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Açude Sumé tem história entrelaçada com o desenvolvimento no sertão paraibano
m meio à aridez do sertão paraibano, surge o Açude Sumé, no município de mesmo nome. A obra, desenvolvida nas décadas de 50 e 60 pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), contribuiu para o crescimento local e desenvolvimento da região, transformando a realidade da população que ali vivia.
De acordo com Sebastião Vitorino Filho, em sua publicação “A saga da construção do Açude de Sumé e outras histórias correlatas”, a mãe natureza privilegiou Sumé, mesmo que a força política do Cariri estivesse no município de Monteiro, porém as condições técnicas para implantação de uma grande barragem no alto Cariri, sempre foi Sumé. De acordo com o livro, foi em maio de 1954 que se deu a desapropriação da área necessária à construção do açude público Sumé.
O projeto executivo foi iniciado em 1957 com as sondagens no eixo do barramento, detalhes construtivos da parede do barramento, do sangradouro, das fundações, topografia da lâmina d’água máxima, avaliação local das indenizações, locação de jazidas de materiais e o orçamento. Com a conclusão do projeto executivo e a liberação das verbas, as obras do Açude de Sumé foram iniciadas no ano de 1958, no que foi considerado o ápice de um período muito seco.
O autor nos conta que com o início das obras, foram amenizadas as situações de calamidade relacionadas à seca, pois chegaram muitos funcionários do DNOCS e surgiram muitos empregos temporários para a população local necessitada. Com a chegada dos novos trabalhadores, muitas pessoas foram atraídas para Sumé. O comércio ganhou um novo ritmo e a cidade foi crescendo com o movimento da construção do açude.
Em 1960, houve uma grande incidência de chuvas no Nordeste, causando o arrombamento da barragem de terra de Orós. O então Governo Federal deslocou quase todo efetivo e máquinas do DNOCS, de todas as barragens em construção para consertar o mais rápido possível e concluir as obras da barragem de Orós. As obras da barragem de Sumé foram, então, paralisadas temporariamente. O açude de Orós foi inaugurado em 11 de janeiro de 1961, mas alguns fatores políticos atrasaram a retomada das obras do Açude Sumé, que só foi concluído no final do ano de 1962.
Quando o processo de enchimento da barragem foi iniciado, em 1962, o DNOCS providenciou o peixamento do açude trazendo vários tonéis com alevinos de algumas espécies de peixe e de outras barragens. O peixamento contribuiu também com a segurança alimentar da população.
Depois da construção da barragem, foi iniciada a estrutura hidráulica, logística e residencial do Perímetro Irrigado de Sumé (PIS). As obras do PIS foram iniciadas em 1967, concluindo os primeiros lotes em 1969.
Conforme estudos de dissertação de Gustavo dos Santos Costa, o DNOCS se colocou como impulsionador do desenvolvimento local, articulando políticas de órgãos estratégicos a fim de dinamizar o território, gerando renda e receita para os cofres públicos. No município Sumé, as obras realizadas pelo DNOCS englobaram também a construção de escolas, estradas, rede elétrica e agências bancárias, resultaram na reestruturação da base técnica do território municipal, desencadeando novos processos socioespaciais como o aumento da população urbana, expansão do setor terciário e diversificação do comércio varejista, explica o autor do estudo.
SAIBA MAIS
A história de Sumé
De acordo com a prefeitura de Sumé, no final do século XVIII, iniciou-se a fixação de colonos na zona do Cariri paraibano. Procedentes do próprio Estado e de Pernambuco, ali se estabeleciam com fazendas de criação de gado. São João do Cariri, a mais antiga localidade da zona, foi elevada a sede da Freguesia em 1750. Em 1762, as terras onde hoje está a Sede do Município de Sumé integravam uma fazenda, pertencente a Manuel Tavares Baía. A povoação foi fundada, em 1903, por Manuel Augusto de Araújo, na confluência do Rio Sucuru com o Riacho São Tomé, ficando conhecida com o nome de Riacho.
A Divisão Administrativa do Brasil de 1911, integrou ao Município de Alagoa do Monteiro o Distrito de São Tomé. A subordinação criou animosidade entre as duas povoações, só sanada em 1951, quando foi criado o Município de Sumé, compreendendo o Distrito de São Tomé e, posteriormente, parte do Distrito de Prata. A mesma Lei criou a Comarca de Sumé.
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