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Açude Engenheiro Arcoverde: a obra do DNOCS que deu início ao município de Condado, na Paraíba
No coração do sertão paraibano, onde há séculos a seca impõe sua dura realidade, encontra-se o Açude Engenheiro Arcoverde, na bacia hidrográfica do Médio Piranhas. Construído entre 1932 e 1936 pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), o açude tem uma capacidade de 36,8 milhões de metros cúbicos e é um dos símbolos de esperança e resiliência para os moradores dos municípios de Condado e Malta.
Segundo artigo de Macário Cavalcante et al., publicado na Revista Científica Integração, o município de Condado, fundado oficialmente em 18 de dezembro de 1961, surgiu das fazendas Condado e Pedra D`Água, onde os primeiros habitantes, Francisco Antônio e Padre Amâncio Leite, plantaram as sementes de uma comunidade próspera. Hoje a sede da primeira propriedade está sob as águas do açude do DNOCS, construído na década de 30. Quando a construção do açude começou, muitos moradores tiveram que se mudar para uma área mais alta, onde ergueram uma capela dedicada a São Sebastião, que virou padroeiro da cidade.A seca devastadora de 1931 foi o empurrão necessário para que a Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS), antiga denominação do DNOCS, mobilizasse esforços para a construção do açude. Embora os resultados não fossem imediatos, a construção da barragem prometia um futuro com maior segurança hídrica para a população local. Conforme a Câmara Municipal de Condado, a IFOCS mandou que seus técnicos viessem elaborar o projeto definitivo de construção de um açude público no Distrito de Malta, cabendo esta tarefa ao 2º Distrito daquela Inspetoria, então chefiado pelo Engenheiro-Geógrafo Leonardo Barbosa de Siqueira Arcoverde (Engenheiro Arcoverde).
Naquele mesmo dia foram iniciadas as construções de pequenas casas, barracas e palhoças para abrigar os operários, onde hoje é denominada Rua da Cooperativa. A construção da barragem continuou a atrair muitas pessoas vindas de outras cidades em busca de empregos.
Com a persistência da seca em 1932, o próprio Ministro da Viação e Obras Públicas, José Américo de Almeida, veio à Condado e a outras cidades marcadas pela seca. Em 23 de abril daquele ano, o ministro, acompanhado pelo Interventor do estado Antenor Navarro, com a equipe técnica da IFOCS, teria ordenado a admissão de mais de mil operários das mais diversas categorias para a obra da barragem. Segundo artigo de Lucimar Formiga Soares, publicado na Revista Brasileira de Filosofia e História, a construção do açude continuou atraindo muita gente. Em pouco tempo, tinha-se 2 mil operários e quando intensificaram os trabalhos, a IFOCS tinha mais de 3 mil homens contratados.Condado obteve sua emancipação política em 18 de Dezembro de 1961 e o Açude Engenheiro Arcoverde permanece até hoje como um lembrete constante da importância de políticas públicas eficazes e da gestão sustentável dos recursos hídricos, garantindo que a vida da população sertaneja continue mesmo nas terras mais secas.
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