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Nossas Histórias
Açude Gargalheiras: de esperança contra as secas a polo turístico
Que tal uma viagem no tempo, por volta dos anos 20, até a década de 50? O quadro Nossas Histórias conta um pouco sobre os estudos e a construção da Barragem Marechal Eurico Gaspar Dutra, popularmente conhecido como Gargalheiras ou Gargalheira, devido ao gargalo formado entre as serras do rio Pai Pedro, Minador e da Lagoa, por onde passa o rio Acauã.
Na última semana, o personagem dessa história esteve em evidência. Uma lei, publicada no dia 21 de janeiro, reconhece o Açude Gargalheiras como patrimônio cultural, histórico, geográfico, paisagístico, ambiental e turístico do Rio Grande do Norte, pela relevância dele à sociedade, e para a memória, identidade e criatividade dos povos do sertão potiguar. O açude já havia sido considerado, por meio de consulta popular, realizada pelo jornal Diário de Natal, como uma das sete maravilhas do Rio Grande do Norte.
Os primeiros estudos realizados em Acari sobre a potencialidade do município para a construção de açudes foram realizados, em 1908, pela Comissão de Açudes e Irrigação, órgão criado pelo Ministério da Viação e Obras Públicas. Segundo estudos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), no decorrer de uma grande seca, integrantes da igreja católica e proprietários de terras influentes fizeram pedido junto aos governos municipal e estadual pela construção de um grande açude, no município de Acari. Destacam-se no pedido, além da estiagem, o fato de que sem a existência de água, a vegetação, a criação de animais e a produção agrícola local estariam perto do fim.
Como relatado nos estudos da UFRN, as obras do Gargalheiras ficaram a cargo da empresa inglesa, Charles H. Walker & Co. Ltd4, que iniciou a construção da barragem entre as serras do Abreu, da Carnaubinha, Olho d’água e Gargalheiras. À Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS), antiga denominação do DNOCS, cabia fiscalizar o andamento das obras. Em 1922, as intervenções foram paralisadas devido a uma série de problemas, sendo retomadas em 1923. Após o retorno da construção, foram instaladas novas casas na vila operária, além de prédios comerciais, casas, posto médico, telégrafo, estradas de rodagem e carroçáveis para transporte de materiais.
O reservatório mais famoso da região do seridó potiguar tem capacidade total de 44.421.480,00 m³ e foi inaugurado oficialmente no dia 27 de abril de 1959 e até hoje existe uma comunidade remanescente da época da construção, quando foi erguida a vila para abrigar os trabalhadores. A estrutura deixada pelo DNOCS no entorno da barragem, como a casa do engenheiro, por exemplo, é reconhecida na região como equipamento turístico. No período da quadra chuvosa, quando o açude fica cheio, atrai inúmeros turistas, potencializando a cultura e a economia local.
CURIOSIDADES SOBRE O MUNICÍPIO DE ACARI
Segundo o IBGE, o território da cidade de Acari era habitado pelos índios cariris, que se deslocaram para a região em virtude das perseguições movidas pelos colonizadores da Paraíba, em fins do século XVII. Em 1737, o fundador do povoado onde está localizado o município, Sargento-mor Manuel Esteves de Andrade, obteve permissão do bispo de Olinda para erguer a capela, consagrada a Nossa Senhora da Guia.
O escritor José Augusto registra que o povoamento da região do Seridó começou no final do século XVIII, durante a “guerra dos Bárbaros”, culminando com o afastamento dos índios habitantes das margens do rio Açu. Assim, chegaram à localidade os primeiros desbravadores, vindos de Pernambuco e da Paraíba.
Segundo o historiador Câmara Cascudo, a origem do nome do município vem dos acaris, peixes de escamas ásperas e carne branca, cujo habitat era o “poço do Felipe”. O poço era suprido pelo rio Acauã, que o mantinha abastecido de água suficiente para a sobrevivência dos peixes.
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