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Do planejamento à realização: Conheça a história das Estações de piscicultura do DNOCS
Hoje viajaremos no tempo para destacar a importância das estações de piscicultura na construção da história do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e na consequente evolução da atividade que contribui com a segurança alimentar do povo nordestino há muitas décadas.
Essa história começa em 1911, quando a Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), primeira denominação do DNOCS, teve acrescido às suas práticas a piscicultura, reprodução e produção de peixes em ambientes controlados. No entanto, foi somente em 1932, que a então Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS), segunda denominação do DNOCS, instituiu a Comissão Técnica de Piscicultura do Nordeste (CTPN) que tinha por objetivo promover povoamento nas águas do Nordeste com peixes de boa qualidade e metodizar as pescarias, além de divulgar os processos de conservação do pescado.
Para liderar essa Comissão foi convidado o cientista brasileiro Rodolpho Theodoro Willhelm Gaspar von Ihering, conhecido como o pai da piscicultura no Brasil. A CTPN implantou, nos seus primeiros anos de atividade, postos de recebimento e de estocagem provisória de alevinos capturados nos rios São Francisco, nas localidades de Jatobá, Boa Vista e Itaparica, no estado de Pernambuco e os de Riachão e Botija, no Ceará, para distribuição nos açudes. Com o aperfeiçoamento das técnicas de produção de alevinos este sistema foi abolido e a comissão passou a construir Postos de Piscicultura, sendo o primeiro deles localizado no bairro Gentilândia, em Fortaleza/CE, onde havia cerca de 28 tanques para produção de larvas e alevinos, em 1935.
O Posto seguinte foi inaugurado no segundo semestre de 1939, no bairro São João do Tauape, em área cedida pela Prefeitura Municipal de Fortaleza. Já o terceiro construído pela comissão foi o de Lima Campos, atual Estação de Piscicultura Pedro de Azevedo, no município de Icó/CE, cujo projeto de engenharia aprovado pela Portaria Ministerial N° 504, de 17 de outubro de 1938 teve sua execução realizada com todo o rigor técnico, ocorrendo o início do seu funcionamento em 21 de julho de 1942, com o povoamento do açude Angico, em Cedro, CE.
A partir daí, houve uma reestruturação no IFOCS que, em 1945, passou para a denominação de Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, transformando-se em Autarquia, garantindo maior autonomia ao Órgão.
Depois dessa reestruturação, o quarto Posto construído foi o de Amanari, atual Estação de Piscicultura Waldemar Carneiro de França, em Maranguape/CE, cujo primeiro peixamento realizado por ele ocorreu em 15 de maio de 1956, no açude Desterro, no mesmo município. Dez anos depois, foi inaugurada a atual Estação de Piscicultura Estevão de Oliveira, em Caicó/RN, que começou a operar em 7 de dezembro de 1966, com o povoamento do açude Pedra e Cal na região.
O próximo posto construído pelo DNOCS foi a Estação de Piscicultura Oceano Atlântico Linhares, em Itiuba/BA, localizado a jusante do açude Jacurici, cujo primeiro peixamento efetuado ocorreu no açude Boa Vista, no mesmo município, em 11 de setembro de 1968. A Estação de Piscicultura Adhemar Braga foi construída subsequente, está localizada em Piripiri/PI, e foi inaugurada em 11 de novembro de 1977, com a presença do então Ministro do Interior, Maurício Rangel Reis. Sua primeira operação de povoamento de peixes ocorreu antes mesmo da inauguração oficial, ou seja, em 15 de fevereiro do ano seguinte.
A Estação de Piscicultura Bastos Tigre foi a próxima instalada pelo DNOCS, dessa vez no município de Ibimirim, em Pernambuco, inaugurada em 1982. Depois dela foi a vez da Estação de Piscicultura Osmar Fontenele, que fica no açude Aires de Sousa, município de Sobral/CE. A Estação de Piscicultura Antônio Carneiro Sobrinho, localizada no Perímetro Irrigado do Curu, em Pentecoste/CE, funcionou como uma Unidade Experimental de Piscicultura Intensiva, vinculada ao Centro de Pesquisas Ictiológicas do DNOCS. O nome "Antônio Carneiro Sobrinho" não chegou a ser oficializado.
Em 2008 foi a vez de Marizópolis, na Paraíba, ganhar a sua estação de piscicultura, conhecida como Joaquim Firmino Filho. Já no ano de 2010, duas estações foram inauguradas, a José Ailton Nogueira Mota, em Jaramataia – Palmeira dos Índios/ AL, e Gracho Cardoso, no município de mesmo nome, em Sergipe.
Em 2012, o DNOCS inaugurou a Estação de Piscicultura Pau dos Ferros, no interior do Rio Grande do Norte. A Estação é um moderno projeto do DNOCS, com cerca de 30 tanques e 9 mil m² de espelho d'água, tendo como fonte hídrica o açude de mesmo nome. A estação está localizada a jusante à barragem, com condições excepcionais de funcionamento, pois é abastecida por gravidade, evitando custos de energia
Atualmente o DNOCS conta com 12 estações de piscicultura e um Centro de Pesquisas em Aquicultura, com capacidade de produzir milhões de alevinos ao ano, garantindo segurança alimentar para inúmeras famílias nordestinas. Por meio dessas estações, no decorrer da história, o DNOCS buscou impulsionar a produção sustentável de peixes, fortalecendo a cadeia produtiva da aquicultura e fomentando a geração de emprego e renda.