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NOSSAS HISTÓRIAS
Centro de Pesquisa em Aquicultura Rodolhpho von lhereing: a contribuição do DNOCS para a história da piscicultura no Brasil
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Várias espécies regionais de peixes tiveram os segredos desvendados e biologias estudadas pela equipe do DNOCS
“O sertanejo é, antes de tudo, um forte”, com essa frase, o famoso escritor Euclides da Cunha descreveu a situação do homem do sertão, que passa por lutas diárias com força e resignação. A fome e a seca permeiam o imaginário popular sobre o sertanejo, especialmente, sobre o nordestino, há muitos séculos. Sim, o Nordeste tem muitas histórias de um povo sofrido e lutador, mas também de pessoas corajosas e cheias de esperança.
O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) faz parte dessa história. Uma trajetória que trouxe para o povo nordestino água, estradas, alimentação digna, desenvolvimento e porque não dizer: dignidade e cidadania. Caminhos de transformação que vieram por meio de diversas áreas como, por exemplo, da aquicultura. Para contar um pouco melhor essa história, precisamos voltar no tempo e lembrar de um dos primeiros passos para o fortalecimento da aquicultura no Brasil.
A Inspectoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS), antiga denominação do DNOCS, instalou, em 1932, no Bairro Gentilândia, em Fortaleza/CE, uma Comissão Técnica de Piscicultura. Dirigida pelo naturalista gaúcho, Rodolpho Teodor Wihelm Gaspar von Ihering (1883-1939). A comissão foi responsável pelo grande impulso dado à piscicultura no semiárido brasileiro e no mundo, proporcionado pelo desenvolvimento da técnica de reprodução artificial de peixes, conhecida por hipofisação.
Conforme estudos de Simão Marrul Filho, em dissertação sobre a piscicultura no Nordeste e a importância sócio-econômica, datada de 1975, no de 1969, a população nordestina sofria com a deficiência alimentar, especialmente, no tocante às proteínas de origem animal.
Com o objetivo de trazer cada vez mais dignidade para a população do semiárido brasileiro, o DNOCS, em 1972, iniciou o trabalho de desenvolvimento nesta área com uma ampla estação experimental de piscicultura, construída no município de Pentecoste/CE. Dentro deste contexto, o departamento iniciou, em parceria com universidades, um programa de utilização do potencial da piscicultura intensiva. Estava oficialmente fundado o atual Centro de Rodolpho von lhereing em Aquicultura.
O Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von Ihering desenvolve pesquisas em povoamentos em reservatórios, além de estágios e treinamentos, capacitação de técnicos, produtores, pescadores artesanais e estudantes em técnicas de reprodução e cultivo de peixes. O Centro, localizado em Pentecoste e distante 84 quilômetros da sede do DNOCS, conta com a área do Campus I de 128 hectares e do Campus II com 20 hectares. As principais estruturas são: laboratórios de Genética Molecular, Tecnologia do Pescado e Fábrica Escola, Limnologia, Aquicultura e Microalgas. Possui também uma unidade de reversão de sexo de tilápia, uma unidade de preservação de linhagem da tilápia tailandesa e uma unidade de produção de pirarucu.
São décadas de estudos que se desenvolveram com ações que fornecem uma gama de possibilidades, por meio do peixamento dos açudes, realizados pelo Centro de Aquicultura, onde são doados alevinos (peixes juvenis) para barragens públicas e particulares, com o objetivo de aumentar a reprodução dos peixes, recompor a fauna e de garantir alimentação de qualidade e renda aos pescadores locais.
CONHEÇA RODOLPHO VON IHERING
Com o advento da revolução de 1930, houve uma renovação nos setores administrativos nacionais. Neste período, Rodolpho von Ihering já era conhecido e respeitado pelo trabalho sobre a biologia dos peixes brasileiros de água doce e pelo aproveitamento científico da piscicultura.
À época, o cientista foi convidado para uma missão científica no estado da Paraíba e em seguida, por ter obtido bons resultados nesta missão, foi chamado para dirigir a Comissão Técnica de Piscicultura no Nordeste, criada pelo IFOCS em 1932.
Entre os anos de 1933 e 1935, Ihering trabalhou nos estados de Pernambuco e Paraíba, identificando animais e plantas e determinando os parâmetros químicos, físicos e biológicos das águas dos açudes nordestinos.
O Ceará era o Estado do Nordeste com maior volume de água represada dos rios temporários em açudes. Assim, em 1935, Ihering impulsionou o trabalho dele em Fortaleza/CE, onde passou a sediar a Comissão Técnica de Piscicultura.
ENTENDA AQUICULTURA
A aquicultura é a reprodução e o crescimento de organismos aquáticos, como plantas e animais em ambiente controlado ou semicontrolado, como em fazendas, para criação de peixes em lagos e/ou tanques; em rios; ou no mar. É uma subárea das Ciências Agrárias, ramo que busca o aprimoramento técnico e produtivo no manejo de recursos naturais.
A aquicultura, em comparação à pesca, gera oferta de mercado mais constante, produtos mais homogêneos, rastreabilidade durante toda a cadeia e outras vantagens que contribuem para a segurança alimentar, no sentido de gerar alimento de qualidade, com regularidade.
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