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NOSSAS HISTÓRIAS
Estação de Ferro Sampaio Correia, no Rio Grande do Norte, abriga sede do DNOCS e carrega consigo história singular
Um passeio pela história, economia e sociedade potiguar
Quantas histórias hospedam uma edificação de 116 anos? São muitos contos, bravuras e conquistas. Construída em arquitetura neoclássica, o prédio da atual sede da Coordenadoria do Departamento de Obras Contras Secas (DNOCS), no Rio Grande do Norte, em Natal, foi inaugurado em junho de 1906, pelo então presidente da república, Afonso Pena, como escritório da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte. Uma longa estrada que se entrelaça entre passado e presente do estado.
Havia naquele tempo uma preocupação política e econômica para que Natal permanecesse como capital do estado Para elevar a cidade a uma posição de destaque, houve grande desenvolvimento tecnológico e estrutural, especialmente com instalação de estradas de ferro, que colaboraram com a exportação da produção.
Segundo estudos da dissertação “Dos Caminhos de Água aos Caminhos de Ferro”, do historiador Wagner Rodrigues, em 1904 foi aprovada a portaria que continha “Instruções para estudos e construção de obras contra os efeitos da seca no Estado do Rio Grande do Norte”. Na ocasião, o então engenheiro Sampaio Correia foi escolhido para chefiar a comissão de Obras Contras as Secas, que foi a responsável pela construção das ferrovias. Em 1909, a comissão se transformou na Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), passando para Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS), em 1919, e posteriormente, em 1945 passa a chamar-se Departamento de Obras Contra as Secas (DNOCS).
Em 1957, a Estrada Sampaio Correia tornou-se uma das ferrovias regionais que compunham a Rede Ferroviária Federal (RFFSA), controlada pelo Governo Federal e vinculada ao Ministério dos Transportes. Transportando mais de 80 milhões de toneladas de carga por ano, foi uma das mais importantes vias de exportação da região.
O prédio do escritório da ferrovia comporta uma importante história para o estado do Rio Grande do Norte, tendo sido desativado em 1968, quando passou a abrigar algumas repartições públicas e, uma década depois, passou a sediar uma escola da rede estadual.
O imóvel, localizado na Esplanada Silva Jardim, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN/RN) em 1987. O antigo escritório da estação ferroviária foi cedido ao DNOCS pelo Patrimônio da União por meio de Contrato de Concessão de Uso. A instituição preservou todas as características originais do prédio e, em 2013, a edificação tornou-se sede do DNOCS.
QUEM FOI SAMPAIO CORREIA
José Mattoso de Sampaio Correia nasceu no dia 8 de setembro de 1875 em Niterói, no Rio de Janeiro. Na capital federal, Sampaio Correia ingressou na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, na qual se tornou engenheiro civil em 1898 e, logo em seguida, tornou-se professor da disciplina de estradas de ferro, pontes e viadutos, da mesma escola em que se formou.
No dia 12 de março de 1904, José Mattoso de Sampaio Correia foi designado para chefiar a comissão de Obras Contra as Secas do Estado e, naquele mesmo ano, a Comissão chegaria em Natal para reiniciar os trabalhos de construção da Estrada de Ferro do Ceará-Mirim e de estudos de uma nova central de ferro, a Central Rio Grande do Norte (EFCRGN). A delegação, a qual Sampaio Correia chefiava, ocupava um local privilegiado na hierarquia do Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas, fazendo com que o engenheiro fosse subordinado somente ao Ministro Lauro Muller.
Antes de Sampaio Correia assumir o cargo de chefia da comissão, o Ministro Lauro Muller chegou a relatar que não acreditava na capacidade do jovem engenheiro para ocupar o cargo de chefia da Seção das Obras da Avenida Central, por supostamente achar que Sampaio Correia ainda fosse inexperiente. Apesar da pouca experiência, a carreira de Sampaio Correia foi um sucesso reconhecido pelos mais nobres e o legado é lembrado até hoje, representado pelo prédio da antiga Estação de Ferro Sampaio Correia, que leva o nome dele como reconhecimento.
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