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Jaramataia, o maior açude do sertão alagoano, foi construído pelo DNOCS para trazer esperança aos sertanejos
A história do Nordeste é permeada pelas duras consequências das longas estiagens, que intensificaram em diversos momentos um cenário de fome, sede, migração, epidemias, e miséria. Por isso, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) surge como uma esperança para o povo nordestino, atuando na construção de açudes que garantem a oferta de água para a população sertaneja. Em Alagoas não foi diferente, para ajudar os alagoanos na empreitada do combate a seca, surgiu o maior reservatório hídrico do Estado, construído pelo DNOCS, o Açude Jaramataia.
A infraestrutura foi construída na cidade que leva o mesmo nome do reservatório, no início da década de 60, para ser uma alternativa de abastecimento nos períodos de estiagem. O povoado de São Pedro fica às margens do Açude Jaramataia e está situado no semiárido de Alagoas. A principal atividade dos moradores deste povoado é a pesca artesanal. São cerca de 450 moradores da comunidade, que vivem, até hoje, da pesca realizada nas águas do açude.
O Açude Jaramataia banha o povoado e tem a capacidade para armazenar pouco mais de 19 milhões de metros cúbicos de água e começou a ser construído em 1962, sendo entregue à população em 1967. Com o passar dos anos, o reservatório passou a ser utilizado também pelos moradores como fonte de renda com o desenvolvimento da pesca.
Segundo o romancista e historiador Clerisvaldo Chagas, foi a partir do riacho Sertão, afluente do rio Traipu que foi possível a construção do Jaramataia. As águas ajudam na criação de gado bovino, impulsionam a irrigação e promovem a criação de peixes, originando uma colônia de pescadores denominada São Pedro Z-29.
Chagas afirma que em 1967 o DNOCS concluía o açude de Jaramataia, o maior dos 22 escavados pela Autarquia no estado de Alagoas. Esse reservatório atende até o povoado São Pedro II. É ali onde estão construídos os sangradouros e o grandioso paredão de pedras que faz represar os milhões de litros d’água. O açude começa na sede municipal de Jaramataia e vai até o povoado São Pedro, aproximadamente 5 Km.
Atualmente, nas águas do açude, os moradores do povoado São Pedro conseguem pescar espécies como a corvina, a piaba, a xira, o piau e a tilápia. A pesca é realizada com canoas, redes e tarrafas. A venda do pescado é feita em feiras livres da região e também de porta em porta. Com tanta tradição com o peixe, não seria diferente a comunidade também preparar pratos típicos como um ensopado de peixe ou uma peixada cozida.
CURIOSIDADES:
A comunidade carrega algumas tradições, uma delas é fazer as fogueiras em homenagem aos santos do mês de junho. Como a comunidade fica numa área rural, moradores de casas mais distantes se preparam para acender a fogueira em homenagem a São Pedro, conhecido por ser o santo que possui as chaves do céu e que tem o poder divino de mandar chuva aqui para a terra, segundo a cultura popular. A tradição é como uma forma de agradecimento pelas dádivas que o santo proporcionou à comunidade desde que foi escolhido padroeiro.
Os moradores da comunidade já passaram por momentos difíceis, com secas históricas. Em 2012 o nível do açude baixou muito e chegou a prejudicar a pesca. A última seca pesada enfrentada pelos moradores foi em 2016. Até esse ano a procissão em homenagem à São Pedro era realizada apenas por terra, pelas ruas da comunidade. Desde 2017, os pescadores e moradores, passaram a realizar a procissão também pelas águas do açude e a partir de então, coincidência ou não, nunca mais faltou água no açude.
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