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Açude Serrote: a história de uma obra que contribuiu com o desenvolvimento do norte baiano
O Açude Serrote, construído pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e localizado no município de Sorrelândia, antigo distrito do município de Jacobina, no norte da Bahia, é muito mais do que uma obra de engenharia; é um marco na segurança hídrica para a subsistência de uma região historicamente afetada pela seca. Essa construção foi importante para a sobrevivência de inúmeras famílias, que passaram a depender da pesca e das hortas cultivadas em suas margens para garantir seu sustento.
Segundo a prefeitura de Serrolândia, pouco antes da ascensão do povoado, anteriormente conhecido como Serrote, aconteceu uma decisiva e importante mudança. Um dos primeiros habitantes, Waldetrudes Carneiro de Magalhães, e também um dos primeiros comerciantes locais, propôs aos seus conterrâneos a substituição do nome da comunidade, para Serrolândia. A proposta foi aceita por todos e através da Lei Estadual N° 628, de 30 de dezembro de 1953, o povoado Serrote foi elevado à categoria de vila.
A nova vila tinha que enfrentar o grande problema da falta de chuvas. Os recursos hídricos eram escassos, fazendo com que o povo sofresse com os efeitos da seca. Tudo isso fez com que o Governo Federal, por meio do DNOCS, sensibilizado com a situação calamitosa e atendendo as reivindicações do povo, deu-se início, em 1950, aos estudos de um açude na região.
De acordo com estudos de Etevaldo Lima para a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), a história do açude Serrote se inicia em um período crítico para o semiárido baiano, durante o governo do Presidente Eurico Gaspar Dutra, quando Brasil adotou uma política mais agressiva de combate à seca, liderada pelo DNOCS. Foi sob essa nova diretriz que, em 29 de agosto de 1950, o Decreto nº 28.570 autorizou a desapropriação de uma área de 7.360.000 m², necessária para a construção do Açude Serrote. Embora o planejamento tenha começado naquele ano, as obras propriamente ditas se iniciaram em 1951.
O trabalho, que demandou oito anos de intenso esforço, foi concluído em novembro de 1958, resultando em um açude com uma capacidade de 10.776.170 m³ de água. Essa realização foi um divisor de águas para a população local, trazendo não apenas alívio imediato, mas também a possibilidade de um futuro mais promissor, mesmo diante da implacável seca do sertão. De acordo com o autor, durante a construção da barragem, a população da comunidade foi aumentando consideravelmente.
Etevaldo Lima ressalta que o Jornal Vanguarda nº 426, de 11 de janeiro de 1958, publicou uma nota sobre as verbas federais destinadas às obras no município de Jacobina. Segundo consta, foram consignadas no orçamento da União para o ano de 1958, as seguintes verbas destinadas a obras já em construção neste município: cinco milhões de cruzeiros para a conclusão do Açude de Serrote, da Vila de Serrolândia, e três milhões para o serviço de captação e abastecimento de água desta cidade.
O Açude Serrote, obra do DNOCS, não apenas transformou a economia de Jacobina, incentivando o povoamento e o desenvolvimento da região, mas também se consolidou como um símbolo de resistência e renovação.
Curiosidades
Emancipação política do município
De acordo com a Prefeitura Municipal de Serrolândia, a vila Serrolândia pertencia ao município de Jacobina. No entanto, a população começou a sentir a necessidade de atingir sua própria autonomia e, consequentemente, a escolha de um legítimo representante para solucionar os problemas existentes.
Em 1962, um deputado propôs o anteprojeto de lei de emancipação política de Serrolândia, e, em 25 de maio de 1962, foi realizado o plebiscito que confirmou a vontade do povo. Através da maioria dos votos, favorável à sua emancipação política, logo foi reconhecida, desmembrando-se do município de Jacobina de acordo com a Lei Estadual Nº 1746, de 23 de julho de 1962.
Respeitando a linha divisória do município de Jacobina, a sede de Serrolândia trouxe consigo os seguintes povoados: Quixabeira (atualmente, cidade), Maracujá, Salamim, Roçadinho e Jaboticaba. Este último foi desmembrado do município de Serrolândia e incorporado ao município de Quixabeira.
Depois de alcançada sua autonomia, Serrolândia tomou novos rumos na conquista do progresso e de novas realizações.
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