Notícias
Comissão de monitoramento decide manter em 1,25 mil m³ vazão do Castanhão e Banabuiú
Defesa Civil do Ceará vai ser avisada de qualquer mudança na abertura
de comportas
Foi decidido nesta terça-feira, no Dnocs, manter em 600 metros cúbicos
por segundo a vazão das 4 comportas do açude do Castanhão e de 650
metros cúbicos por segundo a vazão do açude Banabuiú, na primeira
reunião da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros do Ceará, no Dnocs, com a
comissão responsável pelo monitoramento e controle das comportas dos
dois reservatórios. A diretora de Infraestrutura Hídrica do Dnocs,
Cristina Peleteiro, disse que será mantida a cota de liberação de
1.250 metros cúbicos por segundo de ambos açudes e feito o
monitoramento do Banabuiú.
No caso no Banabuiú receber grandes volumes, deverá ser reduzida a
vazão das comportas do Castanhão e evitar cheia na calha do rio
Jaguaribe. Ficou ainda acertado avisar a Defesa Civil de qualquer
aumento na liberação da vazão.
Participaram do encontro o presidente Francisco Teixeira e o diretor
de Operação da Cogerh, José Ricardo Dias Adeodato, o presidente da
Funceme, Eduardo Sávio Martins; Getúlio Maia e Luiz Paulino, do Dnocs.
O tenente coronel Leandro Sílvio Nogueira, da Defesa Civil do Estado,
disse que a reunião proporcionou informações técnicas que irão
resultar numa ação efeitiva de modo a minimizar o efeito da liberação
das águas nas comunidades sujeitas a alagamento.
O coronel Leandro Nogueira informou que os efeitos das chuvas deste
ano já deixaram 6 mil desalojados no Estado em 34 municípios com 3 mil
desabrigados que foram realocados em ginásios e escolas pela Defesa
Civil. Segundo ele já foram enviados nesta segunda-feira material e
alimentos para Itaiçaba, onde houve alagamento do rio Palhano, que
atingiu cerca de 80 famílias.
Cristina Peleteiro observou que o monitoramento visa operar da melhor
forma os açudes sob responsabilidade do Dnocs, do governo do Estado e
Cogerh de modo a conseguir fazer o melhor armazaneamento de água com o
menor impacto na população a jusante do Castanhão e Banabuiú. Segundo
ela, a integração de forma profissional com a Defesa Civil proporciona
o melhor resultado para a população.
Francisco Teixeira disse que houve uma diminuição no volume de água
que entra no Castanhão e no Banabuiú nesta segunda-feira em comparação
com os dois dias anteriores. Nos dias 25 e 26 o nível das águas no
reservatório subiu 4 cm, porém entre os dias 27 e 28 diminuiu 1 cm. O
Banabuiu teve um pico nos dias 23 a 25, mas estabilizou a partir do
dia 27. “Caiu a vazão no Banabuiú e Castanhão”, afirmou.
Eduardo Martins, por sua vez, assinalou que houve chuva intensa nas
bacias do Alto Jaguaribe e Salgado do dia 27 para o dia 28. Há
previsão de chuva para os próximos três dias. O prognóstico da estação
para maio e junho, conforme o presidente da Funceme, indica chuvas
acima da média no Cariri e Sertão Central. A quadra chuvosa no Cariri
começa mais cedo e termina mais cedo, ele explicou, o que minimiza o
volume das águas no rio Salgado para o Castanhão.
A calha do rio Jaguaribe na altura de Itaiçaba está no limite, porém a
inundação de algumas casas no município foi causada pelo rio Palhano,
disse Francisco Teixeira. Ele calcula em 1.400 metros cúbicos por
segundo a vazão no trecho do rio Jaguaribe, com previsão de chagar a 2
mil metros cúbicos por segundo na terça-feira. As chuvas do domingo
foram concentradas nas bacias dos açudes Orós, já sangrando e do
Castanhão, na cota dos 103,94 metros com 87,61% da capacidade – - 5,87
bilhões de metros cúbicos.
De acordo com o coronel Leandro Nogueira, a Defesa Civil fez acordo
com a Cagece e a Coelce para não proverem infraestrutura para
ocupantes de terrenos de preservação ambiental. Contudo, disse ele, ao
defender a presença dos prefeitos da região de influência do Castanhão
e Banabuiú nas reuniões da Comissão de Monitoramento, algumas
prefeituras estão fazendo obras em áreas de risco.