Notícias
Nossas Histórias: Barragem Pereira de Miranda, o maior reservatório da bacia hidrográfica do rio Curu
Por aqui seguimos contando histórias que enchem de orgulho e esperança o nosso Nordeste. Conquistas que tornaram possível a convivência do homem com o semiárido. Projetos que saíram do papel para impulsionar o desenvolvimento e promover oportunidades junto aqueles que mitigam os efeitos de severas estiagens. Projetos estes, em sua maioria, que objetivam reserva hídrica. Afinal de contas, onde há água, há vida.
Como de costume, nas linhas do tempo são desenhadas e escritas as reportagens do quadro Nossas Histórias. Desta vez, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) vai destacar a construção da Barragem Pereira de Miranda, conhecida também por Açude Pentecoste. O reservatório é o terceiro maior do estado do Ceará.
A história começa em 1950, no município de Pentecoste (CE). Nesse período, o Estado passava pela República Nova, a população cearense estava em um momento de migração para outros Estados e até mesmo para demais regiões brasileiras. A taxa de habitantes diminuía a cada ano. Tudo isso por conta da escassez hídrica e oportunidades insuficientes de sobrevivência. Nesse contexto, havia a necessidade urgente para construção de um novo reservatório na região que atendesse todo aquele povo que sofria com a falta d´água.
De acordo com o livro “Pentecoste e sua história”, do autor José de Anchieta e Silva, para construção da Barragem Pereira de Miranda, em poucas semanas, foram alistadas cerca de onze mil pessoas para erguer esse verdadeiro monumento. Entre as ações, a construção das olarias, o desmatamento no local onde seria o açude, estradas de contorno, sangradouro e fundação da barragem. Para se ter uma ideia, somente no sangradouro, trabalhavam cerca de 1500 operários. Ainda segundo o livro, os trabalhadores que estavam frente a construção do Açude Pentecoste eram homens conhecidos como “cassacos”, devido as condições humanitárias precárias do local pouco habitado. Eles ganhavam “por metros cúbicos” do que cavavam.
Após sete anos, a esperança ganhou espaço. A inauguração do Açude Pentecoste se deu em 14 de janeiro de 1957, na qual esteve presente o então presidente da república, Juscelino Kubitschek. Também participaram da solenidade o Ministro da Viação e Obras Públicas, comandante Lúcio Meira, o Diretor-Geral do DNOCS, a época, Dr. José Cândido Castro Parente Pessoa, o Engenheiro Chefe do Primeiro Distrito, Dr. Antônio Gouveia Neto, além dos Governadores dos Estados do Ceará e Piauí. Vale ressaltar ainda que o Açude foi nomeado em homenagem ao engenheiro José Pereira de Miranda, que trabalhou, incansavelmente, na sua construção.accessibility-anchor
Na inauguração, centenas de pessoas estavam presentes. Houve até desfile de máquinas usadas para a construção dessa obra. Muitas pessoas ao redor do açude contemplavam a sua grandiosidade e os futuros benefícios à população local. A ideia era que as águas do reservatário pudessem ser usadas para abastecimento humano, consumo animal, agricultura irrigada e pesca artesanal. Além disso, teve como finalidade o controle das cheias do rio Canindé.
A Barragem foi construída sobre o leito do rio Canindé, com capacidade de armazenamento de água é de 395.638.000 m³. O açude é considerado o maior reservatório da bacia hidrográfica do rio Curu, a qual compõe-se em parte dos municípios de Apuiarés, Maranguape, Pentecoste, Caridade, Paramoti, Guaramiranga, Palmácia, Maranguape, Mulungu, Caridade, Canindé e Aratuba, todos situados no estado do Ceará.
O reservatório ainda fomenta o aproveitamento agrícola para os Perímetros Irrigados, Curu-Paraipaba e Curu-Pentecoste, que são fontes de renda para as comunidades locais. Assim, o Açude Pentecoste como os demais reservatórios construídos pelo DNOCS têm um importante papel, pois garantem o fornecimento de água e atendem à população do semiárido nordestino de forma abrangente.
Serviço de Comunicação Social
Telefone (85) 3391-5121
Email: comunicacao@dnocs.gov.br