
A produção brasileira de pescado aumentou 25% nos últimos oito anos passando
de 990.899 toneladas anuais para 1.240.813 no ano passado. Somente nos últimos
dois anos, houve um crescimento de 15,7%, conforme os dados estatísticos de 2008
e 2009, sendo que a aquicultura apresentou uma elevação 43,8%, passando de
289.050 toneladas/ano para 415.649 toneladas/ano. Acompanhando o grande
desempenho da pesca nacional, o Ceará se apresenta como um dos estados onde o
crescimento do setor mais se fez sentir nos últimos anos, sendo a unidade
federativa com o maior volume em pesca da lagosta e na produção de tilápia e
camarão. As informações são de Altemir Gregolin. Segundo ele, o Estado responde
por uma das maiores fatias da pesca e da aquicultura nacional tendo mais de 30
mil pessoa s trabalhando no setor.
De acordo com o ministro, no Brasil são 900 mil pescadores. Só este ano, a
pesca e aquicultura foi beneficiada com recursos da ordem de R$ 800 milhões.
Pesca extrativa
Em relação a dados nacionais, o ministro da Pesca informou ainda que a
produção da pesca extrativa, tanto marítima quanto continental (rios, lagos,
etc), passou no mesmo período de 783.176 toneladas para 825.164 toneladas/ano no
entre 2008 e 2009, um aumento em torno de 5,4%.
Segundo Gregolin a aquicultura teve um papel de destaque no crescimento da
produção de pescado no País. Somente a piscicultura teve uma elevação de 60,2%
em 2008 e 2009, na comparação com 2007.
A criação de tilápia chegou a 132 mil toneladas/ano sendo o carro chefe da
produção aquícola e representa 39% do total de pescado cultivado. Outra espécie
que também apresentou uma expansão significativa de produção foi o tambaqui, que
passou de 30.598 toneladas para 46.454 toneladas/ano.
A produção de camarão, apesar das dificuldades que este segmento enfrentou
nos últimos anos, também apresenta resultados importantes, mantendo-se num
patamar de cerca de 70 mil toneladas/ano no período analisado.
Nordeste é destaque
O Nordeste, de acordo com os dados de 2009, é a maior região produtora de
pescado do Brasil, com 411 mil toneladas/ano, seguida da região Sul, com 316
mil/ano. A região Norte está em terceiro lugar, com 263 mil toneladas, a
Sudeste, com 177 mil e, por último, Centro-Oeste, com 72 mil. Santa Catarina é o
maior produtor entre os estados, com 207 mil toneladas/ano, seguida do Pará, com
136 mil toneladas. A Bahia, com 119 mil toneladas, é o terceiro maior produtor
nacional seguida de perto pelo Ceará, com 88 mil toneladas.
Entre as espécies que apresentaram maior crescimento está a sardinha que
chegou a 83 mil toneladas capturadas no ano passado, sendo a espécie que mais
vem sendo produzida no País e a que melhor respondeu à política governamental de
ordenamento da pesca. Em 2000, a pesca da sardinha chegou apenas a 17 mil
toneladas/ano quando levantou-se a possibilidade de um colapso da espécie. Com a
criação de dois períodos de defeso por ano, a sardinha começou a apresentar uma
recuperação dos estoques com crescimento médio de 27% ao ano. Até 2011, a
expectativa do ministério é de que a produção total de pescado atinja a meta de
1,43 milhão de toneladas. A aquicultura responderá por cerca de 570 mil
toneladas/ano e a pesca extrativa com cerca de 860 mil toneladas/ano.
ANE FURTADO
REPÓRTER
Matéria veiculada no jornal Diário do Nordeste, em 20 de agosto de
2010.