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Lançamento de documentário emociona plateia
Auditório lotado. Olhos atentos. Coração pulsando forte. O lançamento do documentário "Campos de Concentração no Ceará: Auschwitz, ração, nazismo, escravidão", do advogado Valdecy Alves nesta quinta-feira (8/12), no auditório do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) seguiu à risca uma das principais funções da arte: dar voz aos excluídos da sociedade.
Durante 32 minutos, o autor, natural do município de Senador Pompeu, mostrou os retirantes cearenses, que durante as secas, eram vítimas de política de “higienização”, aos moldes do nazismo. Em 1915, uma seca severa fez com que os sertanejos se dirigissem para as grandes cidades. Foi criado o primeiro campo de concentração, no Alagadiço, hoje Otávio Bonfim. “Só havia lugar para a desesperança. As semelhanças entre Auschwitz e os arranjos cearenses são muitas”, relatou o autor do documentário.
“Havia a seleção dos flagelados. Os sadios seguiam em navios para o Norte ou Sudeste. Os doentes ficavam aqui e quando a seca passava, voltavam para o Interior”, diz o diretor do filme.
A produção do documentário começou em 2010 e levou seis anos para ser concluída. Valdecy Alves usou recursos próprios, e o trabalho é baseado em pesquisa de campo, documentos, reportagens de jornais da época e depoimentos de sobreviventes. Ele aproveitou a oportunidade para agradecer a gestora da Biblioteca do DNOCS, Anésia Bayma, pelo apoio durante o período em que fez pesquisas e elogiou o órgão pela riqueza de documentos.
A apresentação do autor do ducumentário, foi feita pelo professor da Unifor, Humberto Cunha. Os diretores de Infraestrutura Hídrica, Roberto Otto Penna Massler, representando o diretor Geral do DNOCS, o Administrativo, Gustavo Henrique de Medeiros Paiva, o coordenador do DNOCS no Ceará, Eduardo Gonçalves Segundo, representantes da Assecas, além de servidores, terceirizados, e cerca de 40 anos alunos e professores da Escola Adauto Bezerra estiveram presentes ao evento.