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Inundação atinge unidades de piscicultura do DNOCS
A enchente arrombou em dois pontos o canal principal que alimenta o
Perímetro Irrigado Ayres de Sousa e a Estação de Piscicultura
Osmar Fontenele, em Jaibaras, Sobral. Os viveiros de criação de peixes
e alevinos foram inundados pelas águas, com a perda de cerca de 500
mil alevinos da estação e 150 mil alevinos do convênio com a
Prefeitura de Sobral, prejuízo avaliado em R$ 52 mil.
O coordenador de Pesca e Aquicultura do Dnocs, João Fontenelle,
recebeu relatório do agônomo Airton Rebouças Sampaio que contabiliza
as perdas e recomenda a recuperação de todo o canal que tem 14 Km. O
técnico, que preside a Comissão de Fiscalização do Dnocs, recomenda
ainda que seja aprofundado e alargado o riacho que drena as água
residuais da Estação de Piscicultura, com 1,5 Km e que seja implantado
um novo filtro para evitar que peixes indesejáveis invadam os viveiros
de criação.
A prefeitura de Sobral iniciou a recuperação dos trechos do canal que
foram arrombados pelas cheias, uma obra provisória, disse João
Fontenelle. Em convênio com o Dnocs, a Prefeitura de Sobral recuperou
12 viveiros para a produção de alevinos, implantou telas para evitar
que os pássaros se alimentem da criação, recuperou veículos e a caixa
de transporte de alevinos, além de ter construído um tanque de
alvenaria para alevinos e ampliado a casa de apoio na Estação.
João Fontenelle disse que as chuvas afetaram também o Centro de
Piscicultura no açude Castanhão, que está paralizado por motivos
diversos, principalmente pela falta de conservação dos viveiros que,
segundo ele, foram fortemente atingidos pelas chuvas.
A enchente do rio Curu, além de ter ilhado por seis dias o Centro de
Pesquisas em Aquicultura de Pentecoste, levou os alevinos cultivados no
projeto de pesquisa do pirarucu, iniciado em 2005. Mesmo tendo sido
gradativa, a subida da água inundou os viveiros e alguns animais
escaparam, conta o chefe da unidade do Dnocs, Pedro Eymard Campos de
Mesquita. Cada um dos peixes, que são originários da Amazônia, tem
marca eletrônica com chip colocado sob a pele. O maior prejuízo, segundo ele,
foi a perda dos alevinos com a inundação dos viveiros de pirarucu que ficam na
parte baixa do Centro de Aquicultura.
Durante quatro dias, o acesso da cidade para o Centro teve de ser
feito por barco, uma vez que as águas derrubaram a varanda de uma
ponte. Desde 1974 a enchente não havia chegado à unidade de pesquisa.
Este ano, a calha do rio Curu transbordou porque sangraram os açudes
da região, o Pentecoste, Caxitoré, Serrote, General Sampaio e
Tejussuoca.